-- Capítulo 14: Tempo na Escuridão --

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No meio do negrume, faíscas circulam pelo ar até desaparecerem. Klay corre na direção das três silhuetas horrendas de lobos, ao se achegar o suficiente, ele repentinamente para, fazendo com que um dos lobos salte sem encontrar nada de sua presa no trajeto. O rapaz volta a avançar, dessa vez ele empurra o segundo monstro contra uma parede enquanto se defende com sua adaga, com o terceiro inimigo à frente, ele pula com uma postura bastante baixa e o agarra pelo pescoço sem ser mordido, fazendo com que os dois rolem sobre o solo. Klay se levanta ainda segurando o monstro, esse que tenta se debater ou morder o rosto do rapaz. Com tanta resistência, Klay não consegue uma brecha para o perfurar com a adaga. Os outros dois lobos se aproximam dos dois enquanto rosnam, deformando no processo seus rostos.

— Esse é complicado! — pensa Klay, ele tem dificuldades em conter o inimigo em seus braços.

O rapaz olha para mais distante no corredor, Renve está ocupada queimando alguns desses monstros que tentam a cercar com movimentos ágeis. Pela sua expressão desanimada, não parece estar em problemas.

— Ela já está muito ocupada! Não posso dar mais problemas para ela! — Klay se cobre com sua aura azul, após fortalecer seus músculos, ele aperta mais forte o lobo com seu músculos até o ponto de quebrar seu pescoço. Com os dentes ainda cerrados pelo esforço, o rapaz deixa o corpo do inimigo desabar.

Os outros dois lobos disparam furiosos contra Klay, mais uma vez ele contém um deles com a defesa de sua adaga, o lançando depois para trás, ficando assim frente a frente para sua próxima vítima. O monstro salta sobre ele, nesse mesmo instante sua boca é atravessada por baixo. Empurrando a mandíbula do inimigo, Klay retira sua arma e o deixa cair sobre o chão. O lobo de antes dá uma volta e se aproxima para morder a perna do rapaz, mas antes que pudesse, seu olho direito é perfurado pela adaga e, com uma batida forte da outra mão no cabo, a lâmina alcança o cérebro da criatura.

— Só tinha tido uma sensação... então eles realmente tem olhos apesar de viverem no escuro? considera, ele balança sua adaga para tirar o excesso de resíduos no metal.

O lobo restante, o que foi perfurado na boca, está deitado no solo definhando, chegando a cuspir sangue com frequência. Klay se aproxima dele com passos lentos e desfere o golpe final. Depois de matar o último, ele se vira e vai na direção de Renve, essa que também terminou sua luta.

— Oh, que rápido, achei que ia demorar mais ali. — fala Renve. Por volta dela estão sete corpos.

— Mas não fui rápido o suficiente para voltar e te ajudar com o maior grupo.

— Fufufu, não se preocupe com isso. — diz com um sorriso fechado e olhos cansados. — Acho que não devo dizer que se ele estivesse próximo iria atrapalhar a manipulação das minhas chamas. — pensa.

— Mas sinceramente, não me sinto bem matando esses cachorros...

— Fique tranquilo, essas coisas não são cachorros. Talvez seja exagero até os considerar lobos, são muitos distintos para isso.

— Eh, que definição cruel.

Os dois jovens prosseguem pelo corredor.

— Pelo o que entendi do andar até agora... — começa Renve. — Parece que quanto mais nós fazemos barulhos, mais inimigos surgem para uma emboscada.

— Mmm... Isso não é... meio óbvio?

— Uh... Você é a última pessoa que eu gostaria que comentasse isso. — ela deixa sua postura caída pelo desânimo que sente. — Apenas escute, isso não é tudo. Os monstros daqui se movem melhor próximo da luz... ah, não ouse comentar sobre isso!

Rio Vermelho - A Corrida da Vida (Piloto)Onde histórias criam vida. Descubra agora