Capítulo 5

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Elisa 💭

A Bruna era a pessoa mais meiga e da paz que eu já conheci, era muito difícil enxergar maldade no olhar dela. Porém, ela nunca foi aquele tipo de garota tímida e na sua que não curte sair ou dançar. Desde que ela morar comigo e começou a faculdade, ela vive saindo e curtindo com o pessoal - o que faz muito bem a ela - mas a bichinha conseguia ser a mais insuportável de todas.

Enquanto eu não me arrumei pra ir nessa merda de churrasco ela não saiu do meu pé, me convenceu que iria ser muito legal e que não era pra me limitar só por causa de um babaca.

A idiota disse que já tinha chamado o uber e quando eu menos esperei o super amiguinho dela já estava buzinando. Entramos no carro pela segunda vez no dia e eu apenas dei um aceno, fiquei vendo as fofocas no insta pelo caminho todo enquanto os dois conversavam sobre algo da faculdade deles.

— Ajuda a tirar a cerveja do carro — ele falou. Abri o porta-malas e segurei um engradado, Bruna já havia entrado na casa então eu apenas a segui.

Tava lotado de gente e eu ficava bem perdida ali, acompanhei a idiota até o freezer e coloquei as cervejas ali. Olhei em volta, e encontrei a Rebeca sentada em uma mesa com os meninos - menos o traste - suspirei aliviada por ter encontrado os meus amigos e me aproximei.

— Olá pessoas — dei um aceno geral.

— Pensei que você não iria vir — Lucca falou.

— A bonita da Bruna me convenceu, né? — bufei — Eu ainda não consigo negar os encantos dela.

— Ó, trouxe um pratão cheio de carne pra vocês — Caio chegou — Aproveitem que eu sou um cavalheiro e alimento as minhas crias.

— É o mínimo né — respondi — Tô brincando amigo.

— Voltei família — Vitor parou assim que me encontrou — Eu pensei que você não viria.

— Quem disse que a família Vicente perde tempo se importando com coisas fúteis, né mana? — Bruna falou irônica.

— Tu não é da família Vicente — Vitor respondeu no mesmo patamar.

— Pode não ser de sangue mas de coração ela é Vicente pura — respondi pegando uma carne no pratinho, e todos ficaram em silêncio.

— Bom, mudando de assunto — Rebeca começou — Quem vai ser o bom macho que irá trazer umas geladas pra nós? — olhou pro Lucca.

— Eu não consigo trazer tudo, me ajuda lá pô — ele pediu e ela concordou.

— Você nem chama pra curtir uma praia, seu falso — Caio jogou um guardanapo na cara do Miguel.

— Ele nunca chama, tem que se auto convidar igual nós duas — Bruna respondeu e o Vitor olhou pra nós.

— Você foi na praia com elas? — perguntou diretamente pro Miguel.

— Fui — respondeu simples — Elas estavam afim também.

— E nem me falou nada..

— Se eu chamasse você daria a desculpa da resseca, o que não seria mentira porque você encheu o cu de cachaça ontem — respondeu e o Vitor olhou pra mim como se eu tivesse descoberto a pior coisa do mundo.

— Vou atrás da cerveja, licença — levantei, procurei a Rebeca e o Lucca com o olhar e nada de encontrar.

Me aproximei do freezer e abri em busca de algumas latas, olhei de volta para a mesa e o Vitor não estava mais lá então peguei apenas quatro latinhas. Quando me virei para voltar esbarrei bem no abençoado, que me olhava com a cara mais sonsa desse mundo. — Porque você tá com essa cara fechada pra mim, amor?

— Vou ser direta e sincera com você — respirei fundo — Aqui na minha cara deve ter um outdoor bem grande escrito "me faça de idiota", né?

— Como assim? — me puxou mais pro canto.

— Vitor eu cansei das suas desculpas e das suas tentativas de recomeços — falei — Vamos concordar que se você quisesse algo comigo não mentiria que estava em casa descansando enquanto estava em uma festa pegando geral.

— Não foi bem assim.. — tentou responder mas eu interrompi.

— Eu falei que eu não iria tentar de novo ou dar outra chance, você não me escutou e fez as merdas de sempre — o encarei — Se eu faço o que você fez, aposto que você iria ficar puto da vida comigo. Mas você me fazendo de trouxa, me chamando de amor e dizendo que me ama é super tranquilo e de boa, não é?

— Você falando assim até parece que eu sou o totalmente errado, nós não temos nada sério — falou e eu dei risada de tanto ódio.

— Vitor querido, agora que nós não temos nada, nada sério e muito menos aberto — respondi — Você segue o seu rumo ficando com as mulheres que você nunca deixou de ficar enquanto eu sigo o meu, a amizade continua.

— Você tá terminado comigo? — perguntou ofendido e eu olhei debochada pra ele.

— Ué, nós não tínhamos nada sério — respondi — Agora que já estamos conversados, eu vou voltar pra minha mesa.

Quase sem querer Onde histórias criam vida. Descubra agora