capítulo 48

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Giovanni

Resolvo voltar mais cedo para Florença, já havia terminado tudo o que havia ido fazer, não tinha porque ficar ali, sem contar que eu não confiava em deixar Caterinna sozinha na mansão, do jeito que é curiosa, era bem capaz dela querer vasculhar a casa toda e iria acabar descobrindo coisas que não era para ela descobrir.

Logo chego na mansão, me encontro com Betty no pé da escada.

—Bom dia Betty!

—Bom dia senhor, voltou cedo.

—Sim, terminei o que tinha para fazer antes do esperado, e Caterinna?

—Está trancada no quarto a horas, tomou café e subiu, disse que não estava se sentindo muito bem, acabei de vir de lá, fui avisá-la de que o almoço está para ser servido, mas nenhuma resposta, deve ter dormido.

—Ou ela simplesmente não está lá!

—Mas onde ela teria ido?

—Meu escritório!

Droga.

Vou em direção ao escritório, a porta estava destrancada, entro e na mesma hora, Caterinna saia do porão com Heitor.

—Mas que porra é essa!

Ela se vira para mim.

—Giovanni!

—Fica longe dele Cate, agora!

—Fica longe você, seu imundo, desgraçado, era isso que não queria que eu descobrisse, o que você faz aqui embaixo, como eu tenho nojo de você, você é um animal!

—Caterinna, se afaste dele!

Digo me aproximando, ela vai mais para perto de Heitor.

—Ele precisa de ajuda, vai morrer se ficar assim.

—É o que ele merece por ser um traidor!

—Quem você pensa que é, para decidir se ele vive ou morre, você não é Deus, pare de bancar o justiceiro!

—Tem coisas que temos que fazer, com nossas próprias mãos!

Me aproximo da estante, pego a arma que estava escondida ali e aponto para Heitor, ele não perde tempo, agarra Caterinna, e pressiona uma adaga na garganta dela.

—Larga a arma ou eu corto a garganta dela!

—Solta ela e eu não atiro.

—Giovanni, deixe ele ir!

—Ele só sai daqui, em um saco para defuntos.

—Por favor, deixe ele ir embora, você já o torturou demais!

—Solta ela e eu penso, se vou poupar sua vida.

—Você deveria poupar a vida de Caterinna, não deveria ter colocado ela nessa bagunça, nem você, nem Francis a merece, será o único responsável se algo acontecer a ela, o senhor Bianco não vai ficar nada contente se a única filha dele se machucar novamente, e dessa vez, Vicenzo não vai mandar somente ferir ela, vai mandar matar ela, você vai conseguir viver com isso Giovanni, afinal, você gosta dela né, agora ela passou a ser sua fraqueza de verdade, não se perdoaria se algo acontecesse com ela, e se eu ferir ela, só um pouquinho?

—Heitor, não faz isso!

—Tudo bem Cate, tudo bem, não vou te machucar, você pode ir.

Ele solta Caterinna, não penso duas vezes e atiro na cabeça dele.

—Nãooooo!

Grita ela.

—Não, você o matou, desgraçado, você o matou!

Ela vem até mim, e chorava.

—Ele já não pode mais te ferir.

—Ele não ia me ferir, seu desgraçado, você atirou nele, por que fez isso, por que o matou?

Ela dá socos no meu peito, abraço ela.

—Ele já estava morto Caterinna!

Ela me empurra.

—Porque você fez aquilo, com ele, seu monstro, miserável, eu te odeio, eu te odeio!

—Vem aqui, vou te levar para seu quarto, você precisa tomar um banho, tem sangue dele por todo seu rosto!

—Não, me toca, fica longe de mim, você é um monstro, eu te odeio, fica longe de mim!

Ela me empurra novamente e saí do escritório.

Dario e Gianni aparecem com as armas em punho.

—Senhor, o que aconteceu, ouvimos um tiro!

—Já está tudo sobre controle Dario, só tirem ele daqui, está manchando todo meu tapete de sangue.

Volto a arma no lugar, e vou atrás de Caterinna, ela estava muito abalada, mas não tinha o que fazer, ele poderia machucá-la, além do mais, óbvio que eu não deixaria ele sair daqui vivo.

Saio do escritório e já dou de cara com Dora e Betty.

—Senhor, o que aconteceu, a senhorita Caterinna, ela está ferida?

—Não, ela está bem, só está um pouco abalada, leve um calmante até o quarto dela, vou ver como ela está.

Subo para o quarto de Caterinna, entro mesmo sem bater, ela não estava no quarto, ouço o chuveiro, vou até o banheiro, e bato na porta.

—Vai...vai embora!

—Não dá para eu ir embora dá minha própria casa.

Betty aparece com o calmante, peço para ela deixar ali e me arrumar a chave extra do banheiro, logo ela volta com a chave, abro a porta, Caterinna estava encolhida na banheira.

—Saí daqui, na...não quero ver vo... você.

—Eu vim ver como você está.

—Co...como acha que eu estou, vo...você acabou de matar um homem, vo...você atirou nele, bem na minha frente.

—Era ele ou você, não iria permitir que ele te machucasse.

—Ele não iria me machucar... não iria, vo...você é o torturador aqui, não ele, ele era uma boa pessoa.

—Uma boa pessoa, você não o conhecia, não sabia do que ele era capaz.

Ela me olha e eu sinto pena dela naquele momento.

—Assim co...como não conheço você, não sabia que você era capaz de...de torturar as pessoas, ou até mesmo matar alguém, você falou de Francis, ma...mas está fazendo exatamente como ele, eu só conheço você, o que quer que eu conheça, a parte que... que convém a você, mentiu para mim, perguntei para você, se sabia alguma coisa do Heitor, você fingiu que nem se lembrava dele, enquanto isso, o torturava, bem embaixo da tua casa.

—Tem coisas que não é bom você saber, não merece se envolver nisso.

—Você me envolveu nisso, no momento em que me ofereceu um acordo para acabar com o Francis, se lembra, foi até minha casa, e me convenceu de ficar, se eu soubesse quem era você de verdade, e do que era capaz, eu jamais teria ficado, ou teria me envolvido com você, eu me arrependo amargamente de ter dormido com você, você é um monstro, um animal, nunca mais quero olhar para sua cara, eu vou embora daqui, e nunca mais quero te ver.

Meu Mafioso - Herdeiros Da Máfia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora