Dias se passaram desde que cheguei aqui, eu tentava me manter ocupado na maior parte do tempo. Não ter o que fazer me deixava entediado e pensando em coisas que não deveria.
Todo dia eu pegava a adaga e checava para ver onde a Lia estava, sua posição mudava, ela estava se movendo e eu ficava cada vez mais nervoso, pois não sabia onde ela se encontrava e não podia ir ao seu encontro, eu estava preso nessa cabana até Ansal ou Letéia voltarem.
A ninfa foi convocada a ir para a clareia onde aqueles monstros nos atacaram, esculpo um pedaço de madeira para me distrair, afinal não podia sair de dentro da cabana ou poderia correr o risco de morrer afogado.
Conforme o tempo se passava, um dos meus confortos era ver que a adaga ainda reagia a magia, isso era um sinal que meu raio e sol ainda estava vivo, pelo menos era o que eu falava para mim mesmo.
Eu estava quase dormindo quando Letéia abriu a porta num chute, a ninfa estava imunda, seu rosto coberto por terra e sangue, seus cabelos desgrenhados e seu rosto tinha olheiras de quem não dormia a dias.
- A você ainda está vivo, ótimo, vou me lavar e depois precisamos conversar.
Da mesma forma repentina que entrou ela saiu, eu não ousei ir do lado de fora e segui-la, para saber mais do que ela estava dizendo. Meu senso de sobrevivência berrava para eu ficar quieto e esperar por ela.
A chegada da ninfa me despertou, me levantei e fui fazer um chá com algumas folhas de hortelã que ainda tinham na cabana, assim que o chá ficou pronto, a ninfa entrou novamente pela porta.
Sua aparência voltou a ser quase a mesma, suas roupas limpas praticamente transparentes exibindo seu corpo, seus cabelos molhados, mas em seu rosto, as marcas do cansaço não conseguiram ser escondidas.
- Chá? – Pergunto para ela que assente com a cabeça.
Leteia se acomoda na cadeira de madeira junto da pequena mesa de que tem na sala.
- Como foi seus dias aqui?
- Entediantes, não se tinha muito o que fazer e nem com quem conversar, como foi a missão?
- Cansativa, odeio ficar tanto tempo longe da água, meu humor não fica dos melhores, além do mais, tivemos que enfrentar mais daquelas criaturas.
- Mais raruks foram para lá?
- Sim – Ela suspira – Foram dias cansativos.
O olhar da ninfa se perde, tenho o pressentimento que ela não está falando tudo que a incomoda.
- E você está assim só por causa deles?
- Humano, você não tem noção mesmo de como aquela fenda é valiosa, não é?
Fico em silêncio, eu realmente não sabia o verdadeiro significado da fenda e o porque atacaram ali.
- Aquela fenda liga a um plano mágico, nesse plano é onde se concentra a essência de toda a magia do nosso mundo, não é qualquer um que é autorizado a entrar, e caso você vá parar lá sem permissão, bem, digamos que você não retorna.
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Rainha Sombria - A Ordem da Rosa #2
FantasyLia percorreu um grande caminho para descobrir quem ela é. Contudo, algumas respostas sobre o seu passado, terão consequências que ela não imagina. A jornada dessa guerreira entra agora no mundo mágico da floresta Emlax, reencontros inesperados aco...