• Capítulo Oitenta - Novamente

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• ARIANA GRANDE •
Califórnia, Estados Unidos.

As semanas que se seguiram pareciam estar tudo em paz. Caitlin ainda fazia alguma de suas cenas, mas eram sempre longe de Justin e com todo o cuidado possível para que eu não tomasse a decisão de expulsa-la.

Meu marido e eu estávamos na melhor fase possível, embora ele estivesse sempre enfurnado naquele maldito escritório. Justin estava trabalhando mais do que nunca, ou seja, toda a responsabilidade de casa e seus problemas — incluindo a irmã problematica do Christian — estavam por minha conta e isso me preocupava.

Eu conseguia lidar com tudo, mas ele estava trabalhando demais.

— Me diga. — Caitlin fala comigo na mesa do café da manhã. — Você sentou no Chaz primeiro para depois acusa-lo de estupro?

— Cadê a sua sororidade? — Eu a fito, sem paciência. — Eu acusei um homem de tentativa de estupro, cheguei aqui toda machucada e tenho que ouvir uma outra mulher dizendo que eu estou mentindo?

Estou admirada que os meninos tenham acreditado em mim, mas ela, que é uma garota como eu, sabe muito bem dos perigos que corremos todos os dias, está aqui na minha frente apontando o dedo para mim me acusando de mentir.

— Eu conheço o Chaz e você me parece muito perfeitinha para ser de verdade. — Ela dá os ombros. — Eu vou acha-lo e então vou descobrir o que aconteceu.

— Você acabou mesmo de bolar um golpe contra mim na minha frente? — Eu franzo a testa. — Isso não é muito inteligente, eu diria, querer destronar a rainha do tráfico.

— Entenda como quiser.

— Caitlin, eu sinceramente não dou a mínima para o que você fala, sabe? — Eu sorrio fraco. — Porque eu sei o que houve, eu tenho a verdade como escudo e se você procurar o Chaz, ele vai te contar o que fez e dizer todo aquele papo furado sobre estar arrependido.

Ela ficou parada, me olhando, sem dizer nada.

— E o fato de você estar a todo custo querendo achar alguma razão para que eu vá embora, não me assusta nenhum pouco. — Digo, simples. — Porque eu sei que o Justin e eu nos amamos, assim como eu também sei que quando eu me cansar dos seus joguinhos, eu tenho o livre arbítrio para te mandar embora.

Caitlin engole seco e o sorriso que há em meu rosto cresce ainda mais.

— Quanto mais você tenta me derrubar, mais você está cavando um buraco para se afundar. — Eu passo a geleia de morango na minha torrada, tranquilamente. — Acho que já estamos conversadas.

Minha arqui-inimiga volta a comer em silêncio e eu agradeço mentalmente por isso, afinal, não faz nada do meu feitio ameaçar as pessoas com todo esse lance de ser a rainha do tráfico.

Justin adorava esse título e fazia questão de mante-lo, mas eu nunca quis isso.

— Bom dia. — Emily adentra a cozinha devagar e praticamente se joga na cadeira ao meu lado.

Minha melhor amiga não está com uma cara boa e Caitlin nem se dá ao trabalho de olhar para ela.

— Bom dia. — Eu observo ela. — Você está bem?

SPILLED BLOOD [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora