Eu Escolhi o Amar

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***Esteban

Na madrugada de terça-feira, aconteceu o funeral do meu pai... O tempo estava bastante frio, e uma nevasca avassaladora atingia WorldHidden.

Dentro da capela, haviam poucas pessoas: alguns colegas de trabalho do meu pai, alguns vizinhos, que eu só conhecia de vista, e meus amigos, que recentemente estavam ficando cada vez mais próximos.

Olhar aquele local praticamente vazio, só me fez confirmar o que eu a muito já suspeitava: senhor Ethan não era um homem de muitos amigos.

Por mais que a gente não se desse bem, mesmo assim eu não podia negar nosso parentesco. Era impossível eu negar o quanto aquela partida tão trágica estava sendo dolorida para mim. E ver que os nossos vizinhos presentes ali, eram na maioria somente curiosos, me magoava ainda mais. Eu sentia pena do homem deitado naquele caixão.

Eu estava sentado em um banco perto da porta, Ralph estava sentado ao meu lado, segurando a minha mão durante todo o tempo. Nossos amigos, estavam ocupando dois bancos à nossa frente, pareciam querer nos dar privacidade.

Ben, Xandriny e Louise, também não deixaram de aparecer. Mesmo tendo de ir para a faculdade na manhã seguinte, eles ainda estavam ali, firmes e me dando toda a força necessária, sempre que possível.

O local estava quase silencioso. Apenas alguns sussurros e o barulho do vento lá fora, quebravam de vez enquando o silêncio total.

Diante tantos problemas e tantos pensamentos perturbadores, eu não pude deixar de pensar em Bryan. Estava muito preocupado com o garoto, depois daquela mensagem um tanto estranha que recebi do número de telefone dele... Eu ainda não havia tido tempo de ir até a casa do mesmo, pois estava bastante ocupado cuidando dos preparativos para o funeral e enterro do meu pai.

Bryan, ainda não tinha me dado qualquer notícia para afastar meus pensamentos negativos com relação a ele... Aquilo, me angustiava ainda mais!

Aquela cerimônia fúnebre varou a madrugada. Quando o dia estava prestes a raiar, um padre chegou para dizer algumas palavras, e então, deu-se o início ao cortejo até o local do sepultamento.

A nevasca já havia parado, apenas um vento frio que parecia fazer até os ossos doerem, permanecia fazendo o seu estrago.

Tudo aconteceu um pouco mais rápido do que o planejando, devido ao clima. O sepultamento não demorou muito, logo, todos os presentes já estavam liberados para irem para suas casas.

O momento do adeus definitivo ao meu pai, foi ainda mais difícil. Imaginar que eu nunca mais veria aquele homem novamente, me causava um sentimento de dor e angústia indescritíveis.

Os amigos de trabalho de meu pai e os vizinhos, foram os primeiros a me prestar suas condolências e logo se dispersaram. Naquela altura, somente os meus amigos haviam permanecido comigo dentro do cemitério.

Todos se aproximaram de mim e, de uma forma totalmente inesperada, pegando-me totalmente de surpresa, eles me deram um longo, caloroso e gentil abraço grupal. Foi ainda mais impossível, para mim, conter as lágrimas naquele momento.

Eu me sentia acolhido, amado... Como eu nunca havia me sentido desde que minha mãe era viva. Eu ainda era jovem, mas eu ainda tinha muito vivo em minha memória cada gesto de carinho daquela mulher.

Ao término daquele abraço, que me emocionou tanto, todos me olharam com sorrisos tristes. Benjamin, foi o primeiro a se manifestar:

- Espero que fique bem, amigo, sei que é difícil. Mas uma hora essa dor vai passar! Eu e as garotas teremos de ir agora, temos aulas logo mais.

B and E [Livro 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora