Capítulo 18

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Elisa 💭

Já fazia uma semana que tínhamos voltado do Rio, desde lá tive zero contato com o Miguel e até preferia desse jeito. Ele até saia com a Bruna, buscava ela aqui direto mas eu nem colocava a cara pra fora e metia nos assuntos dos dois.

Já a bonita vivia rindo de mim, logo que ela que fugia do Caio como o diabo foge da cruz.

O meu amigo tinha me chamado pra comer uma pizza hoje, falou que iria me buscar e até pagar. Eu que não sou boba não recusei, tava precisando de alguém pra bancar a burguesa que sou.

— Tá indo pra onde toda bonitona assim? — Bruna perguntou largada no sofá.

— Vou sair com o Caio — falei.

— Hm.

— Só hm? — olhei pra ela — Nada mais?

— Quer que eu fale o que? — olhou pra televisão.

— Isso filha, vai com esse Caio e dá uns beijão nele pra ver se a Bruna cria vergonha na cara — minha mãe falou.

— A senhora pegou o dia pra implicar comigo — fechou a cara — Agora implicar com a Elisa sobre o Miguel você não implica, né?

— Uma por vez — respondeu.

Fui pra garagem antes que eu virasse o algo daquela conversa, rapidinho o Caio chegou e nós fomos pra uma pizzaria bem chique, ele era aquele burguês que gosta de esbanjar e não tá nem aí. Fizemos os nossos pedidos, me aconcheguei na cadeira e olhei pra cara dele — Pode falar o motivo de querer tanto a minha presença.

— Não posso querer sair com a minha amiga querida? — perguntou.

— Não — falei — Até porque eu sei que não é por isso que eu estou aqui.

— Tu é chatona, mano — bufou — Tô querendo saber o que a sua irmã falou sobre mim.

— Nossa, ela te enlaçou mesmo — dei risada.

— Você sabe que eu sempre fui afim dela, não é novidade — deu de ombros — Mas ela só sabe me esnobar.

— Porque você não pergunta pro seu amigo?

— O Miguel não me quer com a Bruna nem fudendo, ele fica falando que eu vou magoar ela.

— Pra magoar ela tem que te dar confiança primeiro — dei risada — Desculpa amigo.

— Fala logo — bufou impaciente.

— Ela não vai se aproximar se você ficar em cima o tempo todo, ela não é assim.

— E eu vou fazer o que? Ignorar a mina?

— Se você quer que ela te note, sim — falei — A Bruna teve muitos problemas e ela prefere se afastar de qualquer coisa que possa machucar ou tirar a paz dela, então se você se afastar ela vai sentir falta e assim quem sabe ela te note.

— Eu ia falar com ela sobre uma vaga lá na escola, nem vou mais então.

— Aí não né amigo, emprego é outra coisa — esperei o garçom terminar de servir a nossa pizza — Se afasta um pouco e no momento certo você fala da vaga.

— Hm, você tá pagando de cúpida — deu risada.

— Estou apenas me vingando dela — bufei.

— Ei, não sou uma vingança não, se liga — falou todo ofendido.

— Esqueci que você é todo apaixonadinho por ela — revirei os olhos.

— Que mané apaixonado, eu só quero saber que lance é esse dela não ir com a minha cara desde o começo.

— Isso só ela pra te falar — mordi um pedaço da pizza de calabresa — E o seu amigo, huh?

— O que tem ele? — perguntou — Ah saquei, você quer saber o que ele falou sobre você.

— Garotinho esperto — baguncei o cabelo dele.

— Ele falou que você era problema e que não iria perder a amizade dele por buceta — respondeu sincero.

— Nossa — suspirei surpresa — Sério?

— Uhum, tá ligada como o Vitor vai ficar se descobrir.

— Tô cansada disso mano, foda-se ele, nunca namorei ele e pronto acabou — falei de saco cheio.

— Mas vocês ficaram quase dois anos juntos, mesmo ele com esse rolo todo ele vai ficar puto ué — respondeu simples — E se fosse a Bruna pegando ele, como que você ia ficar? — fiquei quieta — Então, pô.

E o que mudaria, também? Não quero nada com ninguém e muito menos vai ser com ele, se é só buceta pra ele então ele é só pau pra mim.

Mudamos de assunto e ficamos um tempão fofocando sobre a vida dos outros ali, fazia um tempo que eu não saía com ele e conversava de boas. O Caio sempre foi muito de boa, apesar da quantidade de dinheiro que ele tem nunca ficou se achando melhor que ninguém, e sempre que dava ele me chamava pra sair.

Cheguei em casa, encontrei as duas doidas jogadas na sala chorando horrores por causa de filme dramático. Coloquei um pijama e desci pra me juntar com elas, assim que deitei no sofá a Bruna já me olhou, ela nem disfarça quando quer saber de algo. — Que foi?

— Nada — respondeu.

— Hm.

— Hm — falou mas depois me olhou — Como foi o seu jantar?

— Bom, porquê?

— Nada — olhou pra televisão — Ele falou de mim?

— Não, nem tocamos no seu nome — menti — Porquê?

— Nada não.

A viada não quis me jogar pro amigo dela? Então agora sou eu que vou jogar ela pro meu amigo, com a clássica estratégia com desinteresse.

Meu cu que ela não tá morrendo de curiosidade pra saber o que nós conversamos.

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