"Senhor, Salvattore, o senhor Bianco chegou."
—Peça para ele entrar Diana.
"Agora mesmo!"
No minuto seguinte, ouço uma batida na porta, peço para entrar.
—Senhor Vicent Bianco, há que devo a honra de sua visita – digo me levantando e oferecendo a mão para ele – tem um bom tempo já, desde que nos vimos pela última vez.
—Giovanni, como vai – ele aperta minha mão – tem um bom tempo mesmo, eu vim a negócios.
—Vou bem, sente-se por favor – me sento e ele também – meu pai comentou algo a respeito da empresa, que que pretende instalar aqui em Florença.
—Sim, mas não é por isso que eu vim, gostaria de fazer negócios com você.
—Bom, o senhor tem 20% das ações dessa empresa, não me ocorre nada no momento, que possa lhe interessar, meus negócios fora daqui, principalmente.
—Não, não é isso, seu pai comentou comigo, que está em busca de um novo diretor financeiro, já que teve problemas com o anterior.
—Sim, sim, apesar de tudo o que aconteceu, ele era o melhor, não consigo encontrar ninguém tão bom quanto ele.
—Pois eu consigo, como sabe, eu tenho uma filha, Caterinna, provavelmente não se lembra dela, se viram acho que apenas duas vezes, e quando eram bem mais jovens.
—Me recordo vagamente.
Na verdade eu me lembrava bem, meu avô era apaixonado por essa garota, ele dizia que era a netinha que ele não teve, parecia gostar mais de Caterinna, do que de mim, que era seu neto, e eu morria de ciúmes disso.
—Certo, Caterinna, é formada em Administração e Ciências Contábeis, tem um ótimo currículo, e boas referências, e...
—Está com problema de dinheiro senhor Bianco?
—Não, dinheiro não é problema, a questão é que...bom, preciso de proteção para minha filha, preciso manter Caterinna fora de Milão e preciso manter ela ocupada.
—Se está com algum problema com alguma máfia, me diz.
—Não, é coisa que eu mesmo tenho que resolver, mas quero mantê-la fora disso, você estabeleceu um acordo de paz com a maioria das máfias da Itália, quem melhor para protegê-la, creio que ela estará segura do seu lado, bom, você me deve um favor, e eu disse que iria cobrar, chegou o momento de me retribuir.
—Sim, eu entendo, sei que é sua filha e aposto que ela deve ser boa, não me leve a mal, mas não costumo contratar mulheres para cargos altos na empresa, eu posso sim, me responsabilizar por ela e protegê-la, mas não posso garantir que irei contratá-la.
Colocar uma mulher no time da diretoria, estava totalmente fora de cogitação, já tive experiências ruins demais para arriscar novamente.
—Bom, Caterinna é muito esperta, ela não vai querer vir para cá, sem um motivo realmente plausível, pensei que contratá-la seria a melhor forma de mantê-la por perto, sem contar que será de grande ajuda para você, o emprego seria uma ótima desculpa para mantê-la longe de Milão, mas tudo bem, já me contento se somente protegê-la.
—Bom, se isso te faz se sentir melhor, eu vou estudar o currículo dela e as referências, posso fazer um teste com ela, se ela se sair bem, o emprego é dela, além do mais, também não consigo pensar em outra forma de mantê-la aqui.
No momento não vejo outra saída, para despistá-lo, posso fazer um teste, e depois arrumar alguma outra coisa para ela fazer.
—Perfeito, vou falar com ela, Caterinna não é muito fã de Florença, mas não me resta outra saída, a não ser mandá-la para cá.
—Milão não é tão longe daqui, se a quer manter longe, porque não a mandou para os Estados Unidos, Brasil, ou até mesmo para a Turquia, onde vive a família de sua esposa?
—Quero mantê-la longe, mas também mantê-la perto, e não há ninguém em quem eu confie, para proteger minha filha, a não ser você.
—Tudo bem, eu devo isso ao senhor, irei proteger sua filha.
—Com uma condição.
—Pode dizer.
—Eu te proíbo terminantemente, de se envolver com minha menina, conheço sua fama de mulherengo, e não quero que de maneira nenhuma, se envolva com ela, apenas o necessário, se você se envolver com ela, e a fizer sofrer, eu venho atrás de você, e não serei tão amigável.
Tento me segurar para não rir, me envolver com ela? Se me lembro bem, Caterinna, era uma garotinha mimada, e esquisita, usava uns óculos ridículos, falava de um jeito estranho, e era meio nerd, aposto que não mudou nada, e garotas nerds, não fazem meu tipo.
—Isso não será um problema senhor Bianco!
—Eu espero que não, Caterinna é uma mulher linda, e chama a atenção, mesmo sem querer, por mais atraído que se sentir por ela, não a toque, não a deseje e não chegue muito perto, ou já sabe.
Pais, sempre enchergando suas filhas, como a mulher mais linda do mundo, minha vontade era dizer que ele estava exagerando e que provavelmente, a garota não era tudo isso, que ele estava dizendo, mas eu não queria contrariá-lo, até porque se fizesse isso, com certeza não sairia vivo pra contar história.
—Como eu disse senhor Bianco, isso não será um problema, pode ficar tranquilo, eu sei o meu lugar.
—Ótimo, quero que me mantenha informado sobre tudo, e mais uma coisa, minha filha não pode saber disso, em hipótese alguma, ela não pode nem sonhar que nos falamos.
—Ela não vai saber senhor, ficará só entre nós.
—Confio em você, agora eu já vou – fala ele se levantando – preciso resolver mais algumas coisas, antes de voltar para Milão, foi um prazer revê-lo Giovanni.
Ele estende a mão para mim, aceito na mesma hora.
—O prazer foi todo meu senhor Bianco, e não se preocupe, irei proteger sua filha com minha vida se for preciso, isso não é nada, comparado ao que fez por mim, apareça qualquer dias desses, para fumarmos um charuto e tomarmos um burbon.
—Eu virei sim, com certeza, tenha uma ótima tarde Giovanni.
—Uma ótima tarde para o senhor também, senhor Bianco.
Ele sorri e se vai.
Que ótimo agora terei que virar babá, de uma garotinha nerd e mimada, eu mereço isso.
Se não fosse essa dívida que tenho com ele, eu com certeza recusaria, não tenho tempo para ficar vigiando alguém, meu tempo é precioso demais para perdê-lo com bobagens, mas enfim, agora que já aceitei, não posso voltar atrás, vou arrumar uma maneira de mantê-la ocupada, longe de mim, mas perto ao mesmo tempo, para poder vigiá-la, espero que eu não me arrependa.
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Meu Mafioso - Herdeiros Da Máfia (Concluída)
RomanceGiovanni Salvattore, recebeu uma missão: proteger a filha de um grande magnata italiano, que tinha muita influência sobre uma das maiores máfias da Itália, a Cosa Nostra, havia apenas uma condição: não se envolver com a jovem e muito menos se apaixo...