• Capitulo Quarenta-Três - Discurso

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• ARIANA GRANDE •
- Califórnia, Estados Unidos.

Os olhos de Justin encararam os meus e pela primeira vez, eu vi preocupação, algo não estava saindo como planejado.

- O que foi? - Pergunto, começando a ficar nervosa.

Eu sei que tem algo errado, eu sinto.

- Santinelli está saindo daqui e o Ryan ainda lá. - Justin parece estar enfrentando um dilema e eu não faço ideia de como ajudá-lo. - Se o Santinelli chegar com os homens que vieram o acompanhar, Butler não terá nenhuma chance.

Ryan sem dúvidas havia pegado a tarefa mais difícil, acabar com a casa do Santinelli sozinho. E agora, com o Arthur indo embora, tudo ficava pior porque haviam mais homens com ele.

- Ligue para o Chaz e para a Emily, vão atrás dele. - Eu digo, começando a ficar desesperada.

O resto da equipe provavelmente já teriam terminado suas tarefas que eram mais fáceis, eles poderiam fornecer o apoio necessário.

Eu já começo a imaginar a cena do pior acontecendo.

Tudo o que eu quero é que o Ryan saia de lá em segurança, sem que dê tempo para o Arthur agir.

- Eu ainda não fiz o meu discurso sobre as crianças carentes, eu não posso simplesmente te largar aqui totalmente despreparada. - Justin está visivelmente perdido.

Acho que pela primeira vez na vida, ele não faz ideia do que vai acontecer e está preocupado com as consequências da decisão que tomar.

Mas a verdade é que o Justin e o restante da equipe são os unicos que podem ajudar o Ryan a sair dessa. E enquanto o meu marido faz isso, eu posso fazer um discurso sobre crianças carentes.

Tudo pelo Ryan.

- Eu consigo. - Eu garanto a ele. - Mas você precisa ir atrás do Ryan com a sua equipe ou o pior pode acontecer.

As minhas palavras foram o suficiente para faze-lo tomar a sua decisão. Ele havia confiado em mim, acreditado que eu conseguiria convencer todas essas pessoas da nossa causa.

- Eu já volto. - Justin deposita um selinho rápido em meus lábios e sai de perto de mim.

Eu o vejo andar no meio da multidão até sumir completamente do meu campo de visão.

Espero que tudo dê certo, tanto para mim quanto para ele.

- Gente. - Eu bato na taça, a música ambiente cessa e a atenção de todos se voltam para mim. - Eu admito que eu estou um pouco nervosa por estar aqui representando tamanha responsabilidade ao assumir o lugar do meu marido, mas eu gostaria de dizer a vocês que essa minha atitude foi muito necessária.

Meu coração batia rápido em meu peito e eu tudo o que eu conseguia sentir agora era medo.

Medo por estar prestes a fazer esse discurso, medo pelo Justin, pelo Ryan, pelo Chaz e também pela Emily.

Eu só queria que todos conseguissem voltar em segurança para casa.

- Como todos vocês devem saber, meu marido possui um coração enorme e agora a pouco chegou até nós a notícia de que um amigo muito próximo de nós precisou de ajuda e Justin não hesitou em correr até ele para fornecer a ajuda necessária. - Eu falo, devagar. - Eu espero do fundo do meu coração que não haja nenhum incômodo por eu estar aqui representando o meu marido.

A opinião da plateia era mista, alguns me olhavam com admiração simplesmente por estar aqui frente a todos me preparando para fazer um discurso que eu sequer preparei. Mas em compensação, outros me olhavam como se eu tivesse acabado de chegar a família Bieber e fosse um tremendo desrespeito que eu já estivesse tão influente nos eventos.

- Como todos vocês devem saber, o objetivo principal dessa noite não é se preocupar com quem faz o discurso, mas sim com o que acontece nas margens e muitas vezes não vemos porque não estamos imersos nessa grande parcela da sociedade. - Eu respiro fundo, tentando criar coragem para dizer. - Todos aqui presentes nessa sala tiveram bom estudo, uma boa formação e fizeram jus aos privilégios que tiveram, mas o que acontece com as pessoas que não compartilham dessa mesma situação sócio-econômica?

Eu sei que nem Jesus agradou a todos, mas eu preciso mostrar para todos aqui que eu sou muito mais que um rostinho bonito e que esse não é o único fato para ele ter se casado comigo como eu sei que muitas pessoas aqui acreditam que é.

- Essas pessoas vivem a mercê da vida, passando necessidade, sendo tratadas pela sociedade como nada, quando nós deveríamos ser incapazes de tratar alguém assim. - Eu olho para o rosto deles. - O que eu quero propor aqui é uma mudança de quadro, essa realidade faz parte da vida de muitas crianças e eu quero que o rumo da história que já foi predestinada para elas, mude.

A maioria das pessoas pareciam ter mudado o seu conceito sobre mim ao ouvirem as minhas palavras.

Isso era bom, porque eu sou uma Bieber.

- Eu quero que essa crianças deixem as ruas e que a escola passe a fazer parte da sua rotina, quero que eles realizem seus sonhos sejam eles quis forem, ser médico, advogado ou professor. - Eu sorrio. - As crianças representam o futuro da nação, todas elas, mas por que só costumamos nos importar com as que já nasceram com privilégios? Todas merecem uma oportunida e hoje eu estou aqui para pedir para que vocês deem uma.

As palmas começaram no momento em que eu me calei e eu me senti profundamente grata e confiante por ter acreditado que eu podia fazer isso.

- A minha família está doando 3 milhões de dólares para a causa, eu não peço que vocês doem a mesma quantia que nós. - Eu digo. - Mas peço que doem o quanto o coração de vocês sentirem que é necessário, para trazer melhores condições para essas crianças.

A maleta com os 3 milhões de reais que nós doaríamos estava exposta ali e mais pessoas começaram a depositar seus dinheiros nas maletas vazias que estavam sendo seguradas pelos nossos seguranças.

- Muito obrigada. - Eu estava agradecendo a todos que estavam deixando dinheiro para a causa.

- Senhora. - Peter, o chefe de segurança se aproxima de mim. - Posso falar em particular?

- Com licença. - Eu me afasto dos convidados e caminho com o Peter para longe do foco das câmeras. - O que aconteceu?

- O senhor Bieber acabou de chegar em casa com a equipe, o médico está a caminho.

- Médico? - Eu arregalo os olhos. - O que aconteceu com a equipe?

- Sem expressão, senhora. - Peter me alerta. - O senhor Bieber mandou avisar que tudo está sob controle, mas Ryan foi baleado.

- O que? - Eu tento me manter serena enquanto estou praticamente surtando.

- Quando o último convidado sair, vá para a casa direto. - Peter diz e se afasta de mim.

Justin estava em casa, mas nem todos estavam bem.

O que será que aconteceu lá?

SPILLED BLOOD [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora