-- Capítulo 24: Verdadeiro Mundo --

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  A aura agressiva do velho se dissipa, aliviando a pressão exercida no ar. A quantidade de pessoas nesse salão é algo próximo da casa de mil, e todas ficam em silêncio após a demonstração de poder. Aos poucos, cochichos se espalham pelo local, mas não chegou outra vez ao nível de algo como uma baderna. "Um humano é o chefe desse andar?!" "Esse lugar não era para ser abandonado? Então existem pessoas comandando esses ambientes?" "Não faz sentido ele ser o chefe do andar… Porém, aquela demonstração de aura não foi humana…" São os gêneros de comentários mais comuns pela maioria dos participantes agora.

  — Já chega, silêncio!! — ordena o velho, se debatendo e dando bufadas. — Mesmo depois de sentirem aquela pressão vocês não conseguem ficar quietos?! Enfim…! Acho que merecem algumas explicações por terem conseguido chegar até aqui.

  O salão finalmente se torna silencioso.

  — Me digam, vocês acharam difíceis os andares que passaram para alcançar esse lugar? — o velho caminha pelos limites da plataforma em que está, dando voltas. — Saibam que na verdade esses dezenoves andares que vocês venceram até aqui foram apenas uma introdução! Sim, uma introdução! Hehehehe! Tenho certeza que alguns notaram, pois sempre há ovelhas mais espertas no rebanho, apesar de que isso nunca foi um segredo.

  A surpresa de ouvir essas informações pegam muitos desprevenidos, em exceção, apenas uma parte considerável não se abala de nenhuma forma com o anuncio.

  — Hum, bando de sonsos. — insulta um homem notável em meio a um grupo de pessoas com armaduras similares a sua. — Não faria sentido todas as descrições já feitas sobre Rio Vermelho se ele fosse tão simples. Estaria mentindo se dissesse que não foram experiências interessantes esses andares, mas, muito diferentes do tão dito "pesadelo".

  — Certamente. — concorda um indivíduo ao lado. — Me lembro de quando eu era criança e ouvi escondido o meu pai lendo um livro para uma visita. Esse livro tinha sido escrito por alguém que viajou por aqui. Eu não consegui dormir por uma semana… Era bizarro o conteúdo naquelas folhas…

  O velho mantém um largo sorriso em seu rosto.

  — Se preparem!! — grita, espalhando sua voz intensamente para todos. — O VERDADEIRO MUNDO DE RIO VERMELHO, SÓ ESTÁ COMEÇANDO!!!

  Manchas de luzes brancas começam a se propagar no chão, no pilar e no contorno da sala, engolindo tudo próximo como borrões, deixando os presentes apreensivos com essa situação.

  — Agora vocês irão participar de uma grande corrida! A corrida de suas vidas!! — diz, gargalhando em seguida.

  — Uma corrida!? — indaga uma mulher, assim como muito outros também devem estar. — Esse velho está falando sério?!

  — Ei! O que são essas manchas brancas?! — questiona uma pessoa amedrontada com esses borrões se espalhando por seu campo de visão.

  — Essa corrida irá definir quem é apto o suficiente para seguir para os próximos andares! — informa o velho. — Espero que consigam ao menos agir em suas "melhores condições", se é que me entendem, hehehe…

  Essas palavras incomodam a maioria dos presentes, sendo um ataque direto a suas condições ocultas, que, querendo ou não, seriam expostas com o tempo.

  — Escutem crianças, vou dar uma dica! O principal talento para conquistar esse lugar é "adaptabilidade"! Não é que nem os outros andares inferiores em que força bruta resolve tudo, apesar de ela também poder o fazer aqui, hehehe, tenham isso em mente! Se não conseguirem se livrar dos "selos" que a masmorra pós sobre suas habilidades, a única coisa que os aguardará nesse andar é a morte! — ele dá uma volta pelo chão do pilar, encarando os participantes com os olhos afiados. — E como devem imaginar, alguns monstros desta rodada já conseguiram tirar todas as suas "travas"! Fiquem atentos a esses caçadores intocáveis se não quiserem ser estraçalhados! Ah, e o mais importante! Não se esqueçam do maldito lema da masmorra: "Rio Vermelho sempre procura ser justo." É algo essencial.

Rio Vermelho - A Corrida da Vida (Piloto)Onde histórias criam vida. Descubra agora