Lia percorreu um grande caminho para descobrir quem ela é. Contudo, algumas respostas sobre o seu passado, terão consequências que ela não imagina.
A jornada dessa guerreira entra agora no mundo mágico da floresta Emlax, reencontros inesperados aco...
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Fico confusa sobre o que minha tia falava, Ansal me contava sobre uma profecia antiga, do tempo de Eclue, onde se dizia que um ser de grande poder iria nascer do amor verdadeiro e esse ser, teria que fazer uma escolha.
A escolha dele era por salvar e trazer uma era de paz, ou sucumbir as trevas e destruir tudo que estava por seu caminho, Ansal me explicou que minha mãe achava que esse ser fosse eu, assim como a Deusa, que era dessa profecia que falavam.
Ao escutar tal história, fiquei tensa, não quero ter tal responsabilidade em minhas mãos, eu estou quebrada, meus sentimentos são confusos, eu tenho muita raiva a todo o tempo, que não sei como controla-la.
Eu não poderia ser esse ser, pois no momento se eu tivesse que escolher salvar a alguém, eu não salvaria ninguém. Os elfos me cegaram, os humanos me estupraram, além de serem mesquinhos e egoístas muitas das vezes, e as ninfas, sim, eu tinha algumas amizades, mas muitas me desprezaram, tentaram me sabotar na competição e eu vi, o que minha própria avó faria comigo se descobrisse minha origem.
O ódio estava enraizado no coração de minha avó, eu já não tinha mais esperanças de conseguir faze-la me aceitar, não depois dessa invasão. Então não, eu não poderia salvar ninguém.
Eu não diria isso a Ansal, ela provavelmente faria algum discurso para me convencer, mas nada nesse mundo pode me fazer deixar de sentir o que eu estou sentindo, medo, raiva, angustia, eu me sinto quebrada.
- Sobrinha?
Ela me chama e percebo que tinha me perdido em meus pensamentos.
- Desculpa, me distrai.
- Eu estava dizendo, que apesar de todas essas noticias eu tenho uma que acho que você vai gostar. – Eu pude perceber que ela sorria enquanto falava.
Notícias boas estavam sendo muito bem-vindas nesse momento.
- O que é? – Falo com certa empolgação, estava precisando de notícias positivas.
- Lembra que eu te disse que fomos avisadas da invasão?
- Sim.
- Pois bem, quem nos avisou foi o seu amigo Ron.
- O QUE?
Senti meu queixo cair, eu não conseguia acreditar no que estava escutando, Ron estava vivo. Então eu realmente o tinha visto, era ele em Dakar, e foi nele que eu acertei aquela flecha.
Meu coração disparou, eu queria sorrir, mas estava incrédula ainda com a noticia, depois de tanto tempo, depois de pensar que ele estava morto. Lágrimas de felicidade rolavam por minhas bochechas.
- Você tem certeza que é ele? – Minha voz sai meio trêmula.
- Sim, eu me lembrei quem ele era das suas memórias, ainda bem, porque eu quase o matei.
