• Capítulo Dois - Eu mando e você obedece

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• ARIANA GRANDE •
— Toronto, Canadá.

Depois que Jeremy deixou a casa, os seguranças voltaram para seus respectivos locais enquanto meu pai e Justin foram para o escritório me deixando sozinha naquela sala de estar enorme.

Os seguranças apostos me deixavam com uma sensação completamente estranha, eu não sabia se me sentia mais observada ou protegida.

— Eu não estou nem aí para a sua projeção nova do sistema de segurança, Beadles. — Uma voz masculina vem de uma das portas. — Eu só queria dormir.

— Quem mandou você ficar até tarde com aquela garota. — Outra voz responde.

Eu me sinto ainda mais acanhada quando as vozes se aproximam, ainda mais.

— Cala a boca vocês dois! — Uma terceira voz fala. — Eu estou morrendo de dor de cabeça.

Eu praticamente prendo a respiração quando três homens adentram a porta, eles são basicamente diferentes e totalmente desconhecidos.

— Tem uma garota no sofá ou eu estou muito bêbado ainda? — O loiro de olhos azuis comenta.

— Se não tiver uma garota, então eu estou muito louco ainda. — O de cabelos escuros me encara.

— Parem de ser idiotas, é óbvio que tem uma garota aqui. — O loiro de olhos escuros bufa. — Mas a pergunta é o que ela está fazendo aqui.

— Novo carregamento de vadias, deve ser isso. — O de olhos claros diz. — Eu só não sabia que chegaria tão cedo.

Carregamento de vadias?

— Ela não é uma vadia, Butler. — O mais sensato deles diz. — Olha como ela está vestida.

— Quem é você? — O de cabelos escuros resolve me perguntar.

A verdade é que eu não sei muito bem o que dizer.

Abro a minha boca, mas fecho a mesma assim que a porta do escritório de Justin é aberta e ele sai de lá sendo acompanhado pelo meu pai.

— Até que enfim vocês apareceram, achei que tinham morrido depois da festa de ontem. — Justin os encara com familaridade.

— Você ia morrer de chorar se algo tivesse acontecido. — O de olhos azuis brinca. — Você ama esses otários.

— Eu ia mandar uma coroa de flores porque não seria mais do que a minha obrigação. — Justin responde frio e o homem revira os olhos. — Acho que vocês já conheceram a Ariana.

— Na verdade não. — O outro loiro fala com Justin. — Ela não falou nada desde que chegamos aqui.

— O gato comeu a sua língua? — Os olhos caramelados de Justin me encararam. — Ou você só abre a boca para pagar boquete?

Eu não me dei ao trabalho de responder e Justin bufou por isso.

— Quem é ela? — O de cabelos escuros ainda estava perdido.

— O nome dela é Ariana e eu vou me casar com ela amanhã. — Justin diz com simplicidade.

Todos os três começaram a tossir descontrolavelmente.

— Você está de sacanagem com a minha cara né? — Um perguntou.

— Não, Ryan, é sério.

— Agora o fato de estar vindo um monte de flores faz todo o sentido do mundo para mim. — Outro comenta. — Por um momento achei que você estava ficando louco.

— Se eu vou me casar, pelo menos quero que seja aceitável.

— Por que vai fazer isso? — Um nos olha desconfiado. — Essa menina nunca apareceu aqui e você não pode dizer que a ama, porque você não ama ninguém.

— Tenho um acordo com o pai dela e essa foi a condição dele. — Justin dá os ombros. — Eu me caso com ela e a mantenho em segurança e ele me dá o que eu quero para fazer a minha vingança.

— Mas como isso funciona? — O tal do Ryan questiona. — Casamento de fachada?

Eu tenho medo de sua resposta.

— Vai ser um casamento de verdade como o de todo mundo, mas eu não vou mudar o meu estilo de vida por ter uma aliança no meu dedo. — Justin revira os olhos. — Vou continuar indo as boates, frequentando os rachas e comendo as putas.

— E a Ariana, Justin?

— Chaz, a única diferença é que agora eu vou ter uma vazia fixa.

Sua fala me faz engolir seco.

— Minha filha ainda é virgem. — Meu pai diz totalmente orgulhoso.

Minha intimidade está sendo exposta pelo meu próprio pai e isso me enoja.

— Isso não era uma exigências. — Meu futuro marido revira os olhos. — Elas ficam tão carentes quando perdem essa merda que era melhor já não ter.

— Então me deixa perder essa merda antes que seja mais decepcionante para mim e para você. — Minha voz não soa tremida e eu agradeço por isso.

Mas não agradeço por ter dito as palavras.

— O que disse? — Seus olhos focam exclusivamente em mim e por um momento eu acho que ele vai me bater.

— Eu gostei dela. — O de cabelos escuros diz.

— Cala a boca, Chaz. — Justin está sério enquanto caminha na minha direção. — Você tem ideia do que disse?

— Eu disse que vai ser decepcionante se você romper a porcaria do meu hímen, não foi isso que você também quis dizer? — Eu não sei da onde estou tirando coragem para lhe dizer isso.

— Espero que saiba onde você está se metendo no momento em que assinar os papéis, porque eu posso transformar a sua vida em um inferno quando apenas eu posso te tirar dele. — Ele abriu seu sorriso mais sacana. — Você vai estar com uma aliança no dedo provando pro mundo que você é minha, então haja como tal, porque aqui na minha casa, eu mando e você obedece.

Eu quero morrer.

SPILLED BLOOD [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora