• Capítulo Cinqüenta-Cinco - Justin, eu amo você

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• ARIANA GRANDE •
Califórnia, Estados Unidos.

Eu ainda estava parada olhando para a cara do meu marido, tentando assimilar todas as informações que ele me deu de uma hora para a outra.

Ele já havia amado uma vez e a experiência não havia sido tão incrível como ele esperava que fosse, porque ela foi arrancada dele sem nem um aviso prévio e com isso ele ganhou mais um inimigo, Vladimir Zokov.

— A minha vida sempre foi repleta de escuridão, eu sempre vivi cada dia esperando que o homem que matou a minha mãe aparecesse para que eu pudesse acabar com ele. — O olhar dele ainda está no meu. — A minha única motivação para levantar da cama todos os dias era saber que eu poderia encontrar o responsável, mas ela me trouxe a certeza de que a minha vida poderia ser mais do que isso, ela tentou me salvar e se ela não tivesse sido tirada de mim, ela teria conseguido.

As palavras de Chaz novamente entraram na minha mente, era disso que ele estava falando, da Angel, ela que havia tentado salva-lo disso tudo  acabou morta.

Talvez eu seja a próxima.

— Você a conheceu por causa do racha, por isso queria me trazer até aqui para me contar a história. — Eu concluo.

— Mas eu não te trouxe até aqui apenas para te dizer que eu amei alguém uma vez, eu também te trouxe para falar sobre nós. — Ele abaixa a cabeça. — Eu sei que não tenho feito o certo com você e não espero que entenda meus motivos, mas eu me fechei ainda mais para isso depois que ela se foi e quando você apareceu, você me lembrava tudo o que eu queria esquecer.

— Justin..

Agora é ele quem não me deixa falar.

— Eu só queria te odiar, porque as coisas seriam mais fáceis para mim se eu não tivesse nem um pingo de interesse em você, mas quando estava impossível de resistir, eu tentei a todo custo me convencer que tudo o que eu queria era uma noite com você. — Ele não me olha nos olhos. — Eu criei essa história absurda de querer apenas te usar porque eu não estava pronto para te dizer a verdade de que eu de alguma forma consegui sentir algo novamente quando eu havia prometido para mim mesmo que jamais deixaria alguém entrar como a Angel entrou na minha vida.

Eu não iria defende-lo por todas as atitudes horríveis que ele tomou sobre mim, sobre nós, mas eu também não poderia dizer que não o entendia.

— Eu não menti quando disse que seríamos observados no resort e que por essa razão deveríamos nos tratar como um casal em tempo integral, mas eu sabia que no quarto não haviam câmeras, então podíamos viver livremente nos odiando. — Ele suspira pesado. — Mas eu queria você e sabia que seria mais fácil se você estivesse mais ligada a mim, mas então chegou uma hora que eu não estava mais fingindo, eu realmente queria passar o meu tempo com você, fazer as coisas com você e isso me assustou pra caralho.

Isso está mesmo acontecendo?

Eu só consigo me perguntar se tudo isso aqui é mesmo real?

— Eu já estava planejando te contar a minha história real, mas quando eu ouvi o Chaz te dizendo tudo aquilo sobre mim, eu me convenci que teria que te dizer a verdade sobre mim apenas para que você escolhesse confiar em mim ao invés de dar credibilidade nas palavras do Chaz. — Justin balança a cabeça em tom de negação. — Eu já sabia dos meus sentimentos, mas preferi ignorar eles por achar que se eu fingisse não sentir talvez um dia eu realmente não sentisse nada exatamente como eu havia dito que não sentiria, então eu te deixei sozinha no resort para você me odiar, mas mesmo assim você não odiou.

Tudo agora estava fazendo sentido para mim, cada movimento dele, como a mente dele havia funcionado.

— Eu precisava ser mais convincente se quisesse te afastar, então por essa razão eu fui na boate naquele dia, por isso eu te disse que menti sobre mim e te disse todas aquelas coisas horríveis. — Ele parece estar soltando algo que esteve por muito tempo entalado em sua garganta. — Porque eu sou um covarde quando se trata de sentimentos porque eu sei que amar no mundo da máfia é a pior coisa que se pode existir, porque é como se você estivesse criando uma arma que estará sempre ali disponível para o inimigo utilizar contra você.

— Justin...

— Eu sei que me amar é uma sentença de morte, sei que você esteve todo esse tempo tentando ver algo de bom em mim porque está querendo me salvar e mesmo que eu nunca diga, eu também quero ser salvo, Ariana. — Ele continua falando. — Eu estou cansado de fingir que não tenho sentimentos por você quando tudo o que eu quero é estar ao seu lado, tive que ser muito forte para fingir que não me importava quando você estava triste por minha causa.

Nesse momento eu já me encontro chorando, por tudo o que aconteceu até agora e ainda mais por ele finalmente estar aqui na minha frente dizendo que também tem sentimentos por mim.

— Me desculpa por ter sido um otário com você, eu sei que você merecia e ainda merece mais que isso, mas eu prometo que as coisas serão diferentes agora se você ainda estiver disposta a me dar uma chance, se você ainda quiser me salvar. — Ele me encara, quase como se estivesse tentando ver através de mim. — Eu sei que o Chaz é provavelmente um cara muito melhor que eu, sei que ele pode te fazer feliz, mas mesmo com todas os erros que eu já cometi, eu espero do fundo do meu coração que você escolha a mim ao invés de escolher ele.

— Justin, eu amo você. — Digo, com lágrimas nos olhos.

— Eu também te amo. — Ele me puxa para um beijo calmo.

Ainda não consigo acreditar que ele finalmente me contou tudo, tanto sobre a Angel, quanto sobre o porquê dele ter feito tudo o que fez ou até mesmo sobre seus sentimentos por mim.

Sem contar é claro, o pedido desculpas que eu sempre achei que ele fosse incapaz de pedir.

— Eu provavelmente vou fazer muita burrada ainda, mas você precisa me perdoar, porque eu amo você e eu definitivamente não aguentaria te perder, Ariana. — Ele segura o meu rosto.

Agora eu vejo o quanto ele esteve se segurando todo esse tempo, porque ele está me olhando como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo.

Eu não tenho mais dúvidas de que ele esta mesmo sendo sincero comigo.

— Você só vai me perder se quiser, porque eu não vou a lugar nenhum. — Eu o puxo para um beijo.

Tudo está bem.

SPILLED BLOOD [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora