corre coração

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Michael e eu ficamos todo tempo ali, assim que saímos da água eu me deitei na grama, eu estava toda molhada e nem tinha colocado meu vestido e estava somente com minhas roupas íntimas, ele deitou ao meu lado e eu percebi o quanto seus olhos fitavam meu corpo.

- nem se atreva a dizer nenhuma gracinha. Eu brinquei.

- eu não ia fazer isso, só queria dizer que você é muito linda.

- eu sei. Eu digo enquanto dou uma piscadela pra ele. Então eu percebo manchas em seu corpo, fiquei com vergonha de perguntar do que se tratava, mas ele percebeu que eu olhei, então saiu e sentou embaixo da árvore.

- o que houve? Eu pergunto me sentando ao lado dele.

- promete guardar um segredo?

- claro.

- eu estou doente.

- como? Eu pergunto assustada enquanto coloco minha mão sobre seu braço.

- ei, calma eu vou ficar bem, essa doença não é tão grave, eu não vou morrer ainda pretendo te  atormentar por muito tempo, você não vai escapar.

- então o que você tem? Porque... você tem....tantas.

- manchas? Eu assenti com a cabeça e ele continuou-  isso já tem alguns anos, eu fui diagnosticado com Vitiligo.

- acho que já ouvi falar... Não, na verdade não. O que é?

- vitiligo é uma doença que clareia minha pele e a deixa com manchas, não tenho controle sobre ela, isso vai se agravar cada vez mais até eu ficar totalmente branco. Não imagina a raiva que eu tenho disso, os tablóides dizem que eu não quero ser quem sou, e isso não é verdade. Você acredita em mim ne?

- sim, claro que sim. Ele deu um sorriso sem humor e disse:

- que negro fica branco? Você deve tá me achando estranho, diferente, bizarro.

- ei!!! Eu o pego pelo queixo fazendo- o olhar pra mim e então digo:

- ser diferente é bom, porque isso te torna único, e me faz perceber que não tem, nem nunca terá ninguém igual a você. Não acha isso incrível? Não ser mais um na multidão e estar aqui pra fazer a diferença?
Ele me olha com admiração e pergunta:

- onde você estava todo esse tempo?

- acho que, esperando te encontrar. Sorrimos e ele pega meu rosto e juntamos a ponta do nariz.

●●●

Eu coloquei meu vestido e ele a camisa e voltamos pra casa, mas desta vez a pé, já que o carrinho de golfe não queria ligar, eu fiquei dançando na frente dele enquanto ele sorria pra mim, pegava minha mão e me girava,  Não sabia qual era aquela relação entre nós naquele momento, agiamos como amantes e como amigos, acho que é esse o nome do companheirismo.
Chegando em casa estávamos de mãos dadas rindo litros quando Maria chegou até nós e parecia apressada.

- o que tem pro almoço Maria? Estamos famintos. Ele disse com enorme sorriso com suas mãos junto as minhas, Não disfarçamos nossa felicidade na frente de Maria que estranhou.

- vocês...estão juntos? Eu olho para ele esperando qual seria sua resposta e me surpreendi com o que ele disse.

- pode-se dizer que sim. Ele sorriu pra mim, então acho que naquela hora tínhamos um compromisso, nem eu podia acreditar e pelo visto nem Maria que nos olhou assustada.

- então, se vocês estão juntos o que eu digo pra Candice?

- ELA ESTÁ AQUI?! ele grita soltando minha mão, eu não sabia de quem eles falavam e fiquei ainda mais surpresa.

FOR ALL TIMEOnde histórias criam vida. Descubra agora