-- Capítulo 19: O Que Acolheu I --

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  O sol surge aos poucos no horizonte, iluminando de maneira bela este início de manhã na floresta. O homem moreno, o que entrou no caminho de Klay e Kelicia, usa atualmente uma calça simples e uma camisa branca. Suas botas fazem ruídos por quebrar alguns gravetos. Os irmãos agora usam sandálias, provavelmente lhes dadas pelo desconhecido. Os dois seguem o homem por essa viagem pela mata.

  — Por que não disse logo que era "Karsia"? É burro? — diz Klay.

  O garoto leva um poderoso cascudo.

  — Vamos, apenas me sigam. — fala o homem. — Preciso levar vocês para longe dos soldados de Tondra.

  — Senhor, eu e meu irmão nos apresentamos agora pouco, mas você não nós disse o seu nome ainda. Poderia compartilhá-lo conosco? — pede Kelicia.

  — Que formal... — pensa o estranho, se sentindo desconcertado. — Ah sim, claro! — responde animado. — Eu tinha esquecido, foi mal! Ha! Ha! Ha! E não precisar falar dessa maneira comigo, não sou ninguém especial… eu acho.

  O homem ri outra vez exageradamente. Klay busca a chance de o incomodar novamente.

  — "Especial" só se for em ser burro! — e ele a encontra.

  O garoto leva outro poderoso cascudo.

  — Eu me chamo João Fran.! Sou algo como um mercenário ou aventureiro, me considere como preferir. Dizem que sou meio respeitado pelo reino, tenho lá minhas dúvidas sobre isso! Ha! Ha! Ha!

  — João Fran.? É um nome bem diferente. — comenta Kelicia.

  — De toda forma, vou explicar o porquê de eu estar aqui em uma missão independente, como muitos outros. — ele empurra um galho no caminho. — Fomos enviados por partes diferentes de risco da Floresta Cruzada para ajudar os povos no alcance de Tondra. E sério, estou realmente feliz de ter encontrado ao menos vocês dois nessa área! Quando cheguei, as outras vilas e fazendas por aqui já estavam…

  Klay cerra seus dentes e punhos. A ar fica pesado.

  — Você é uma falha! — brada o garoto. — Não conseguiu salvar minha mãe e ninguém das vilas!! Você…! VOCÊ… DEVERIA MORRER PARA PAGAR POR ISSO!!!

  Kelicia se mantém em silêncio sobre esse surto repentino. João se vira e olha Klay seriamente nós olhos. Vento passa pelo lugar, balançando o cabelo de ambos.

  — Te dou o direito de me socar uma vez! — anuncia o homem, surpreendendo os irmãos.

  João se abaixa para equilibrar sua altura com a do garoto. Klay leva tudo isso como uma provocação, ficando mais irritado.

  — DESGRAÇADO!!! ESTÁ FAZENDO POUCO CASO DO QUE ACONTECEU?!!

  Klay acerta um murro em João, o som soa pelo local. O jovem faz uma expressão de dor e retira sua mão do rosto do homem, seus dedos estão machucados pela pancada. Um pequeno corte foi feito no rosto de João, por onde escorre uma gota de sangue.

  — Entende agora?! — exclama o homem. — Humanos não são deuses!! — ele expira densamente uma vez. — Escute, eu vim o mais rápido possível, mas simplesmente não consegui chegar a tempo! — João segura firme os ombros de Klay. Sua voz começa a falhar um pouco por estar sendo afetado pelas emoções que põe em cada palavra. — Garoto, como você acha que eu me senti por encontrar vilas devastadas repletas de cadáveres pelo chão?!

  Klay começa a chorar ao olhar para João por mais alguns segundos. O vento passa pela floresta, carregando consigo algumas folhas.

  — Me desculpe… Por não conseguir salvar ninguém…! Urg…! — apesar de tentar ocultar, está claro que mais alguém cede as emoções. — Mas pelo menos vocês…!

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