O sol está radiante nesse céu com poucas nuvens. A estação atual é de inverno, um que moldou os arredores de branco, encobrindo as raízes das árvores.
Uma pata de cavalo acerta o chão com força, sendo acompanhada pela movimentação das outras pernas, sustentando uma corrida frenética pela floresta.
A vegetação do ambiente possui cores mortas, tendo na maioria dos horizontes apenas pinheiros e pontas de grama para complementar a paisagem sobre a neve. Alguns arbustos e vinhas secas estão espalhados em partes aleatórias da flora.
O cavalo prossegue com uma corrida incessante. Sua velocidade não é normal, provando-se ser várias vezes mais rápida do que um animal comum, deformando-se quase como um borrão. Montado nele está um homem encapuzado, se segurando firme nas rédeas do animal para não ser jogado longe por causa da agitação. São poucas as partes em que a pele clara dessa pessoa está exposta, as sombras do capuz ocultam sua face.
O animal, através de movimentos ágeis, desvia das árvores no caminho, só o fazendo ao estar próximo de uma colisão. A respiração do homem está densa, uma gota de suor desliza pela borda de seu rosto; criada não pelo cansaço, mas pela tensão. Depois de ofegar por um tempo, o encapuzado cerra os dentes e levanta mais olhar, focando-se melhor no caminho.
Gritos ferozes começam a ecoar pela floresta, ficando cada vez mais altos. O encapuzado aperta mais forte as mãos nas rédeas ao escutar os brados. A neve estoura para cima nos locais em que é pisoteada pelo cavalo.
— SEU DESGRAÇADO!!! — É o que pode ser entendido com o último grito... um simples xingamento. A voz dessa pessoa é grossa e tem uma forte intensidade. — PARE!!! ESTÁ ME OUVINDO?!! PARE DE UMA VEZ!!!
Patas distintas das anteriores acertam o chão. A silhueta do perseguidor vai se tornando cada vez mais nítida com a aproximação. A partir de uma nuvem de neve, formada pelos rastros deixados no trajeto da fuga do encapuzado, surge um cavalo negro; montado nele está o perseguidor, que está com o semblante enfurecido, tendo seus cabelos negros constantemente balançados atrás.
É devagar, mas o cavalo negro está conseguindo encurtar a distância entre os dois, ainda existindo uma distância considerável até o alvo. Nas costas do perseguidor está uma espada larga e robusta, feita de um minério cinza que reluz parte do brilho do sol. O mais chamativo em sua aparência são os adornos de letras, uma língua tipica de sua terra de origem, símbolos que foram esculpidos próximos dos limites baixos nos gumes. Esse homem também usa por todo o corpo algumas partes de armaduras, como uma manopla, ombreira, tornozeleiras... todas feitas de um material dourado. As vestimentas são um misto de tecidos negros, fazendo-o se destacar bastante em todo o branco do ambiente.
Os dois cavalos correm com o máximo de suas forças pela floresta, suas imagens avançam cada vez mais distorcidas. Troncos são evitados com movimentos repentinos para os lados. As pontas do capuz do que foge chacoalham. A perseguição prossegue nesse ritmo.
O tempo fica lento, a expressão do homem com roupas negras é afetada por uma leve surpresa ao notar algo na situação. Mesmo que ele tenha conseguido se aproximar um pouco, continuam existindo vários metros separando os dois cavalos, entretanto não há mais nenhuma árvore no caminho; o trajeto reto que leva até o encapuzado está totalmente limpo, perfeito para um "disparo".
Ele estende o braço para o lado, uma estranha energia laranja com manchas brancas começa a circular por volta do membro. Passo a passo esse poder molda formas que lembram engrenagens, projetando ruídos estranhos ao rodarem, como se algo metálico estivesse fundido com essa força. No soar de vários barulhos bruscos, as engrenagens param de se moverem, liberando partículas por suas voltas. A imagem do ambiente se distorce pelo intenso laranja, chamas vão para o ar, formando uma bola de fogo densa acima da mão.
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Rio Vermelho - A Corrida da Vida (Piloto)
FantasyEssa é a história de Rio Vermelho, a masmorra lendária. "Após uma perseguição violenta pela floresta, um homem encapuzado consegue fugir para Rio Vermelho, perdendo no processo boa parte das suas memórias. Cada andar tem uma ambientação diferente...