-- Capítulo 30: Cores do Passado --

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  Os pilares alcançam o topo da cúpula de forma estável, deixando a mostra para todos as tão cobiçadas passagens para o próximo andar.

  O chão de rochas começa a tremer, e isso não é devido a um terremoto, mas pela corrida incessante das muitas pessoas nesse local pelo objetivo à frente. Alguns desses indivíduos atacam brutalmente os próximos, seja na frente ou atrás, se estivessem atrapalhando, seriam vistos como pedras no caminhos, e então visados como inimigos. Uma vasta quantidade de conflitos se alastram por toda essa corrida, deixando vários corpos sem vida para trás. As pessoas que não lutam se atentam em ficar longe dos indivíduos visivelmente mais perigosos, desviando dos caídos e de seus equipamentos espalhados pelo chão. A maioria dos indivíduos são oportunistas, procurando se aproveitar o máximo possível de qualquer oportunidade, mesmo que signifique matar, enquanto outra parcela se preocupa em apenas avançar sem se envolver com os outros. Apesar dessa distinção de personalidades para se lidar com a situação, existe algo que todos exalam em comum: a ambição pelas três vagas para o próximo andar.

  Uma corrente de ar repleta de poeira passa por um pequeno trecho dessa região redonda, localizada no centro da cúpula. Os movimentos de todos começam a voltar, como se estivessem retrocedendo no tempo. Objetos caídos retornam para seus donos, pessoas que morreram ou se feriram vão sendo revividas e curadas, tendo seus sangues e equipamentos restaurados. Não há mais dúvidas, o tempo está realmente retornando. Aquela mesma corrente de ar de antes vai voltando para o local do qual pegou essa poeira, cruzando o céu postiço com um ótimo ângulo para uma vista dos quatros biomas.

  O vento com poeira retorna ao centro do deserto, despejando de volta o que irá levar consigo no futuro. Klay, o que foi completamente derrotado, está jogado pela areia ainda em um péssimo estado, caído como um morto. Em outro lugar do bioma, Zesteri corre por uma duna, estando cada vez mais próximo do centro da cúpula. Mesmo tendo devolvido a poeira por onde irá passar no futuro, esse não foi o primeiro ponto de destaque da viagem que essa corrente de ar fez, ela continua retrocedendo no tempo, nos levando para esse local. Ela deixa as folhas que pegará na floresta, recuando mais para o ambiente desejado. Algumas árvores estão queimando. O destino inicial então é alcançado, o bioma da montanha. O tempo estabiliza nesse ponto.

  Uma pedra, que está perto de cair da borda de um paredão da montanha, é empurrada pela passagem do vento, a derrubando. O objeto quica várias vezes no muro durante a queda, estourando no solo ao o atingir, o que assusta um soldado passando por perto.

  Um grupo de soldados, equipados com armaduras negras familiares, caminham por um dos muitos caminhos que formam o labirinto que é o território dessa montanha. Se observar direito a aparência dos equipamentos desses homens, é fácil reconhecer de onde vieram. Todos são homens de Tondra. É um grupo de aproximadamente quarenta pessoas e, no meio deles, estão duas silhuetas que se destacam por terem armaduras com adornos mais bem esculpidos. Um desses dois era o líder do grupo de homens que João derrotou em um confronto no passado na Floresta Cruzada. Em contraste a sua aparência antiga, atualmente seu cabelo loiro é longo e jogado para trás e uma barba curta cobre todo seu queixo. O outro é um ser desprezível, que junto do "homem robusto" perseguiu a família de Klay, o que resultou na morte de sua mãe e o fez fugir com sua irmã pelas terras desconhecidas da floresta. Esse é o mesmo repulsivo homem de aparência magricela daqueles dias. Ele tem olhos amarelos e um olhar afiado como o de uma fera, estando eles atualmente com as pálpebras mais fechadas. Seu nariz é pontuda e sua boca é larga, tendo uma altura média, talvez fosse difícil o reconhecer como o líder desses homens se não fosse pelos equipamentos. Na sua cintura está um cinto com algumas facas e uma espada. A maioria desses homens têm listras vermelhas no peitoral, os dois destacados possuem listras amarelas por essa área. O grupo prossegue com a viagem. O homem magricelo emite uma forte impressão maligna só com a sua presença, o que chega a afetar até os indivíduos próximos com medo de algo acontecer por estarem perto.

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