Um Novo Olhar

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***Esteban

Meus olhos foram se abrindo lentamente... Demorou um pouco até que eu conseguisse me acostumar com a luz ambiente.

Ainda bastante confuso e com certa preguiça de levantar da cama, dei uma boa olhada ao redor. O ambiente em que me encontrava era totalmente desconhecido para mim.

Eu estava deitado sobre uma gigantesca e fofa cama de casal de cabeceira alta, no teto eu pude reparar que haviam pequenas estrelas em espelho decorativas, a luminária no centro do teto tinha um formato de meia lua, em um lado do cômodo havia um gigantesco closet de portas espelhadas, do outro uma grande porta-janela coberta por finas cortinas brancas. Na parede aos pés da cama, ficava uma escrivaninha com um computador, e alguns livros. Ao lado havia uma porta fechada, que eu deduzi que fosse a do banheiro, e outra entreaberta que eu notei que dava acesso a um corredor.

Ainda bastante sonolento, devido ao cansaço da noite anterior, me levantei lentamente daquele lugar confortável e sentei-me na beirada da cama.

De forma totalmente automática, ergui meus dois braços acima da cabeça espreguiçando-me e soltando um sonoro bocejo. A seguir, cocei os olhos e foi aí que meu cérebro começou a raciocinar, colocando meus pensamentos em ordem. As lembranças do final da noite anterior começaram a borbulhar intensamente.

Depois que eu e Ralph saímos do banheiro do clube, voltamos para o salão e continuamos a beber e conversar com os outros. Eu estava totalmente estasiado com que que havia acontecido naquele reservado. O garoto, de fato, me deixou pisando em nuvens.

Eu não exagerei na bebida, não tinha muito costume de consumir álcool, fui bastante cauteloso com medo de dar algum vexame na frente de todos. Com certeza seria uma vergonha que eu demoraria para superar.

Ao contrário de mim, Benjamin acabou se excedendo, ficou de porre e acabamos tendo que carregá-lo nos ombros no momento de sair do clube. Meu amigo estava muito engraçado, sem dizer coisa com coisa.

Devido ao horário em que saímos, os portões do campus já estavam fechados. Eu lamentei pelo ocorrido e expliquei aos outros que iríamos para a casa dos pais de Ben, foi quando Beatriz gentilmente ofereceu para que ficássemos em sua casa, que era bem mais perto, e seus pais estavam fora da cidade. Eu não tive como recusar, no estado em que Benjamin se encontrava qualquer ajuda era muito mais que bem-vinda.

E foi assim que acabei naquela gigantesca e fofa cama de casal. A cama de Beatriz, que a garota gentilmente ofereceu para dividir comigo naquele fim de noite onde a maioria estava de porre. As únicas exceções eram eu, ela, Ralph e Thales.

Apertei os meus olhos que ainda queimavam um pouco com a luz daquela manhã. Vi-me totalmente distraído observando as finas cortinas brancas sendo balançadas por uma leve brisa fria que entrava por uma fresta na porta-janela.

Me fazendo emergir de meus pensamentos sobre a noite anterior, a voz de Beatriz inundou o quarto quando ela entrou quase que gritando:

- Bom diaaaa!!!

- Ah! Bom dia! - Olhei para a garota que vestia uma camisola branca e longa de seda.

- Dormiu bem, amado?! - Perguntou ela caminhando até as cortinas e as escancarando de uma só vez.

- Como uma pedra! - Respondi dando um meio sorriso. - Nem sei como te agradecer por ter deixado a gente passar a noite aqui. Você salvou nossas vidas!

- Que isso! Somos amigos. - Ela virou-se para mim cruzando os braços. - Além do mais, pelo andar da carruagem, logo você passará a fazer parte da família, não é?!

- Quê?! - Arregalei os olhos enquanto sentia meu rosto corar.

A garota cerrou os olhos e me encarou com bastante malícia, antes de voltar a falar:

B and E [Livro 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora