• Capítulo Sessenta-Quatro - Opostos

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• ARIANA GRANDE •
Califórnia, Estados Unidos.

Meus braços estavam cruzados enquanto eu encarava o homem a minha frente, o mais engraçado de tudo é que mesmo com as palavras do Ryan, eu ainda não me sentia melhor com toda essa situação.

— Eu passei a manhã toda socando esse saco pensando em como seria se fosse a sua cara, então acho que não estou pronta para conversar. — Sou direta.

— Ariana, por favor. — Ele suspira.

O meu ódio ainda não havia passado e eu não tinha certeza se ele passaria logo.

— O que você vai me dizer? — Eu olho em seus olhos, sem paciência. — Que sente muito?

Silêncio.

— Acho que tenho a minha resposta e sem dúvidas estou cansada da sua.

— Você não faz ideia de como isso é uma merda, um dos meus melhores amigos estar simplesmente apaixonado pela garota que eu amo. — Ele bufa, nervosamente. — Eu tinha que colocar ele no lugar dele, para que ele pelo menos entenda que você nunca vai ser dele porque você é minha.

— Você está se ouvindo? — Eu praticamente grito com ele. — Eu não sou um objeto para ser seu!

— Ele não está me dando escolhas, ele está investindo pesado em você, Ariana!

— Mas o que eu estou fazendo, Justin? — Eu grito. — Eu não dei moral para ele nem uma vez sequer, eu não fiz nada além de amar você.

Como Justin não conseguia entender que eu não quero absolutamente nada com o Chaz?

Eu tive todas as chances possíveis, mas eu não quis aproveitar nem uma.

— Eu amo você. — Ele diz, baixinho.

— Você diz que me ama, mas você quer me tratar como objeto nesse joguinho doentio com o Chaz para ver quem me ganha. — Eu rio, sem humor. — Tem que ter alguma coisa de errado nisso.

Ele me ama mesmo ou eu sou só um prêmio?

— Você não está entendendo o meu lado da história, isso não é uma disputa para ter você, eu apenas quero que ele entenda que ele tem que sair de campo ou haverá consequências. — Ele fala devagar.

Por que eu tenho que ouvi-lo e entendê-lo quando ele não faz o mesmo?

Silêncio.

— Ariana, é sério. — Ele tenta se aproximar, mas eu me afasto ainda mais. — Eu nunca quis te magoar ou te tratar como se você fosse algo meu.

Ele está mentindo, porque desde que eu pisei meus pés nessa casa, ele me trata como se eu fosse uma de suas propriedades.

Mas eu não sou e nunca serei.

Silêncio.

— Você está me ouvindo? — Ele questiona.

— Vou começar a ouvir quando você fizer o mesmo. — Reviro os olhos.

— Se eu não fizesse isso com ele, se eu não o fizer entender, vou ter que me livrar dele. — Ele fala novamente como se isso fosse resolver os nosso problemas, mas nada mudou. — Por favor, tenta entender.

— Por que tudo para vocês sempre tem que terminar assim? — Eu não concordo com o que ele diz. — Por que sempre tem que se livrar de alguém?

— É o mundo que vivemos.

— Isso não é uma resposta válida, Justin!

Como ele pode me dizer tão tranquilamente que pretende se livrar de uma pessoa que passou anos sendo um dos melhores amigos dele só porque algo não está saindo como o planejado?

— Essa é a verdade, Ariana.

— Eu não quero e nem aceito essa resposta. — Eu protesto. — Você está me pedindo todo o tempo para que eu te entenda, mas você nem sequer tentou me entender.

— Como assim?

— Você não está olhando o meu lado, mas quer cobrar isso de mim.

— Então me diga, qual o seu lado. — Ele pede.

Sua atenção está toda em mim.

— Eu te disse milhões de vezes que não importa o quanto o Chaz tente algo comigo, nada acontecerá entre nós, porque eu só o vejo como um irmão. — Eu também tento não me exaltar. — Eu não quero que ele se machuque, não quero ficar no meio de vocês dois, não quero que ele vá embora, eu só quero que você entenda que eu quero ficar com você, então só existe você.

Justin caminhou até mim e me abraçou forte.

— Tenho medo que um dia você perceba que ele pode ser melhor para você do que eu sou e principalmente, tenho medo que você escolha ele ao invés de escolher a mim. — Ele praticamente sussurra.

Meu marido era uma pessoa complicada quando se tratava de sentimentos, porque ele não sentia nada nunca, mas quando sentia ele não sabia lidar com esse sentimento, ele ficava inseguro e acaba por cometer um erro após o outro.

— Quando eu tive que escolher de verdade, eu escolhi você, até mesmo quando ele me deu todas as opções. — O abraço de volta. — Você não precisa se sentir assim, só vai me perder se quiser.

— Você é boa demais para mim.

— Você não é o Justin autoconfiante que eu conheci no momento em que pisei aqui. — Murmuro rindo.

Só quero quebrar esse clima estranho.

— Àquele Justin só existe quando eu não tenho medo de perder alguém, mas isso agora mudou. — Ele ri fraco.

— Mesmo que em alguns momentos ele fosse um tremendo babaca, ele ainda conseguia ser sexy. — Digo rindo e ele parece se divertir.

— Com toda essa pose de menina inocente, nunca pensei que você fosse gostar de um bad boy. — Ele zomba.

— Os opostos se atraem.

O nosso abraço estava durando mais do que eu pensei que ele duraria, mas eu me recusei a solta-lo até que ele o fizesse, eu estava bem em seus braços.

— Demorei tempo demais para te encontrar, agora não posso te deixar ir.

— Não vou a lugar nenhum, eu prometo, Justin. — Digo, firme.

— E eu prometo que não vou mais te tratar como um objeto ou tentar arrumar confusão com o Chaz, vou confiar em você e em seus sentimentos por mim. — Ele me solta do abraço para poder olhar em meus olhos. — Eu te amo.

— Eu também te amo. — Também olho em seus olhos.

— Me diz que estamos bem? — Ele me pergunta, parecendo visivelmente preocupado.

— Estamos.

Era ridículo da minha parte assumir isso, mas era a verdade, Justin era o meu ponto fraco e por essa razão, eu não conseguia resistir a ele por muito tempo.

Mas agora, eu só desejava que tudo durasse.

SPILLED BLOOD [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora