Bia

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***Esteban

Beatriz se mostrou ser uma pessoa muito simpática. A cada hora a mais que eu passava com aquela moça, eu me encantava ainda mais pelo seu jeito simpático e bem humorado.

Mas aquela sensação de que eu já a conhecia fazia algum tempo, continuava a me rodear. Eu só queria encontrar uma resposta para aquele sentimento estranho.

Beatriz se mostrava bastante atenciosa. Me dava todas as dicas que eu precisava para pegar o jeito do trabalho da forma mais rápida e simples possível.

Eu estava sentado na cadeira atrás do balcão organizando alguns arquivos que a garota havia me pedido, enquanto isso, ela estava de pé do lado de fora do balcão me observando atentamente. Ela mantinha um sorriso no rosto.

Ela debruçou-se sobre a bancada, e dirigiu-se a mim com um tom de voz bastante amigável:

- E então, Esteban... O que está achando do trabalho até agora?

- Por enquanto as coisas me parecem ser bastante simples. - Respondi. - Se for sempre assim, eu acho que não terei dificuldade alguma em pegar logo o jeito.

- Ah, que ótimo! Não precisa se preocupar. Não há nada de muito complicado. Tenho certeza que você estará pronto para cuidar de tudo sozinho o quanto antes.

- Acha mesmo?! - Perguntei com certa empolgação.

- Tenho certeza!

- Que bom ouvir isso! Pode ter certeza que estou fazendo o meu melhor! - Dei um meio sorriso para ela.

- Você é calouro na faculdade da cidade, né? Suzana comentou comigo. - Ela mudou de assunto repentinamente.

- Ah, sim! - Arqueei as sobrancelhas. - Eu consegui uma bolsa de estudos lá e comecei meu curso no início do ano.

- Que legal! Você me parece ser muito inteligente. - Ela especulou.

- Bem... - Eu fiquei meio pensativo. - Digamos que sou estudioso. Dizer que sou muito inteligente acho um pouco exagerado. - Soltei um risinho ao terminar de falar.

- Oras! Não seja modesto! Todo mundo sabe que somente os mais inteligentes ou os mais ricos entram para a UNI WorldHidden! E pelo que Suzana me falou, a segunda hipótese não é o seu caso, do contrário não estaria aqui! - Explicou ela.

- O que doutora Suzana disse?

- Ela me disse que você precisa do trabalho para ajudar a custear seus materiais e outras despesas extras.

- É verdade. - Admiti. - Tenho que me virar sozinho, não posso contar com ninguém.

- Que barra!

Estranhei a garota ter parado a conversa. Não era o que normalmente as pessoas faziam quando eu dizia que precisava me virar sozinho. Depois de uns instantes de silêncio, resolvi perguntá-la:

- Beatriz!

- Sim? - A moça voltou a me encarar.

- Não vai perguntar o porquê de eu ter dito que tenho que me virar sozinho? Normalmente é o que as outras pessoas fazem.

A garota sorriu e disse:

- Eu não sou como as outras pessoas... Acho que certas perguntas são totalmente desnecessárias!

- Entendo... Você não é do tipo curiosa. - Falei.

- Mentiu! - Ela deu uma risada. - Sou muito do tipo que se mete na vida alheia sim! Principalmente quando pego intimidade. Acho melhor não facilitar comigo.

B and E [Livro 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora