-- Capítulo 9: Estranha Parceria --

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  Antes que a bola de fogo o acertasse, Klay se joga rápido para o chão ao lado. A estátua, a que teve a cabeça estourada, se levanta mesmo com o dano que sofreu, mas é em vão. As duas estátuas param de se mover ao notarem a aproximação das chamas, e ficam assim até suas imagens serem engolidas pela intensidade da luz. O fogo continua avançando até colidir contra as grandes portas, causando um estrondo altíssimo com a explosão. Klay procura se proteger deitado no chão.

  — Argh! Espero não ter que me acostumar com isso! — considera.

  As portas se partem, os pedaços inflamados se espalham pelo interior do novo ambiente. Aos poucos as chamas se desfazem em partículas de uma maneira distinta do fogo comum. Renve está em uma pose um pouco inclinada para a frente, como se tivesse arremessado algo. Aos poucos as engrenagens feitas de uma aura com tons de vermelho e laranja, que se espalham por volta de seu braço direito, se desfazem no ar. Elas são semelhantes com aquelas que surgiram no homem que perseguiu Klay até a entrada de Rio Vermelho.

  — Ah! Acabou que a porta também foi aberta… Opa, acho que exagerei um pouco — comenta Renve, se enaltecendo sem perceber.

  — Eu podia derrotar as estátuas sem você fazer isso!! — reclama Klay após levantar metade do seu corpo deitado. — Você quase me explodiu outra vez! Não combinamos naquele teste anterior que você não faria mais isso?!

  — Mesmo que diga isso… Eu tinha certeza que você ia desviar. E eu sei que podia derrotá-las sozinho, mas assim foi bem mais rápido do que seria desse outro jeito, não acha?

  Klay não consegue pensar em nada para retrucar, demonstrando isso pela sua expressão desapontada.

  — Uh… Vamos logo então, afinal as portas para a sala do chefe já estão "abertas".

  — Oh, incrível. Você conseguiu descobrir sozinho que essa entrada grande simboliza a sala de um chefe, fufufu, não esperava menos do meu parceiro!

  — Você acha que eu sou um animal ou algo assim, não é?!

  — Vamos logo derrubar o chefe! — Ela caminha tranquilamente na direção da passagem. Antes que Klay fosse junto, ele percebe que está sem a espada, começando assim uma busca apressada por ela. 

  — Ah achei. — ele consegue a avistar depois de alguns segundos. — Ei! Espera aí, Renve! — pede enquanto se aproxima da arma, ao chegar perto o suficiente, ele nota seu estado. A lâmina está congelando e rachando por algumas partes, principalmente no ponto em que ela havia entrado em colisão com a ponta da lança. — Ei ei... Ainda bem que não fui atingido por aquelas lanças! — pensa. Ao olhar para o lado, Klay percebe algo. — Fala sério, ainda estão inteiras…

  — Klay, o que está fazendo?! Estou te esperando, vamos de uma vez!

  Após alguns segundos, o rapaz corre até Renve. Os dois enfim avançam pela nova área. Eles andam em um salão branco bem espaçoso, com pilares altos cobertos de gelo, e não são só eles que estão nesse estado, boa parte do local brilha de forma magnífica pela grande quantidade de gelo espalhada. A organização desse ambiente lembra a sala do chefe que Klay passou no andar anterior, só que sendo esse notavelmente maior e mais bonito em todos os aspectos.

  Seguindo pelo salão, a dupla se aproxima por uma distância considerável do trono congelado do outro lado. Sim, um trono, um bem chamativo. Sentado nele está um esqueleto com vestimentas semelhantes a de um rei, mas desgastadas pelo tempo. O mais chamativo no lugar não é o esqueleto, e sim o que ele segura em uma das mãos. Uma imponente lança de gelo está com o cabo colado na palma direita, sendo essa mais robusta do que as das estátuas de antes.

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