O arqueiro está quase disparando a flecha contra Renve, que ainda está caída pelo chão. Seu olhar se expande, ele ia soltando a corda, porém, é nesse instante que ele é surpreendido por sentir a presença de algo atrás. Um brilho laranja cobre essa área com intensidade, sendo emitido por uma bola de fogo mais densa que a anterior. O rapaz a olha de relance, seus pés o fazem saltar antes do pior acontecer. A força do brilho aumenta, indicando o óbvio que aconteceria em seguida. Uma explosão engole esse local, tomando as imagens das coisas à sua volta. Um estrondo soa pela floresta.
O corpo do rapaz rola pelo chão várias vezes, deixando traços de chamas para trás. Ele roda pelo solo com uma boa área de contato das costas, evitando algum machucado por bater seus membros de qualquer jeito. Troncos despencam por suas partes baixas terem sido pulverizadas, parando ao colidirem em outros próximos. O chão antes repleto de grama havia se tornado apenas uma terra escura. O campo em que a explosão cobriu não foi grande, mas na pequena área que tomou fez um absoluto estrago, um que o arqueiro evitou por pouco.
O rapaz se levanta, dando uma olhada de imediato para Renve em vez do local em que aconteceu a explosão. Suas roupas foram um pouco danificadas pelas chamas.
— O que foi isso? — se indaga o rapaz, sua expressão demonstra estresse. — A bola de fogo que destruí se reconstruiu? Não... não me parece ter sido isso. Ela deve ter feito essa outra ao mesmo tempo daquela passada quando teve a chance, talvez antes mesmo do nosso combate, como uma medida de proteção durante a viagem. Deixando uma no alto e outra rasteira. — suas pálpebras descem um pouco sobre seus olhos. — Nesse caso, por que elas não me atacaram quando me aproximei? Foi por eu ter vindo pelas árvores, ou pela mulher ter evitado isso manualmente?
O rapaz coloca sua mão dentro de uma sacola pequena oculta por sua roupa, pegando de lá várias bolas pequenas feitas de um minério cinza. O rapaz manchas essas esferas metálicas com o sangue que escapa de seu braço, consequentemente as fazendo serem cobertas mais densamente por sua aura. Com um balanço de seu braço ele arremessa todas as bolas na direção de Renve, sacando em seguida três flechas da aljava por entre seus dedos.
— Faz um bom tempo em que ela foi coberta pelo veneno, já deve estar morta. — ele prepara os três projéteis para um disparo simultâneo. — Mas, preciso confirmar, ainda mais depois dessa "apresentação". Você... é suspeita.
As esferas arremessadas se grudam no corpo de Renve ao a acertarem, provavelmente por um efeito da aura embutida. As flechas são atiradas, cortando o ar em uma velocidade abismante enquanto fazem curvas súbitas por estarem tendo suas trajetórias afetadas pela atração dos pequenos objetos.
— O minério de que essas esferas metálicas são feitas grudam firme na pele de quem é atingido quando são carregados de aura, mesmo que o indivíduo tenha camadas de roupas por cima de si. Claro, quem os energiza vira exceção...
As flechas fazem mais estranhas curvas até finalmente perfurarem a carne de Renve pela cabeça e costas em pontos ao lado das esferas. Sendo simples assim para uma vida se esvair, uma de alta estima para alguém.
— Esse é o resultado do uso combinado das passivas da minha aura... É impossível fugir dos meus ataques. — ele abaixa seu arco, sentido a conclusão da batalha.
Vento passa pelo lugar, balançando os cabelos ruivos do corpo de Renve e as roupas do rapaz. Os galhos soltam folhas para serem carregadas. A cicatriz branca do arqueiro se destaca com sua expressão sombria. Ele se vira e caminha para ir embora dessa parte da floresta.
— Flechas restantes... só me sobrou isso...? — cochicha. — Escuto pessoas correndo próximas daqui. — pensa. — Devo me livrar logo delas.
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Rio Vermelho - A Corrida da Vida (Piloto)
FantasyEssa é a história de Rio Vermelho, a masmorra lendária. "Após uma perseguição violenta pela floresta, um homem encapuzado consegue fugir para Rio Vermelho, perdendo no processo boa parte das suas memórias. Cada andar tem uma ambientação diferente...