Início Da Tormenta

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***Bryan

Ao longe eu ouvia vagos sons de batidas... Insistentes... Irritantes...

Eu estava sonhando? Eu ainda estava preso na escuridão de minhas pálpebras... Vagando por uma confusa e vasta dimensão entre o que era o mundo dos sonhos e a realidade.

As batidas ficavam cada vez mais repetitivas. Mas eu ainda estava preso, tentava responder e não conseguia... Era uma sensação perturbadora.

Não muito depois, uma voz chamando pelo meu nome, começou a fazer companhia aos sons irritantes das batidas... Eu sentia que estava cada vez mais próximo da realidade.

Lentamente, fui abrindo os meus olhos... Uma fraca luz que atravessava as cortinas grossas deixava cada canto do meu quarto bem visível.

Levantei-me e sentei-me na beirada da cama. Cocei os olhos e estendi meus dois braços acima da cabeça, enquanto soltava um sonoro bocejo. Mais uma vez, porém com maior intensidade, ouvi os sons das batidas enquanto a voz chamava pelo meu nome:

- Bryan! Você está bem?!!! Abra a porta, por favor!!! - Pedia minha mãe quase que em pânico.

- Já vou, mulher!!! Calma!!! - Fui obrigado a gritar par tranquilizá-la.

- Por Deus, meu filho, quer matar a sua mãe do coração???!!! - Gritou ela uma última vez do outro lado da porta.

Me pus de pé e caminhei em direção a porta do quarto... A seguir, virei a chave destrancando-a. Sem muita paciência, dona Vallentina logo girou a maçaneta, empurrou a porta e entrou no cômodo como um furacão:

- Que susto você me deu, Bryan!!! Não faça mais isso, está me entendendo bem?!

- Mas que diabos eu fiz agora, mulher?! Eu só estava dormindo!!! - Eu não conseguia entender aquela cena toda.

- Você sabe muito bem que eu fico louca de preocupação devido ao seu estado de saúde atual!!! - Ela mantinha seus olhos arregalados, fixos em mim.

- Ah! Agora eu entendi!!! - Caminhei até o closet e comecei a procurar uma roupa para tomar meu banho matinal. - Estava com medo que eu tivesse empacotado enquanto dormia, não é isso?!

- Bryan, por favor, não faça essas piadinhas! Não é engraçado! - Disse ela tensa.

- Tá bem, mãe... Me desculpa! - Sorri. - Eu sei que você fica preocupada, mas eu estou bem... Pelo menos por enquanto.

- Tá vendo só?! Acabou de se desculpar e já está falando mais besteiras!!! - Protestou ela. - Não vê que isso me deixa triste?!

Eu, já de posse de minhas roupas, caminhei até à cama, joguei-as em cima da mesma e em seguida voltei até minha mãe e a dei um abraço dizendo:

- Desculpa, mulher! Não é mais minha intenção te deixar irritada, já estamos bem... Não fizemos as pazes? É que é muito difícil parar de fazer essas brincadeiras. - Eu a soltei e recuei um passo, dando uma piscadela. - Essa minha veia cômica além de ser minha válvula de escape para tudo que venho passando, é meu único atrativo.

- Seu danadinho! Mas tente não me provocar tanto que eu fico nervosa!

- Tá me pedindo algo um pouco impossível de realizar. - Soltei um risinho enquanto voltava até a cama para apanhar as minhas roupas.

- Malandrinho! Você não tem mesmo jeito! - Dona Vallentina também riu, já caminhando em direção à porta, para abandonar o quarto. - Se apresse para tomar o seu banho e desça logo para tomar o café da manhã comigo!

- Sim, senhora! - Brinquei a olhando.

Quando chegou à porta, minha mãe parou, apanhou a chave que estava na fechadura e a mostrou-me dizendo:

B and E [Livro 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora