• Capítulo Oitenta-Quatro - Longe

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• ARIANA GRANDE •
Califórnia, Estados Unidos.

Abri meus olhos devagar, porque estava sendo muito difícil me acostumar com aquela luz branca forte no meu rosto. Mas eu pude suspirar aliviada quando vi que Justin estava dormindo na cadeira de descanso.

Ele não havia ido atrás do Santinelli, ele havia preferido me salvar.

Eu me mexi na cama e senti uma dor aguda nas costas, o que me fez gemer. Justin abriu os olhos na hora e se levantou.

— Ariana. — Ele piscou diversas vezes, tentando entender se isso era real. — Você está bem?

— Acho que não. — Digo. — Afinal, eu estou em um hospital.

Eu ainda não quero conversar com ele, porque eu ainda não esqueci tudo o que me aconteceu. Ele me usou como moeda de troca e depois voltou atrás, eu pedi para que ele deixasse o Santinelli ir e ele preferiu não me ouvir, agora por causa das escolhas dele, eu estou aqui deitada em uma cana de hospital sem saber se eu ainda posso ou não andar.

— Eu vou chamar a enfermeira. — Ele me avisa.

Balanço a cabeça assentindo e ele se afasta. Não demora muito tempo até que ele volte com uma mulher.

— Como você se sente? — Ela me olha.

— Bem, na medida do possível. — Eu suspiro.

— Você teve bastante sorte, senhora Bieber. — Ela murmura. — Se você tivesse demorado mais um pouco e a munição tivesse se estilhaçado e atingido alguma vértebra, você poderia não estar mais andando hoje em dia.

— Eu ainda posso andar? — Meus olhos se enchem de lágrimas.

— Sim. — Ela sorri. — Mas não agora, porque você ainda se recuperando.

— Você não está mentindo para mim não né? — Eu pergunto a ela, completamente nervosa.

— Não, olhe. — Ela tira uma agulha do seu bolso e o aproxima do meu pé, que ainda está parado. — Me diga se você sentir alguma coisa.

Antes que ela pudesse encostar com aquela agulha no meu pé, eu já puxei o mesmo.

— Nem precisamos fazer o teste. — Ela ri, enquanto guarda a agulha novamente. — Você está bem.

— E por que eu não estava conseguindo mexer minha perna quando eu acordei? — A questiono.

— As vezes a nossa mente gosta de nos pregar algumas peças. — Ela dá os ombros. — Enfim, hoje a noite você deve ficar em observação e amanhã já pode ir embora.

— Obrigada.

A enfermeira vai embora e o olhar de Justin se foca em mim. Ele puxa a cadeira que estava sentado para mais perto.

— Como a Emily está? — Eu pergunto.

Sinto que posso falar de qualquer pessoa com ele agora, menos de nós.

— Ela passou por uma cirurgia assim como você. — Ele ri, sem humor. — Eu acho que nunca vi eu e o Ryan tão preocupados quanto ficamos hoje.

SPILLED BLOOD [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora