• Capitulo Quatro - Script

1.5K 102 49
                                    

• ARIANA GRANDE •
— Toronto, Canadá.

A noite anterior havia sido agradável para mim, graças ao Chaz e ao Ryan que não pararam de fazer palhaçadas nem por um segundo enquanto comíamos pizza.

Justin e Christian haviam jantado com nós e voltado para o escritório, eles tinham muito trabalho com o casamento e eu ainda não havia entendido o porquê.

No dia seguinte, acordei com batidas leves na porta do meu quarto.

— Pode entrar. — Eu me sento na cama.

Por um momento, eu desejei que tudo de ontem fosse apenas um sonho.

A porta é aberta e por ela passa uma senhorita já de idade carregando uma bandeja.

— Bom dia, senhorita Ariana, meu nome é Dorota. — Ela se apresenta com um sorriso meigo e me entrega a bandeja repleta de comida. — O senhor Bieber pediu que você tomasse o seu café e fosse até o escritório.

— Obrigada, Dorota. — Meu rosto se ilumina com essa bandeja e com essa simpatia.

— O que precisar, pode me chamar, senhorita. — Ela fala docemente. — Eu já desfiz a sua mala e suas roupas já se encontram no armário.

— Muito obrigada. — Eu já não sei como agradecer.

— Não se esqueça de descer. — Ela me avisa novamente.

Dorota caminha até a porta, mas um enorme embrulho pendurado na porta do meu guarda-roupa me chama a atenção.

— Dorota.

— Senhorita? — Ela se vira para me encarar.

— O que é aquilo? — Eu aponto.

— Seu vestido de noiva, senhorita. — Ela me explica. — A maquiadora chega em poucas horas e o buquê está a caminho, o senhor Bieber exigiu flores frescas.

Ele que era fresco, isso sim.

— Obrigada novamente. — Eu ainda estou meio perdida.

Como eu já tenho um vestido de noiva?

— Vou deixar a senhorita se alimentar. — Dorota me lança um último sorriso e deixa o meu quarto.

Eu deixo a bandeja na cama e me levanto da mesma apenas com uma maçã na mão.

Preciso ver esse vestido.

Como a minha maçã na medida que desemblulho aquele vestido.

Ele era lindo cheio de detalhes, o véu era enorme, mas o que mais me chamava atenção era o fato de possuir mangas longas.

— Uma coisa eu certa, eu serei a noiva mais linda da face da Terra, mas com toda certeza, serei a mais triste também. — Eu comento comigo mesma com um sorriso fraco.

Termino de comer a maçã, experimento um pouco do cereal que sem dúvidas nenhuma não é o mesmo que eu costumava comer na minha casa.

Tomo um banho relativamente rápido, escovo meus dentes e visto uma roupa confortável.

Deixo o meu quarto com o coração na mão, afinal, eu não faço ideia do que me espera quando eu entrar no escritório do Justin.

Me aproximo da porta e bato na mesma.

— Entra. — Sua voz rouca me deixa ainda mais nervosa.

Abro a porta com delicadeza e adentro, então percebo que eu não estou sozinha com ele.

— Dorota disse que você queria me ver. — Eu fecho a porta e me aproximo mais dele, que está sentado atrás de uma mesa enorme.

— Como você deve saber, hoje é o dia do nosso casamento. — Ele parece estar sem paciência. — Perante a sociedade, o nome Bieber é muito respeitado, então para todos os efeitos nós dois somos um casal completamente apaixonado e feliz.

— Entendi.

— Eu tenho um acordo com o presidente, ele comanda o Canadá para o resto do mundo e por trás dos holofotes eu faço o que eu quero aqui dentro. — Justin começa a me explicar as coisas. — O povo não sabe, mas eu tenho passe livre para as minhas boates, para deixar as minhas garotas e a minha droga circulando pelo mercado.

— Como assim?

— Se eu fosse você, eu sentaria. — Chaz me indica a cadeira em frente ao Justin.

Eu faço o que ele disse.

— Você se sentiria contente em morar em um país que libera traficantes para induzir seu filho a consumir todo o tipo de droga e álcool que ele quiser de modo fácil e rápido? — Justin me olha nos olhos. — A resposta é não, nenhuma pessoa quer ver seu filho alcoolizado ou drogado por causa das mais variadas substâncias, por isso o comércio é na surdina, o presidente finge que não vê, a polícia fica no meu bolso e eu caminho livremente pelas ruas.

— Por trás dos holofotes, você é o Justin traficante. — Eu concluo. — Mas você é quem na frente das câmeras?

— Um empresário rico que acabou de encontrar o amor de sua vida e por isso não vê a hora de se casar. — Ele sorri falsamente para mim. — Eu particularmente não gosto desse lance empresarial, então o Christian cuida de tudo para mim, mas era um mal necessário.

— Por que necessário?

— Se eu não trabalhasse, como poderia ter tanto dinheiro? — Justin fala como se fosse óbvio. — É necessário ter algo grande para lavar o dinheiro.

— E o que você quer que eu faça?

— Você tem que ser a mulher mais apaixonada do mundo essa noite, olhe para mim como se cada célula do seu corpo precisasse de mim para sobreviver. — Ele dá os ombros. — As pessoas precisam acreditar que esse casamento é de verdade, porque se elas acreditarem, os inimigos também acreditarão e como eu tenho o Canadá inteiro no bolso, ninguém vai se meter com você e eu estarei honrando o meu acordo com o Edward.

— Eu não sei se sou tão boa mentirosa quanto você. — Eu engulo seco. — Você está acostumado com tudo isso, eu não.

— Eu fiz um script para você junto com o Christian. — Justin me entrega alguns papéis. — Essa é a nossa história de amor completamente entediante e clichê, decore.

Eu pego os papéis.

— Eu ainda não sei como fazer isso.

— Eu a ajudo. — Chaz se voluntaria. — Eu prometo que ela vai estar pronta ate a hora da cerimônia.

Justin olha de um modo estranho para o amigo, mas balança a cabeça assentindo.

— Só mais uma coisa, Ariana, siga a regra número um do mundo da Máfia quando se trata de apresentação a sociedade. — Ele me encara profundamente. — Viva a mentira até que ela se torne verdade.

SPILLED BLOOD [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora