• Capitulo Noventa-Oito - Você é tudo o que importa para mim

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• ARIANA GRANDE •
Califórnia, Estados Unidos.

Justin mal havia conseguido dormir a noite e eu sabia que a sua insônia era pelo fato de todos os nossos amigos terem ido embora da nossa casa por alguma razão específica.

Ele agora estava sem a sua equipe e tínhamos uma ameaça vindo, e a pior parte era que ele parecia estar mais preocupado comigo do que com si mesmo.

Essa manhã, quando ele achou que eu ainda estava dormindo, ele ligou para o Ryan, quase implorando para que ele voltasse para a nossa casa porque a Emily também havia partido. Butler recusou o pedido e eu vi a frustração do meu marido por isso.

— Você sabe que uma hora a gente vai ter que conversar sobre isso, não sabe? — Eu me sento na frente dele, na enorme mesa de café da manhã que a Dorota havia preparado.

— Você quer falar sobre o que? — Ele me olha.

— Sobre tudo.

— Eu não quero conversar sobre nada agora, a minha cabeça está realmente cheia. — Meu marido temperamental está se segurando para não explodir comigo.

Mas eu só quero ajudar.

— Eu te ouvi hoje de manhã, você pedindo ao Ryan para voltar para casa e eu sei porque você fez isso. — Eu suspiro pesado. — Eu me lembro da nossa última reunião no escritório.

Ele ficou parado, olhando para mim.

Justin sabe que eu tenho razão, ele está preocupado que estejamos apenas contando com os seguranças e não mais com a sua equipe de elite. E sei, que toda essa preocupação se deve ao fato do Santinelli ter enviado uma ameaça clara contra mim.

E ao mesmo tempo, sei também que ele está envergonhado por eu saber que ele estava quase implorando a volta do Ryan para essa casa. Eu sinceramente não me importava nenhum pouco, mas para Justin era muito importante que os outros não pensassem que ele precisa de alguém.

— Justin, eu estava tendo aulas de autodefesa, eu tenho conhecimento de armas graças a você, meu pai está aqui, o seu está no Canadá e ainda temos todos os nossos seguranças. — Eu tento fazê-lo entender que não está nada perdido. — Não vai nos acontecer nada de ruim, vamos conseguir sair dessa, ok?

Nesse momento, não importava o quanto eu estivesse com medo, porque meu marido estava perdendo as esperanças e eu precisava ser o seu farol, mostrar para ele que nada estaga perdido, ainda tínhamos uma chance.

— Eu nunca estive tão sozinho quanto estou agora. — Ele me diz, eu vejo a tristeza em seus olhos. — Todos foram embora, todos precisavam ir, mas eu queria que eles permanecessem.

— Eu sei que sim, sei que se importa com eles e tenho certeza que eles também sabem disso. — Eu seguro a sua mão por cima da mesa. — Eu te amo.

— Eu te amo. — Ele sorri minimamente.

— Você sabe que não precisa lidar com tudo sozinho, não sabe? — Olho em seus olhos. —Tudo bem que nosso casamento começou com uma farsa, mas faz muito tempo que ele deixou de ser uma.

— Eu sei. — Ele sorri. — Você é incrível, não sei o que eu fiz para te merecer.

— Você não merece. — Digo e ele ri.

— Tem razão.

De certa forma, eu havia conseguido melhorar o humor do meu marido e por essa razão, eu sentia que poderia fazer a ele a pergunta que eu queria fazer e estava me segurando por causa de toda essa situação.

— Justin. — O chamo. — O que o Ryan quis dizer quando disse que nunca reclamou da Emily com você?

A minha voz é cautelosa, mas ele me olha como se já tivesse esperando por isso.

— Uma vez em uma missão, eu fiquei com a Emily, mas foi só porque eu precisava de uma acompanhante. — Ele me conta. — Mas foi só um beijo na frente das câmeras, não significou nada e até ontem, eu não sabia que isso havia afetado o Ryan de alguma forma.

Eu não iria ser hipócrita e fingir que eu não entendia o fato do Ryan ter jogado aquilo no meio de uma discussão, porque eu entendia.

Caitlin havia passado a vida inteira usando ele para ferir o Justin, como ele podia acreditar logo de cara que a Emily não estava fazendo o mesmo?

— Tem certeza? — Indago.

— Tenho sim. — Ele não hesita.

Eu não iria negar e dizer que eu não estava aliviada pelo fato do meu marido não ter tido nada com a minha melhor amiga, foram apenas negócios e não passou de um beijo.

— Eu gosto quando você é sincero comigo. — Digo. — Isso me faz acreditar ainda mais no quanto a nossa relação é importante para você.

— Me desculpe.

Eu sei que ele está se desculpando em nome de todas as vezes que ele não foi sincero comigo.

— Você não precisa carregar o mundo inteiro nas costas, Justin. — Eu digo, firme. — Sei que a nossa relação começou com algo falso, mas faz tempo que deixou de ser assim e passamos a honrar o que dissemos na frente de todas aquelas pessoas.

— Você torna o meu mundo melhor, Ariana, eu sinceramente não sei o que eu faria sem você. — Ele me olha, sério. — As vezes eu acho que não te mereço.

— Você não merece mesmo. — Eu digo rindo e ele perde sua pose séria no mesmo momento para me acompanhar nas risadas.

— Tem razão, eu não mereço.

O café da manhã havia sido agradável, afinal, pouco a pouco eu havia conseguido fazer com que o humor do meu marido melhorasse.

A mesa foi retirada e eu caminhei com ele até o jardim, onde eu pude parar e observar a enorme casa em que vivemos, a casa que foi da minha família, a casa onde a minha mãe morreu.

— Eu nunca te agradeci por você ter restaurado essa casa. — O olho. — Eu cresci aqui, ela é muito importante para mim.

Justin ficou quieto, porque ele sabe que ele não restaurou essa casa porque gostava se mim.

— Você também foi o responsável por expulsar Santinelli dos Estados Unidos e devolver a glória ao nome da minha família. — Suspiro. — Sei que não foi por mim, mas eu agradeço do mesmo jeito.

Justin havia ajudado a minha família e reerguido nosso império aqui porque ele sabia que iria precisar de muito poder caso quisesse atacar Zokov, na Rússia.

— Sei que não fiz por você, mas agora você pode considerar que é, tudo o que eu faço é por você e para te manter segura. — Ele sorri fraco. — Sei que as vezes você pode se sentir insegura com o meu passado e com razão, mas a verdade é que eu nunca amei alguém como eu amo você.

— Eu te amo, Justin. — Seguro o seu rosto.

— A Emily costumava dizer que amar alguém significa estar pronto para morrer por essa pessoa e hoje eu entendo o que ela quis dizer. — Ele sorri enquanto olha nos meus olhos. — Porque eu não suportaria viver em um mundo no qual você não existisse, então sem dúvidas eu morreria se isso significasse que você iria viver.

— Você é tudo que importa para mim, Justin. — É a última coisa que eu digo antes de beija-lo.

Ele me beija de forma selvagem e estranhamente eu sinto como se isso fosse uma despedida.

SPILLED BLOOD [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora