Desconfianças II

231 41 7
                                    

***Bryan

- Mãe! Mããeeee!!!

Adentrei a sala de estar da minha casa aos berros. Logo avistei a mulher que eu gritava, ela sentada a uma poltrona lendo atentamente alguns documentos... Provavelmente assuntos da empresa.

- Bryan!!! - Ela levantou-se e virou-se para mim, com um olhar de indignação. - Eu já não lhe disse para não sair por aí dirigindo sozinho?! Que irresponsabilidade!!! Eu estava morrendo de preocupação!!! Quando cheguei e a empregada me disse que você havia saído dirigindo, eu fiquei totalmente em pânico!

- Fica calma, mulher! Eu estou bem. - Tranquilizei-a, já me aproximando da mesma.

Antes de continuar a conversa, me sentei na poltrona vaga ao lado da que dona Vallentina ocupava. A seguir, fiz sinal para que ela voltasse a se sentar.

Com o semblante sério, minha mãe fez o que pedi e voltou imediatamente a me dar suas broncas:

- Você sabe como é perigoso dirigir sozinho por aí, meu filho! E se você passar mal ao volante?! Nem quero imaginar o que pode te acontecer!!!

- Mãe, pode se acalmar, por favor?! Eu estou bem, poxa! - Falei revirando os olhos.

- Me acalmar?! Sabe que seu estado de saúde aspira certos cuidados?! Por que fica teimando em dirigir sozinho por aí?!

- Eu não estava sozinho, o Esteban estava comigo! - Revelei.

- E posso saber onde os dois rapazinhos foram?! - Quis saber ela, enquanto largava os papéis que ela tinha em mãos, até então, sobre a mesinha de centro.

- É exatamente sobre isso que quero conversar contigo! - Fui o mais direito possível.

- Então é por isso que entrou em casa aos berros?! O que quer me falar?

Eu engoli em seco. Procurava, naquele momento, as palavras certas para iniciar aquela conversa tão difícil com dona Vallentina.

- Bem... - Hesitei a princípio.

- Então???...

- Eu havia prometido ao Esteban que o acompanharia até à delegacia. Ele está procurando respostas sobre a morte da mãe. Eu quis dar um apoio a ele. - Disse de uma vez.

A mulher, sentada ao meu lado, ficou em silêncio por um tempo. Eu não fazia a menor idéia do que poderia estar lhe passando pela cabeça. Sua expressão era de total confusão. Ela ajeitou os cabelos para um lado e pôs-se a falar, após aquele momento de silêncio total:

- O quê?! Mas pra que remexer nessa história após tantos anos?

- É um direito dele saber toda a verdade, já que o próprio pai não o diz nada, mãe! - Respondi.

- Como assim, meu filho?! - Ela parecia ficar cada vez mais surpresa.

- Isso mesmo que tu ouviu. O senhor Ethan, não quis contar a verdade ao Esteban sobre a morte da mãe.

- E como você tem tanta certeza disso?! - Perguntou ela ainda mais curiosa.

- Depois que fomos até a delegacia e ficamos totalmente frustrados, eu acompanhei o Esteban até à casa dele... O senhor Ethan parece saber de toda a verdade, mas não quis abrir o jogo de jeito nenhum! Ele parece ter muito medo de algo... Ou melhor, de alguém!

- O quê quer dizer quando diz que, ficaram frustrados depois de irem até a delegacia, Bryan? - Quis saber ela.

- É uma história muito chata, mãe... O caso da morte da mãe do Esteban foi arquivado! - Respondi.

B and E [Livro 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora