Elisa 💭
O clima aqui em casa não estava o mais harmonioso, ninguém tocava no assunto mas no fundo nós três sabemos que a preocupação estava corroendo. O pai da Bruna e a madrastra má estavam perturbando ainda, nossa mãe não queria nos meter e no fim nem eu e nem ela ficávamos sabendo de algo.
Como o prometido para os dois caras de pau, hoje teria o almoço feito pela dona Helô e eu não queria nem ver a folga que isso daria, já que os dois ficaram os últimos dias mandando mensagens com piadinhas pra nós duas, principalmente o senhor Miguel.
O meu outro encontro com o Theo acabou sendo desmarcado, ele estava ocupado no trabalho e eu dei graças a Deus. Seria bem foda sair com um enquanto o outro estava indo almoçar em pleno domingo com a minha mãe, mesmo eu não tendo nada com esse meliante.
— Ô véi — Bruna entrou na sala resmungando — Nesse sol quente e a mãe me faz sair pra comprar batata palha, não tem dó.
— Não faz nada o dia todo garota, só coça a bunda — provoquei.
— Nossa, escuta aqui... — me encarou séria mas desviou a atenção para o terremoto que tinha acabado de chegar.
— Pode entrar meus amores, fiquem a vontade viu? — minha mãe apareceu abraçada com os dois caras de pau, respectivamente, Miguel e Caio.
E não deu nem tempo de me preparar, eles já estavam bem à vontade e cheios de graça pra minha mãe e que pra piorar, também retribuía todas as gracinhas.
Tudo bem que eu e a Bruna não demos nenhum genro oficial, com toda aquela papagaiada de almoço com a sogra sendo sogra mesmo, até porque com o Vitor não contava já que eu não era namorada. Acho que dessa vez ela estava mais empolgada de ter dois genros em uma tacada só do que com o fato de nós duas querermos algo sério com eles, mesmo a tchonga da Bruna ter aceitado algo a mais com o idiota do Caio.
— E aí meus bebês, tudo certo? — Miguel beijou a bochecha da Bruna e me roubou um selinho — Tô preparado pra bater um rango sinistro.
— Nós trouxemos até sorvete, genros de alto nível — Caio falou abraçando a minha irmã.
— Mané sorvete, açaí é melhor — falei.
— Tudo bem amor, eu compro depois um grandão só pra tu — Miguel me abraçou.
— Putz amigo, agora que ela te aceita de braços abertos — Bruna zoou.
Ficamos enrolando um pouco na sala até a minha mãe puxar todos nós pra ajudar a arrumar as coisas, ela queria fazer um almoço ao ar livre com todos aqueles nhenhenhe, tudo pra aquele bando de corno. Coloquei uma música no som e deixei os meninos sendo mimados na cozinha, tava um calor enorme que eu tava fugindo de ficar naquele forno.
Subi pro quarto pra colocar um vestido solto e tirar o shorts que eu estava. Peguei um longo, tirei a roupa que eu estava e vesti, tentei puxar o zíper que ficava nas costas mas não alcançava aquela merda de jeito nenhum.
— Quer que eu te ajude?
— Porra Miguel, que susto caralho! — coloquei as mãos no peito e esqueci de segurar o maldito vestido que por pouco não caiu todos. — Tá fazendo o que aqui?
— Estava te procurando — se aproximou, ficando bem atrás de mim com aquela respiração batendo bem na minha nuca — E achei melhor do que eu esperava.
— O que você quer? — perguntei tentando controlar a minha respiração que já estava querendo ficar descontrolada. Era impossível segurar o fogo perto desse homem, simplesmente impossível.
— Eu já não deixei claro? — beijou o meu pescoço — Eu joguei todas as cartas na mesa, Elisa, expliquei mais de uma vez que quero algo além de brigas e desentendimentos, você não consegue enxergar isso?
— Eu pensei que eu fosse só sexo pra você — respondi baixo tentando não mostrar o quão vulnerável eu já estava.
— Você nunca foi, tive que lutar contra mim mesmo pra aceitar que você nunca foi só sexo. — passou os dedos pelo meu cabelo e acariciou o meu pescoço com o nariz, me fazendo arrepiar cada vez mais — E no fundo, eu sempre fui atraído por você, até mesmo quando você estava com o meu melhor amigo.
— O que? — me surpreendi. Nunca tinha enxergado o Miguel daquele jeito, mas também não era ingênua para não notar o pedaço de mal caminho que ele sempre foi.
— Não tenho mais porque esconder, eu já estou totalmente afundado na merda por você e tudo o que eu consigo pensar é nessas costas nuas — passou os dedos levemente na parte aberta do meu vestido.
— Você não vai fechar? — perguntei.
— Pra que eu vou ter o trabalho de fechar algo que eu vou tirar agora?
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Quase sem querer
RomanceCansada de estar em um relacionamento no qual apenas um ama por dois, Elisa mergulha em uma aventura com ninguém mais do que o seu amor semi-correspondido. O que ninguém sabe, ninguém estraga mas será que o silêncio é o suficiente para os dois? +1 r...