Início Da Tormenta II

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***Bryan

A sensação que eu sentia, era quase que impossível de se explicar... Parecia que minha mente estava fora da realidade... Eu sentia como se fosse enlouquecer antes de por fim perder os sentidos.

Meu coração batia cada vez mais acelerado... Eu sentia um suor frio escorrer pelo meu rosto... Minhas mãos pareciam dois picolés.

A paisagem do lado de fora, passava por nós em alta velocidade. Minha mãe dirigia como se estivesse participando de uma corrida ilegal.

A todo momento, ela me perguntava como eu estava me sentindo, o que eu tinha... Mas eu não conseguia respondê-la, minha boca estava seca demais e minha garganta parecia estar se fechando lentamente.

A voz que eu havia ouvido do outro lado da linha naquela ligação, parecia continuar ecoando na minha cabeça... Era como se tivesse me levado toda lucidez.

- Bryan, fala alguma coisa comigo, meu filho!!! Por favor!!! Eu estou muito preocupada! - A voz trêmula de minha mãe, inundou o interior do veículo.

Eu respirei fundo e abri minha boca. Mas nenhuma palavra saía... Eu sentia minha língua rígida e ressecada. Um gosto amargo dominava minhas papilas gustativas.

Vendo que suas investidas não retornariam qualquer resultado, dona Vallentina pisou ainda mais fundo no acelerador. O medo de que algo muito ruim estivesse acontecendo comigo naquele momento, era muito maior do que o de sofrer um acidente por conta da fina camada de neve que cobria o asfalto naquela manhã, tornando o caminho mais escorregadio.

***

Sem se preocupar com o mau jeito, minha mãe estacionou o carro de qualquer maneira na entrada do hospital da cidade. Imediatamente ela saiu do seu acento e deu a volta no veículo, abrindo a porta do carona.

Pagando-me pela mão, dona Vallentina disse:

- Venha, meu amor! Consegue andar?!

Eu fiz apenas um movimento positivo com a cabeça, enquanto usava minha mão livre para soltar o cinto de segurança.

Assim que saí do carro, minha mãe bateu a porta do mesmo com força, entrelaçou um de seus braços ao redor da minha cintura e disse com um tremor na voz:

- Vamos!

Caminhamos rapidamente até a entrada do prédio, agora eu já conseguia raciocinar melhor. Minha ficha, começou enfim a cair quando coloquei os meus pés no saguão da entrada daquele lugar. Aquele aroma... O aroma de hospital que eu tanto repudiava, invadiu minhas narinas me despertando de vez... É... De fato eu não estava tendo um pesadelo! Aquela era a realidade... Nua, crua, dura... Impiedosa!

- Quer que eu chame o doutor, Bryan?! - A voz confusa de minha mãe terminou de fazer o trabalho.

- Oi???!!! - Parei de caminhar e a olhei sem entender muita coisa.

- O doutor... Para te examinar! Não é por isso que viemos aqui?! - Perguntou ela.

- Não!… - Neguei e uma lágrima solitária escapou do meu olho direito.

- Então... O que foi, meu filho? Você parece estar super mal! Eu não estou entendendo nada!!!

Eu engoli em seco, apertei os olhos e dei um profundo suspiro antes de falar enquanto sacudia a cabeça repetidamente em sinal negativo:

- Não sou eu mãe... É... O Cristopher!

- O quê!!!??? - Minha mãe soltou-me e levou as duas mãos até a boca, cobrindo-a. Seus olhos estavam arregalados.

B and E [Livro 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora