Carga

257 41 10
                                        

***Esteban

Eu entrei na recepção da clínica cardiológica às pressas, sendo seguido por Ralph.

Assim que me aproximei do balcão de informações, me deparei com uma velha conhecida: Vivian. A moça me olhou assustada, parecia não entender o motivo de eu estar ali.

Já levantando-se da poltrona, ela perguntou:

- Esteban???!!! Mas o que está fazendo aqui?! Não está de licença?!

- Estou... - Respondi meio nervoso. - É que tenho um outro assunto para resolver aqui!

Sem dar muita bola para a minha evidente inquietação, a atendente do período matutino desviou do assunto:

- Eu fiquei sabendo o que aconteceu com o seu pai... E eu queria dizer que, eu sinto muito.

- Obrigado pela sua solidariedade, Vivian!... - Falei um pouco rápido demais. - Mas poderia, por favor, me ajudar em uma coisa?!

Ela me fitou preocupada, enfim, parecia ter notado todo o meu nervosismo.

- O que seria? - Quis saber. - Se eu puder, lógico que te ajudo!

Eu engoli em seco, debrucei sobre o balcão para encará-la melhor, e por fim, perguntei:

- Por um acaso, aquela ricassa chamada Vallentina Greggio está na clínica?

Vivian pousou o dedo indicador sobre os lábios, enquanto revirava os olhos... Estava pensativa. Parecia estar tentando se lembrar de quem eu estava falando. Depois de alguns minutos, ela me fitou franzindo o cenho e questionou:

- Desculpe perguntar, mas... Por que alguém como você quer saber de uma pessoa tão importante?

- Pelos céus, Vivian!!! - Ergui o tom de voz por um breve momento. Eu estava ansioso demais, para ter que lidar com a mania de grandeza daquela moça. - Dá pra deixar seu espírito de luxúria de lado, pelo menos uma vez na vida, e responder a minha pergunta?!

- Calma, esquentadinho! - Ela recuou meio sem jeito. - Eu só fiz uma pergunta, não queria ofender...

- O filho dela é meu amigo, me disseram que ele está aqui! Por isso eu estou perguntando! - Disparei de uma vez.

Vivian inclinou-se para olhar o computador, apoiou a mão sobre o mouse e deu alguns cliques. Quando terminou aquele processo, que diante de toda a minha ansiedade, pareceu ser lento demais, ela voltou a me olhar e perguntou:

- O nome do seu amigo seria Bryan Greggio Lancaster?

- Isso mesmo! - Em seguida, olhei para Ralph, meu coração já estava quase saindo pela boca. - Pelo jeito é verdade... Ele está mesmo aqui!!!

- Fica calmo, vai acabar tendo um treco!. - Sussurrou ele.

Voltei a encarar a moça atrás do balcão, e perguntei logo em seguida:

- Então? Onde está a mãe dele? Teria como eu falar com ela?!

- Tem sim. Ela provavelmente deve estar no quarto com ele. - Respondeu a moça. - Vá até lá e veja se ela irá te receber. É só pegar o elevador até o terceiro andar... Depois você anda pelo corredor da direita e procura o quarto trezentos e dezessete! Mas pelo amor de Deus, Esteban, não entre sem bater na porta! - Ela alertou por fim.

- Tudo bem... Obrigado pela ajuda, Vivian!

Segurei a mão de Ralph e quase que saí o arrastando pelo saguão. Pegamos o elevador, e logo chegamos ao nosso destino: o terceiro andar.

Segui todas as instruções de Vivian, até que finalmente me deparei com o quarto que ela havia mencionado. Eu e meu namorado, paramos em frente à porta, eu o olhei, e disse após soltar todo o ar de meus pulmões:

B and E [Livro 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora