-- Capítulo 33: Ameaça Destrutiva --

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  Na zona da montanha partida, pessoas surradas são jogadas à frente de Liche novamente e, assim como na outra vez, ele ceifa suas vidas com um único golpe da sua espada. Após esses abates, o grupo de Tondra volta a trilhar seu caminho. Liche retira sua manopla do braço direito, expondo uma estranha tatuagem espalhada por esse membro, uma formada por vários riscos que criam a imagem de uma fera imponente. Algumas unidades desses riscos brilham em um tom branco e em seguida se desfazem nessa energia. Pela falta de muitos desses riscos na forma da tatuagem, ela está com a sua silhueta pouco nítida.

  — He he he! De pouco em pouco estou me livrando dessa “maldição”! — comenta Liche, empolgado com a cena de agora pouco, algo que ele já viu várias vezes.

  — Isso é ótimo, senhor! — fala Variel.

  — Me traga logo outro time de pessoas!

  — Como quiser, senhor. — Ele se vira para o grupo de soldados na linha de frente. — Ei,vocês ouviram! Vão logo procurar mais pessoas!

  Os subordinados ao ouvirem as ordens, abandonam apressados suas porções de rações que estão comendo para executar a ordem.

  — Vão pela direita na próxima curva, lá vocês irão encontrar mais “coelhos”! — informa Liche com um sorriso esnobe. — Só é uma pena que não posso brincar muito com eles… — pensa. — Tenho que matar sempre com um golpe para poupar tempo, ah… isso é difícil, vai contra minha natureza. — Suas pálpebras se fecham parcialmente, destacando seu olhar sem vida.

  O grupo de caça é formado por seis homens, o caminho que eles tomam nesse labirinto na montanha é uma rota reta, sem mais bifurcações aparentes, só uma curva no fim do horizonte. Quando o na frente desses homens chega nesse desvio, ele toma de imediato um susto que o faz pular para trás, o que atrapalha a movimentação de seus companheiros. Antes deles poderem questionar as ações do que saltou, acabam também se espantando com a mesma visão. Boa parte das rotas possíveis nessa zona da montanha não são bem iluminadas, mas essa em específico está muito escura. O grupo está vendo em meio a essas sombras uma silhueta humana, com o pouco de luz que chega nela fica escancarado as marcas de sangue espalhadas por toda sua roupa. Os olhos luminosos desse ser encaram suas novas presas, os engolindo com a profundidade das cores em suas irís. Os cabelos do homem estranho balançam pelo vento, seu facão faz um barulho agudo ao colidir contra o chão.

  — Quem é esse desgraçado?!

  — Uaaaahh!!

  — Se acalmem, é uma pessoa!

  — Maldição, esse maldito realmente me assustou!

  Os soldados se recuperam rápido, apesar de certo nervosismo ainda circular suas ações. O homem estranho começa a se aproximar com passos lentos enquanto sua arma é arrastada pelo chão, o que cria um som perturbador.

  — Hora… da salvação. — diz, avançando com tudo em suas novas presas.

  Em outro lugar, Liche para de caminhar ao notar algo com seus sentidos.

  — Qual o problema, senhor? — pergunta Variel.

  — Perdi o sinal do grupo de caça, algo os “silenciou”. Interessante… 

  — I-isso é terrível!! — Variel fica surpreso ao ponto de perder sua compostura.

  — Tch! Acalme-se. Vamos avançar a partir de agora com dois batedores à frente por uma distância em que ainda fiquem em nosso campo de visão.

  — Entendido! — Ele se apressa em passar o alerta e o comando para o grupo.

  — Que estranho… — pensa Liche. — Alguém que nem um Clare no meu nível pôde notar a presença. O grupo de pessoas que pedi para serem caçadas também foram eliminadas por ele. Hehehe, isso não é tão ruim, eu estava entediado pela falta de algum desafio nessa viagem, mas parece que as coisas finalmente começaram a esquentar. Interessante, essa situação realmente é interessante! Hehehe!

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