Respostas De Um Passado Nada Distante I

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***Esteban

Depois que cheguei no alojamento, tomei um demorado banho e passei o restante do dia na cama. Meus amigos haviam ido passar o fim de semana em casa.

Ficar no campus era a minha única opção, já que minha relação com meu pai não era das melhores. Depois que toda aquela história sobre a morte de minha mãe começou a vir à tona, aí mesmo que eu já não tinha o menor clima de dividir um espaço com ele... Nossa relação só fez por piorar.

Fiquei pensando em tudo que havia acontecido. Toda a conversa, o medo que o homem demonstrou ao tocar naquele assunto... Eu só me perguntava o por quê!

O que de tão grave poderia ter acontecido no passado, ao ponto de perturbar tanto o meu pai? O que o causava tanto medo de remexer àquela história?

Mas entre tantas coisas ruins que ele tinha falado naquele dia mais cedo, eu me lembrei de uma coisa boa: ele estava tentando me proteger de algo... Ou melhor, de alguém...

Isto era... Se ele não estivesse mentindo!

Mas no fundo, eu queria acreditar que o que ele estava fazendo era para me proteger. O homem nunca havia demonstrado qualquer sentimento paterno por mim. Ouví-lo dizer que estava fazendo aquilo pro meu bem, mexeu comigo de uma certa forma.

Deitado naquela cama, naquele quarto que ficava silencioso demais sem a presença de Benjamin, eu encarava o teto e parecia ficar cada vez mais imerso em meus pensamentos.

Já era fim de tarde, foi quando o meu celular começou a vibrar em cima da mesinha de estudos. Eu, rapidamente levantei-me e caminhei até a mesma. Quando olhei o visor do telefone, vi que era Ralph quem me ligava.

Peguei o aparelho, deslizei o polegar pela tela e imediatamente o aproximei da orelha. Do outro lado da linha, pude ouvir a voz que eu, cada dia mais, gostava de escutar:

- E aí, gatão!

- Oi, Ralph! Como estão as coisas com você?! - Perguntei.

- Estão ótimas! Mas creio que dá para melhorar! - Brincou ele deixando transparecer certa animação.

- Que bom! Me parece um tanto animado, ou estou enganado?!

- Um pouco... - Ele fez uma pausa. Pude ouví-lo suspirar. - Se eu vou continuar nessa animação ou não, só depende de você!

- De mim?! Por quê?! - Eu quis saber.

- Tipo... O que tu tá fazendo?! Tem planos pra hoje?!

- Plano nenhum... Mas por que a pergunta?! - Questionei, já começando a desconfiar que ele ia me propor algo. - Estou no quarto. Estava resolvendo umas coisas mais cedo e depois que cheguei, tomei um banho e não saí mais da cama!

- Nossa, velho! Que programa mais chato pra um fim de semana!

- Não tenho muitas opções. - Dei uma risadinha.

- Como não?! Esqueceu que agora tu tem namorado?! Pode me chamar pra fazer qualquer coisa quando se sentir entediado... Tu vai acabar fazendo eu me sentir um inútil se continuar me ignorando assim!

- Ah, Ralph... Não estou te ignorando... - Mordi o lábio inferior, antes de continuar. - É que eu não quero ficar te incomodando. Sei que você tem sua vida e seus amigos!

- Deixa disso, poxa! - Exclamou ele. - Agora tu também é meu amigo e também minha vida... Com o bônus de ser meu namorado... Eita! Parece que tirei a sorte grande!

- Seu bobo! Sempre dando um jeito de fazer piadas! - Não consegui conter o largo sorriso que se abriu a seguir.

- Quero sempre te fazer sorrir... Tu tem o sorriso lindo! Ficar de tromba é um desperdício total, sendo o príncipe que tu é!

B and E [Livro 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora