Bruna 💭
Fomos ao mercado comprar tudo o necessário pra fazer a ceia. Era a segunda vez que eu passava o natal com a família Vicente e posso dizer que estava até feliz. Eu nunca tive essa festa toda em épocas especiais, a família da minha mãe era só nós duas e a minha avó e quando eu morava com o meu pai preferia ficar em casa ao invés de ir passar com a família da mulher dele, ele também preferia assim.
Mas desde que eu fui adotada por essa família tudo tinha mudado, o meu primeiro natal foi encantador e coisa de outro mundo, eu parecia uma criança toda boba com tudo e até pra montar a árvore eu fiquei empolgada.
Duas pessoas apenas não aceitaram muito bem a minha presença, mas como já diz a minha mãe de coração "tem que deixar se fuder".
Aproveitamos e fomos ao shopping terminar de comprar os presentes e as coisas pro amigo secreto, aquela família era tão empolgada que cada hora eles inventavam uma brincadeira.
O senhor Miguel me mandou mensagem falando que iria me buscar lá em casa pra ir lanchar. A criatura tinha insistido pra eu passar o natal com ele já que a família dele era um porre mas ele entendeu que eu não queria passar longe da minha família.
— Tô indo, querem que traz algum lanche? — perguntei.
— Pode ir filha, nós vamos pedir uma pizza — concordei — Quer dinheiro?
— Não mãe, fui — mandei um beijo no ar e abri o portão indo em direção ao carro do bonito.
— Fala feiosa.
— Feia é a sua cara Miguel Júnior — falei e ele fechou a cara. Odiava quando alguém o chamava pelo nome inteiro.
Fomos conversando sobre alguns assuntos aleatórios até chegar numa hamburgueria, rapidinho fizemos os pedidos e ele ficou me olhando com aquela cara de safado dele. — O que você aprontou, huh?
— Eu não apontei nada — deu de ombros — Mas a sua amiga sim.
— Quem? — perguntei — A Elisa?
— Ela mesma — deu risada — Me mandou umas mensagens ai, saca só — me mostrou a conversa e eu gargalhei.
Nota mental: sempre que a Lis encher a cara devo confiscar o celular dela.
— Ela tava doidona ontem, eu capotei e nem mais nada — respondi — E esse "tamo aí pro que precisar" hm?
— Você queria que eu respondesse o que? — deu de ombros — Gostei do teu beijo e quero remember? — gargalhei.
— Miguel Júnior que fogo é esse — joguei um guardanapo nele — Tá querendo pegar a minha irmã é?
— Pelo visto ela quer me pegar também — deu um sorrisinho — Mas não vai rolar nada, relaxa.
— Ué, porque?
— Tá doida? — riu negando — Ela é ex do meu parceiro, ele não pode nem sonhar com isso.
— Pelo amor né, o Vitor mesmo falou que nunca teve nada com ela, como que vai ser ex dele? — perguntei — Eu acho que vocês têm que se pegar mesmo e fechou.
— Tô fora de confusão, bruninha — me olhou — E me envolver com essa menina aí é treta na certa.
— Tu que sabe — dei de ombros.
— E você com o Caio, huh? — me olhou sugestivo.
— Ih não começa você também — bufei.
— O moleque fica perdidão sem entender o porquê de tanta negação com ele.
— Não posso fazer nada — dei de ombros.
Talvez eu esteja sendo injusta mas eu não consigo pensar em ter uma amizade com alguém que tem contato com outro alguém que me fez tão mal, só eu sei o quanto eu sofri com aquela mulher e eu não quero contato. Pronto acabou!
(...)
— Cadê as minhas sobrinhas mais feias dessa mundo?
— De feia só a Bruna — Elisa respondeu e eu dei um tapão na cabeça dela.
— Oi tio — abracei ele — Já começou os esquentas?
— Claro né, você acha que o seu tiozão não fica calibrado? — dei risada.
— Ô Alex, a mãe tá te chamando lá na cozinha — dona Elô gritou.
— Essas mulheres não me deixam em paz — resmungou saindo.
Fomos pro fundo cumprimentar todo mundo, a família era grande mas só tinha duas pessoas com cara de bunda pra mim, como sempre. Ajudei a vó Lurdes a arrumar a mesa e fiquei com o resto do pessoal no fundo, brincamos de amigo secreto e ficamos esperando dar meia noite pra finalmente poder comer.
Minha mãe tava contando para os irmãos o último acontecimento com o Carlos, eu achava justo eles ficarem sabendo já que sempre me ajudaram com isso.
— Eu vou ser obrigado a ir socar a cara dele — tio Alex falou.
— Não vai socar a cara de ninguém — vó Lurdes se aproximou.
— A senhora viu o que ele fez? — negou e a Lis contou tudo novamente.
— Pode socar sim, eu deixo — falou e nós gargalhamos.
— Não sei porque vocês insistem nisso? — tava demorando pra uma das caras de cu se meter.
— Ala começou — Elisa bufou.
— Vamos ser sinceras, se a verdadeira família da Bruna não aceita ela porque vocês têm que ficar atrás de confusão? Eu ein.
— Essa é a verdadeira família dela, Sônia — minha mãe respondeu brava — E isso não é da sua conta.
— Se vocês estão falando aqui é pra todos ouvirem —Pietra respondeu.
— Não se mete não — Elisa falou.
— Eu não quero ouvir ninguém falando mais besteira, me ouviram? — vó Lurdes mandou — Então tá ótimo.
— Tô morrendo de fome — resmunguei passando a mão na barriga.
Ano passado o Natal foi do mesmo jeito mas se as pessoas mais importantes me tratavam como família porque eu iria me importar com outras duas que só levavam patada? Eu ein.
Curtido por @Miguelcamps e + 176 pessoas.
@Brumont: irmã pra toda a vida ❤️ — com @Lisvicente.
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Quase sem querer
RomanceCansada de estar em um relacionamento no qual apenas um ama por dois, Elisa mergulha em uma aventura com ninguém mais do que o seu amor semi-correspondido. O que ninguém sabe, ninguém estraga mas será que o silêncio é o suficiente para os dois? +1 r...