Capítulo 4

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No dia seguinte, Ansal me acordou antes do amanhecer, dizendo que precisaríamos ir antes que a patrulha matinal passasse por ali

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No dia seguinte, Ansal me acordou antes do amanhecer, dizendo que precisaríamos ir antes que a patrulha matinal passasse por ali. Não estava conseguindo entender, o porque dela não querer que as outras ninfas me encontrassem.

A tensão voltou para os ombros da ninfa a minha frente, nunca tinha visto alguém colocar a postura de um soldado tão rápido que nem ela. Tentei conversar, mas ela simplesmente me cortou com um olhar afiado, mandou eu ficar em silêncio e apressar o meu passo.

Eu queria parar e ficar admirando a floresta, eram tantas belezas diferentes que me saltavam aos olhos, que queria explorar cada uma delas. Cavernas com mistérios escondidos, cachoeiras com águas cristalinas e bosques com cores em degrade.

Em certa parte da floresta, ela pediu para eu tirar as minhas coisas de Gale e a soltar, pois a partir daquele momento ela não poderia nos acompanhar mais.

Fiquei relutante em abandona-la no meio do nada, mas a mulher me garantiu que nenhum mal a aconteceria, que ninfas iriam acha-la e cuidariam muito bem dela.

Com certa dor no coração por me separar de minha companheira, retirei meus pertences de cima dela, lhe dei um beijo no nariz e a incitei a sair trotando pela floresta. Depois que Gale se afastou correndo livremente pelas árvores, voltei a caminhar em silêncio ao lado de Ansal.

Estávamos passando por um corredor de árvores, que formavam arcos com as raízes gigantescas sobre as nossas cabeças. Parecia a entrada de outro mundo, sei que pode soar estranho, mas aquela floresta me surpreendia a cada passo.

Quando saímos do corredor de arcos de árvores, me deparei com um rio que não conseguia ver o outro lado de sua margem. Ansal olhava para dentro do rio como se estivesse procurando por alguma coisa, ela coloca a mão dentro da água e solta um suspiro de alivio.

- Nós vamos atravessar esse rio Lia, preciso que você fique perto de mim, não sei por quanto tempo nenhuma Náiade irá aparecer.

- Náiade?

- Ninfas dos rios e córregos.

- Para onde vamos?

- Para um local seguro, lá poderei te instruir sem interrupções.

Ansal se vira para o rio e se agacha, ela coloca uma de suas mãos dentro da água, fecha os olhos e começa e pronunciar uma espécie de cântico.

- Mae dyfroedd tramwyfa, dyfroedd gwrthryfod, sy'n ymdrochi bywyd ac sy'n hyrwyddo gwarchodaeth, yn eu Gorchymyn i rewi.

Conforme Ansal recitava cada palavra, pude sentir a atmosfera ao meu redor mudar, uma energia envolvia aquele lugar, sempre senti algo parecido quando usava a cura, mas ali era bem mais forte, era quase tangível.

A voz da ninfa carregava um poder antigo e muito forte, sua pronuncia era mais rápida do que a de Ani, contudo era mais limpa também. Apesar de estar sentindo tudo ao meu redor mudar, consegui entender claramente o encanto que ela usou.

Rainha Sombria - A Ordem da Rosa #2 Onde histórias criam vida. Descubra agora