velha inimiga

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- não quero falar com você. Não era nem pra você estar aqui. Candice me encarava com um olhar matador apoiando os dois braços na mesa, eu estava na outra ponta.

- eu sei que você não esperava me ver, já disse isso, achava que eu estava morta. Acho que tive mais sorte então.

- ora, por favor não se vanglorise tanto, o tiro não era para você.

- é sobre isso que eu não entendo. O que você quer, qual é a sua real intenção? Você não queria me matar, e sim, ao Michael... mas por que?

- não podia suportar a idéia de te-lo perdido, e de estar com outra que não seja eu. Prefiro ele morto do que feliz com você enquanto eu me afogo na mágoa.

- mas isso não é amor!!! Eu dou um leve suspiro e continuo - amar é... tornar aquela pessoa tão importante pra você, que no final você apenas quer que ela seja feliz... mesmo que não seja com você. Dou um sorriso de leve com memórias que começam a invadir meus pensamentos.

- pra que tá dizendo isso, vá embora!!!! Você conseguiu, estão juntos então me deixe em paz.

- não Candice... Michael e eu não estamos mais juntos.

- é sério? Então vou te dar um pequeno aviso - Ela começa a se inclinar na minha frente - me escuta bem garota, estou condenada pelos próximos 15 anos nesse inferno, mas se eu for uma boa garota sou solta em menos de 8 anos por bom comportamento, e quando eu sair daqui, eu vou te procurar... eu vou te encontrar... e se eu te encontrar... vou acabar com você, e desta vez não será acidente.

- não desperdice sua vida com isso, você pode ser mais do que pensa em ser.

- você foi avisada. Então vá embora.

- sinto muito Candice, espero que você possa refletir sobre isso um dia. Eu me levanto mas ela permace sentada olhando para o chão, aquela mulher elegante que eu vi pela primeira vez, agora não passava de uma mulher de rosto pálido com o cabelo amarrado de uniforme laranja, e isso me dava pena.

Enquanto eu passava pelas celas, e escutava as gracinhas que os presos diziam pra mim, mas um, me fez parar parar e em seguida olha-lo

- Annie Cooper?! Oh não, você é... a irmã dela certo? Meu Deus como você cresceu, está bem parecida com ela.

- vo...cê? É? Não pode ser? Eu me aproximo do sujeito para encara-lo melhor, ele estava péssimo.

- a quanto tempo né? Ele pergunta

- sim, quase 6 anos. Eu nunca pensei que voltaria ve-lo, ainda mais assim... numa cela, e prefiro nem saber o que você fez pra estar nessa situação deplorável.

- fiquei com falta de dinheiro, não tinha nada nem pra comer.

- pensei que sua vida estivesse boa, mas me alegra que não tenha sido. Está a quanto tempo aí?

- a mais ou menos 2 anos, e ficarei por mais 4, mas se você me ajudar...

- ajudar você? Depois do que fez?

- por favor, conte a Annie que estou aqui, eu sei que ela virá.

- minha irmã está muito bem sem você, soube superar superar muito bem sua ausência.

- e minha filha? Como ela está?

- ótima, é uma menina linda e inteligente, possui todas as qualidades da mãe, e nenhum defeito do pai, o que é uma coisa muito boa.

- eu jura que não queria fazer isso, deixa-las, tem que acreditar em mim.

- escuta, você está preso aqui a 2 anos, você abandonou Annie a 5. Porque não foi atrás assim que se arrependeu. Ou o arrependimento bateu agora em que você está atrás dessa cela e viu sua oportunidade de sair assim que me reconheceu.

FOR ALL TIMEOnde histórias criam vida. Descubra agora