Lia percorreu um grande caminho para descobrir quem ela é. Contudo, algumas respostas sobre o seu passado, terão consequências que ela não imagina.
A jornada dessa guerreira entra agora no mundo mágico da floresta Emlax, reencontros inesperados aco...
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Atenção: esse cap contém cenas de abuso e violência extrema, caso esses tópicos sejam gatilhos para você, eu recomendo pulá-lo.
Quando acordo tenho com uma venda nos meus olhos e minhas mãos estavam presas com correntes em minhas costas, meu corpo parecia que tinha tido todas as energias drenadas.
Meus sentidos estão estranhos, como se eu tivesse sido drogada, escuto barulhos ao meu arredor, sei que não estou sozinha, mas onde estou, eu não sei. Sacudo a cabeça para tentar clarear o que sinto, aos poucos vou conseguindo reconhecer mais onde estou.
O cheiro forte de suor, caldo de galinha e algo queimando se destacam, escuto barulhos de gente gemendo e de passos, estou cercada por muitas pessoas, não sei falar quantas, só tem um lugar que poderia ter todas essas características, estou no acampamento de Dakar.
Minha cabeça lateja no lugar onde o Raruk acertou o golpe, tento me concentrar e aos poucos, abafar tudo ao meu arredor, para poder invocar minha magia, mas não consigo, eu não a sinto, é como se ela tivesse sumido.
Começo a ficar em desespero ao perceber que não consigo alcançar minha mágica, o que fizeram comigo. Forço a corrente que prende os meus pulsos e a sinto arranhar a minha pele já machucada.
Dou um grito de frustração por não conseguir me livrar daquelas amarras, elas estavam mais apertas e eram mais pesadas do que eu pensei. Não demora muito para alguém se aproximar de mim, após eu ter gritado.
- Finalmente acordou. – A voz era meio reptiliana, com certeza não era um humano que falava comigo. – Ótimo, o rei já deve estar chegando.
Fico em silêncio e o raruk que se aproximou, logo também se vai me deixando novamente sozinha. Tento juntar o máximo de informação possível pelo que escuto, mas não é muito, como eu queria ter a audição da minha tia nesse momento.
Escuto passos se aproximando novamente, eles abrem uma espécie de tecido, acredito que eu deva estar dentro de alguma tenda. Alguém se aproxima de mim e arranca minha venda fora, agradeço por estar dentro de um lugar onde a luz do sol não bate diretamente, fazendo com que minha visão se acostume muito mais rápido.
Parado diante de mim, estava um raruk que não era o mesmo que encontrei na floresta, esse parecia diferente, ele tinha postura, seu uniforme era de um tom azulado e ele usava uma faixa vermelha no rosto.
Junto dele se encontrava o rei de Dakar, Darius, o homem era bem mais alto do que eu pensava, seus cabelos já eram grisalhos e uma horrorosa cicatriz lhe cortava o lado esquerdo do rosto.
- Tens certeza que é ela? Não a vou invocar se não tiveres.
- Ela tem a marca.
O raruk chega próximo de mim e sem nenhuma delicadeza, puxa a minha blusa para o lado, expondo a cicatriz em forma de rosa em meu colo.
