SPILLED BLOOD [1]

• Capítulo Cinquenta-Três - Ariana, por favor

• ARIANA GRANDE •
— Califórnia, Estados Unidos.

Eu estava pronta, completamente arrumada segundo ao que Emily escolheu para mim, mas eu não me sentia feliz.

As palavras de Chaz ainda queimavam a minha mente e eu me sentia péssima.

— Você está bem? — Justin me perguntou enquanto dirigia. — Você está quieta.

— Onde estamos indo? — Eu desconverso.

Eu não quero falar do que eu estou sentindo ainda mais para o Justin, eu não quero criar problemas para o Chaz apesar de saber que agora provavelmente ele me odeia.

— Emily deve ter te dito sobre as festas que rolam aqui. — Ele tenta sorrir.

— Ela comentou.

— Acho que não é bem o lugar que você frequentava quando estava aqui, assim como não é o lugar que eu costumo frequentar por causa da vida falsa que eu levo. — Ele brinca. — Mas acho que é importante a sua vinda para que você entenda algumas coisas.

— Como por exemplo como funciona as festas que geram o seu dinheiro sujo? — Eu o olho nos olhos.

A verdade é que eu não sei porque eu disse isso, eu só me sinto tão frustrada com toda essa situação que eu ando enfrentando.

Parece que sempre que eu arrumo uma coisa na vida, outra bagunça e eu estou sempre tendo que limpar a bagunça.

— Ariana, o que foi? — Justin estaciona o carro no meio do nada e me encara.

Eu consigo ver seus olhos caramelados me fitando, tentando capturar qualquer sinal meu que diga que há algo errado, mesmo ele sabendo que há.

Ele quer provas e eu quero respostas.

— Preciso que me faça uma promessa e preciso que jure pela coisa mais sagrada que você tem na sua vida. — Eu olho em seus olhos.

Meu coração está apertado, eu quero chorar.

Talvez eu não esteja pensando direito, mas eu preciso falar para ele ou eu irei explodir.

— O que foi?

— Prometa para mim que não vai fazer uma loucura. — Meus olhos se enchem de lágrimas.

— Prometo pela minha mãe. — Ele diz, sem hesitar. — Agora você pode me dizer que droga está acontecendo.

— Eu não aguento mais viver assim Justin, eu estou em pedaços e todos os dias eu ando tentando me remendar, mas as minhas fitas acabaram, os remédios não fazem mais efeitos e eu desejo acabar com isso. — Eu choro enquanto falo as minhas metáforas esperando que ele entenda o que eu sinto. — Eu achei que seria tudo mais fácil, odiar você, odiar os meninos, odiar o meu pai, odiar a vida que vocês dois me colocaram, mas não é fácil odiar.

— Ariana..

Eu não deixo ele falar.

— Tudo o que eu precisava era dizer sim, dar início ao meu calvário e passar o resto da minha vida odiando você por não me deixar viver, mas você me apresentou um mundo cheio de coisas que eu não conhecia, você me deu esperanças, me deu amor e depois me jogou no chão frio, pisou nos meus sentimentos como se não fossem nada, como se eu não fosse nada. — Estou em prantos. — Você me afastou, depois mudou de ideia, você me quis novamente e eu fui porque acreditei que seria diferente, mas então amanheceu e você pulou para longe de mim como se eu fosse tóxica para você.

Ele estava parado me olhando sem dizer nada, me esperando colocar tudo o que eu sinto para fora.

— Você confiou em mim para me contar a história da sua vida, mas depois disse que tudo não passou de uma mentira, mas quando eu estava em prantos, Emily me disse que você foi verdadeiro comigo, então eu te pergunto por que você me afastou quando tudo o que eu mais queria era que você ficasse? — Eu estou tentando controlar meus batimentos cardíacos, mas eu sinto que tudo está fora do meu controle agora. — Por que você me deu esperanças se depois iria remove-las? Por que você continua voltando para mim se vai me afastar no dia seguinte? Será que você me odeia tanto assim?

Meus sentimentos estavam me consumindo e eu só esperava que essa conversa lavasse a minha alma machucada por esse amor louco que o Justin me fez sentir.

— O Chaz me avisou sobre você, porque ele sabia o que você faria, ele tentou me proteger e eu virei as costas para a única pessoa que tentou me alertar e mesmo assim você me feriu. — Eu digo, ainda chorando. — Ele me ofereceu o mundo, a certeza de um amor tranquilo e eu troquei tudo pelas suas incertezas, suas trocas de humor e suas mentiras, me diga o quão estúpida eu sou por estar aqui novamente nesse carro saindo com você quando ele só está esperando uma chance para fazer o certo comigo?

Justin apenas desviou os olhos de meu e voltou a dirigir, sem dizer nem uma palavra.

Eu me sinto ainda pior do que se ele tivesse me dito coisas horríveis, o silêncio consegue ser ainda pior.

Chorei em silêncio o caminho inteiro enquanto fitava a janela e ele se manteve assim, frio e distante.

— Chegamos. — Foi a única coisa que ele disse assim que o carro parou.

Eu não queria estar aqui, eu quero estar novamente em casa para ir para o meu quarto chorar até dormir porque ele não disse nada e o meu coração está doendo de novo.

— Eu quero ir embora.

— Ariana, por favor, desce comigo. — Ele suspira. — Eu preciso te dizer tudo, mas tem que ser aqui.

Era a última chance, a última gota de esperança para que ele me dissesse algo que fizesse com que eu me sentisse melhor.

Minhas lágrimas estavam se esgotando por ele e essa merda que eu chamo de amor.

Eu sempre preciso de respostas e ele nunca me dá.

— Tudo bem. — Eu saio do carro sem olha-lo.

Eu paro na frente daquele lugar completamente desconhecido e limpo as minhas lágrimas esperando que ninguém note que eu chorei, mesmo sabendo que todo vai notar pelo meu rosto inchado.

Eu nunca vim aqui, nem mesmo quando eu morava nos Estados Unidos, mesmo quando a minha vida ainda naonera uma bagunça marcada por máfias, Justin Bieber, um casamento indesejado ou uma recompensa pela minha cabeça.

Trata-se de um lugar completamente aberto, com uma enorme estrada de terra, o som é automotivo, há muitas meninas dançando, o pessoal esta completamente bêbado ou drogado e há pessoas competindo.

Eu já ouvi falar dessas festas, são rachas.

Mas por que eu estou aqui?

— Estou aqui como você pediu. — Eu respiro fundo, tentando me acalmar, mesmo sentindo uma vontade absurda de chorar.

— Eu te trouxe aqui porque essa festa é um lugar muito importante para mim, talvez não essa especificamente. — Ele parece meio sem jeito. — Eu te trouxe até aqui porque eu pretendo te contar tudo.