Querido diário, quando perdi meus pais senti meu mundo parar no mesmo instante, eu era tão nova, ninguém deveria passar por essas coisas, com a perda de um irmão, de um pai ou uma mãe... de um filho.
Quando meus pais morreram eu disse para mim mesma que não teria dor pior que aquela... como eu estava enganada, a dor pior veio, de uma forma inesperada, apenas veio, e o levou, sem despedidas, sem aviso prévio, simplesmente veio. Durante 1 mês, eu me senti importante pra alguém, quando descobri a gravidez tive vontade de arranca-lo de dentro de mim... e depois já não imaginava minha vida sem ele, chorei ao ouvir seu coração bater pela primeira vez, tive tanta vontade de ter Michael perto de mim, nos enjoos, nos meus surtos. Como pude ser tão egoísta? Eu olho para todas as suas fotos que colei na parede e me lembro de todos os nossos momentos, sinto vergonha de mim mesma, a perda do meu bebê foi culpa minha, e eu o acusei apenas para me sentir menos triste, mas não adiantou, agora não posso nem ter mais filhos, e tudo que Michael sempre desejou foi uma família, que é algo que eu jamais poderei dar a ele, não tenho coragem de olhar em seus olhos para pedir perdão, isso está me matando por dentro.
Mãe? Pai? Se vocês sabiam que isso ia acontecer porque não me deixou ir com vocês? Eu estou tentando seguir em frente, eu juro que estou tentando, mas não consigo.As palavras escritas ficaram um pouco manchadas com as minhas lágrimas que derramavam sem controle.
- Hannah? Minha irmã bateu na porta e logo entrou, guardei o diário na gaveta do criado mudo, Annie me olhou tristonha.
- Hannah, você não vai pra escola hoje de novo? Desse jeito você vai acabar repetindo.
- já não me importo com nada mesmo. Me viro de costas e abraço meu travesseiro.
- James está aqui. Quer te ver.
- era só o que me faltava. Eu respondo sem desviar o olhar para a luz que saia da janela do quarto, me sentia tão sozinha, eu estava evitando falar com o Michael e ele simplesmente estava vindo aqui todos os dias, mas ainda não tinha coragem de encara-lo.
- eu posso deixa-lo entrar?
- pode... fazer o que ne?
- é assim que você se refere a um velho amigo?
Eu me viro pra ele, me sento e fico encostada na cabeceira da cama, ele vem sorrindo até mim com um buquê de rosas na mão, ele senta do meu lado e as entrega, eu as pego dando um sorriso fraco.
- como você está?
- como pode ver nada bem.
- Annie me disse que você não quer ir mais pra escola, não pode desistir estamos tão perto de nos formar, você não quer fazer arte? Precisa realizar seu sonho.
- eu não tenho mais sonhos... não tenho mais nada.
- Hannah, sua irmã me disse que do dia pra noite você ficou triste e não está se importando com mais nada na vida.
- ela disse isso?
- sim. Por acaso é outra coisa?
- não, é isso mesmo. Eu estou mal, muito mal, e se não se importa quero ficar sozinha.
- ei. Ele pega minha mão e a beija - eu estou aqui está bem, só não esqueça disso, quando tudo isso passar me procura, e vamos reatar nosso namoro.
- James...
- eu te amo, e tudo bem eu espero até você se sentir pronta de novo.
- por favor vá embora. Retiro minha mão da dele e olho para baixo.
- tudo bem, vou dar tempo ao tempo. Ele se levanta e deposita um beijo na minha testa e sai, eu volto a chorar agarrada ao meu travesseiro, não aguentava mais aquilo.
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FOR ALL TIME
FanfictionHannah Cooper, 15 anos, perto dos 16. bonita, coragosa e cheia de vida tenta ajudar sua irmã que está passando por problemas financeiros. E um apoio inesperado vindo de um homem de grande sucesso a fez ter uma outra visão das pessoas. e de uma simpl...