• Capitulo Onze - Espertinha

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• ARIANA GRANDE •
— Toronto, Canadá.

Adentrei o escritório sendo acompanhada por Justin que fechou a porta logo em seguida.

— Por que estou aqui? — Eu pergunto a ele, sem rodeios.

Meu braço está novamente machucado, meu pai até agora não apareceu para me ver, eu me casei com um traficante completamente desconhecido por mim e a minha vida está uma bagunça.

Eu preciso de paz.

— Eu te disse ainda ontem que eu tenho uma vida pública. — Ele fala com suavidade. — Então, eu preciso mostrar uma história convincente para a mídia.

— Como assim?

— Se vamos para os Estados Unidos abruptamente, eu preciso explicar o porquê de estarmos fazendo isso.

— Entendi.

— Eu preparei um novo script para você, porque vai ser bem provável que tenhamos companhia. — Ele dá os ombros, tranquilo. — Espero que você não tenha se esquecido da nossa história entediante de amor, porque essa sim é sempre importante se lembrar.

Pego os papéis que estão em cima da mesa e os analiso, lendo meio por cima das informações contidas.

— Vamos nos mudar temporariamente para os Estados Unidos porque você está construindo uma filial lá. — Eu olho em seus olhos. — Sem contar que eu amo aquele lugar e você viu a oportunidade perfeita de nos presentear com uma bela lua de mel?

— Isso é jogada de marketing. — Ele me explica. — A casa de sua família está realmente um caos, ontem após a reunião quando você foi chorar no seu quarto, o seu pai pegou o primeiro avião e foi para os Estados Unidos.

Agora fazia sentido o porquê do meu pai não estar aqui.

— Por que?

— No momento em que vocês colocaram suas malas no carro, eu mandei a sua casa ser demolida. — Ele me olha nos olhos. — Se eu vou morar lá, eu quero algo de qualidade.

Agora as coisas pareciam ter começado a fazer sentido para mim.

— Você colocou essa parte de lua de mel evidente aqui, porque assim que chegarmos nos Estados Unidos, não vamos para a minha casa. — Eu digo a ele. — Nós vamos para um hotel, porque a minha casa está sendo reconstruída.

Ele tinha feito um plano perfeito, como a reconstrução da minha casa demoraria um pouco e de qualquer forma teríamos que ficar em outro lugar, Justin aproveitou para enfiar o assunto da nossa lua de mel nisso.

Ele seria um bom marido perante a sociedade e estaríamos em uma casa completamente nova quando as reformas terminassem.

— Você até que é espertinha.

— Apenas uma pergunta. — Eu ignoro seu comentário. — Como pretende reerguer o meu império sem que o Arthur Santinelli te destrua?

— A minha equipe já está formada no Canadá e o Christian está terminando de formar outra para mim. — Ele me explica devagar. -— Seu pai tem alguns homens de confiança e eu terei muito mais.

Justin está criando uma estratégia para destruir tanto o Vladimir quanto o Santinelli, mas a pergunta é o por que ele quer isso?

Arthur nunca lhe fez nada, ou fez?

— Você está comprando uma briga com um homem que não deveria e tudo isso, por que? — Eu pergunto. — O seu total controle do Canadá é o suficiente para derrubar o Vladimir.

— Inimigo bom é um inimigo morto, Ariana. — Seu tom se torna frio.

— Deus é a prova viva que eu estou tentando fazer com que a nossa relação seja a melhor possível. — Eu suspiro pesado. — Então por que você não faz questão de colaborar?

— Deus não existe, para de se apegar a crenças tolas e cresça. — Ele revira os olhos. — Eu disse que não colaboraria com você, não sei o que você está esperando para desistir.

— Sei que você quer vingança porque amava sua mãe e a tiraram de você, Justin. — Eu digo. — Qualquer pessoa que seja capaz de amar, merece ser salva.

— Não se pode salvar alguém que não quer ser salvo. — Ele revira os olhos.

— Justin, eu sei que você não é uma pessoa tão ruim quanto quer parecer que é. — Eu digo, confiante.

Nem eu mesma sei se acredito nisso que estou dizendo.

— Você não diria isso se me conhecesse de verdade. — Ele ri de mim. — Pare de tentar se aproximar de mim, porque eu não me importo com você Ariana, você é apenas a minha missão.

Eu estava chocada demais com suas palavras para retrucar.

— Agora pegue essa merda de script que eu preparei com o Christian para você e dê o fora daqui. — Ele diz de uma forma ríspida.

Qual é a merda do problema dele?

Recolho os papéis que ele me entregou e deixo sua sala, completamente brava.

Como alguém pode ser tão babaca?

— Que cara é essa? — Emily se levanta do sofá no momento em que eu fecho a porta do escritório.

— Não adianta o quanto eu tente ser legal com o Justin, ele ignora todas as minhas tentativas e é um completo otário comigo. — Eu bufo.

— Ninguém nunca disse que ele era uma pessoa fácil. — Ela ri. — Se te serve de consolo, eu demorei meses até que ele confiasse em mim.

— Ele é difícil demais! — Eu não consigo parar de reclamar. — Ontem ele foi um idiota comigo, depois foi no meu quarto tentando me convencer a transar com ele.

— Deixa eu adivinhar. — Ela finge pensar um pouco. — O lado babaca dele sumiu e ele virou um príncipe.

— Sim! — Eu me sinto frustrada. — Mas por sorte, eu não cai no jogo dele.

— Sinto muito em te dizer, mas vai ser difícil resistir. — Ela sorri amarelo. — A verdade é que uma hora ou outra todo mundo acaba cedendo para ele.

— Eu não. — Nego de imediato.

Mas o que ela quis dizer com todo mundo acaba cedendo?

Isso inclui ela?

— Tudo bem. — Ela ri, mas não parece acreditar muito em mim. — Amanhã vamos viajar para os Estados Unidos, o que acha de fazermos compras?

— Eu não tenho dinheiro. —Digo, meio sem graça.

— Querida, você é casada com Justin Bieber. — Ela me diz como se fosse óbvio. — A coisa que você mais tem agora é dinheiro, vamos.

— Como vamos fazer isso? — Eu me sinto animada em poder sair dessa casa, pelo menos um pouco. — Eu não tenho cartão.

— Eles aceitam cheques e o seu sobrenome agora abre portas. — Ela sorri.

Emily tem razão, eu sou a senhora Bieber.

SPILLED BLOOD [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora