Capítulo 17

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Bruna 💭

Eu armei pra minha irmã e pro meu melhor amigo ficarem sim e o Vitor que lute.

O meu plano deu tão certo que depois eles já estavam indo embora de fininho, só Deus sabe pra onde. Eu não queria ficar com aquele pessoal e com o Caio mas já que a gente tinha conversado pra caramba antes, não estava mais aquele clima foda.

Ficamos até umas cinco horas ali e depois disso eu já comecei a cansar, só queria a minha cama e dormir bem de boas. Já o Caio parecia estar animado pra ver o nascer do sol, não queria sair por nada da praia e também não queria me deixar ir embora sozinha. Como eu já fui cuzona o suficiente com ele resolvi deixar passar, nos despedimos da galera e fomos pra outra parte da praia.

— Foi você que juntou os dois né? — perguntou do nada.

— Que?

— A Elisa e o Miguel — esclareceu.

— Ah, fui eu mesma — sorri — Eles já estavam querendo de pegar faz tempo e nada melhor do que o primeiro beijo do ano.

— Verdade — me olhou — E você?

— Eu o quê? — perguntei.

— Já deu o seu primeiro beijo de 2020?

— Ainda não, tô na busca ainda — brinquei — E você?

— Ainda não mas só porque eu estou esperando uma certa pessoa aí — respondeu.

— Aé? — confirmou — Não pode esperar muito não, às vezes a menina segue o baile — tentei incentivar ele.

— Você acha isso mesmo?

— Uhum, se é com ela que você quer dar o primeiro beijo do ano só vai, não tem nada a perder.

— Você tá certa — sorri voltando o olhar pro mar.

Do nada, tipo do nada mesmo ele me puxou para um beijo. Quando ele falou da tal pessoa não era pra ser eu, de jeito nenhum.

Me afastei meio assustada com tudo, ele me olhou receoso como se não tivesse gostado da minha reação. — Caio?

— Qual foi? — me olhou — Você realmente pensou que fosse outra pessoa? — concordei com a cabeça — Se fosse você acharia que eu estaria aqui, agora e com você?

— Isso não era pra ter acontecido — pensei em me levantar.

Eu nunca tinha imagino o Caio dessa maneira, ele sempre foi pra mim aquela pessoa que eu tinha que manter toda a distância possível porque com toda certeza traria problemas pra minha vida. Mas também não posso negar que depois da surpresa e do susto não há um gostinho de quero mais, sempre fui a garota intocada por um bom tempo mas agora eu gostei e senti a vontade de ter mais.

Meu corpo diz vai e a minha cabeça diz corre.

Quer saber? Que se foda também, ano novo e ano de mudanças.

Voltei o meu olhar pro dele e sem pensar muito beijei ele novamente, dessa vez tendo reciprocidade de ambas as partes. Ele me puxou pro colo dele e só deu nós dois naquela parte da praia, eu no colo dele e o beijo rolando solto enquanto o sol nascia bem na nossa frente.

Já que é pra começar o ano, vamos começar de um jeito diferente.

(...)

— Vocês duas estão com cara de quem aprontou — olhei pra Lis que deu uma risadinha baixa — Anda, pode abrir a boca.

— Eu não aprontei nada não — falei.

— Magina, só caiu na boca do Caio — a boca grande da Elisa contou.

— O Caio? — minha mãe perguntou surpresa.

— E tu, X9 — olhei debochada — Deu a madrugada toda pro melhor amigo do Vitor.

— Aquele loirinho? — minha mãe perguntou novamente surpresa — Eu tô criando duas fogo no cu.

Minha mãe tinha chamado nós duas pra almoçar em um restaurante beira mar em Copacabana, falou que não aceitaria um não como resposta e que queria almoçar com as duas bebêzinhas dela. Nós que não somos bobas nem ligamos pra vontade imensa de dormir e aproveitamos o almoço de graça bancado pela mamãe.

E pra ser sincera, as duas queriam fugir dos respectivos beijos de virada.

— Em minha defesa foi a Bruna Cecília que armou pra mim — Bruna apontou em minha direção.

— Ah, aí você foi lá e caiu na pica do rapaz? — minha mãe respondeu, me fazendo cair na gargalhada — Ela só te deu um empurrãozinho, se você não quisesse não teria feito nada disso.

— Eu dei um empurrãozão, isso sim — falei.

— E a senhorita com aquele papo de "ain nunca vou me aproximar dele, ele é de família tal", ein? — me olhou.

— Isso mesmo mãe, e aquele papo? — mostrei a língua pra Elisa.

— Ele que veio me beijar, taokei — tentei me defender mas aquelas duas me conheciam na palma da mão — Tudo bem que depois eu que fui pra cima, mas não muda o fato que foi ele que começou.

— E você retribuiu, filha — minha mãe lançou aquele olhar coach — Eu acho muito bom você estar deixando os traumas de lado e realmente se aventurando, sabe?

— Eu também acho — Elisa respondeu dando uma garfada no prato.

— E você — apontou pra ela — Acho muito bom você estar seguindo o seu rumo depois de toda aquela bagunça com o Vitor, mesmo sendo com o melhor amigo dele.

— Nem vai rolar nada, mãe — ela respondeu — Foi só uma transa e tchau.

— Exatamente, foi só um beijo e tchau — falei convicta.

Tô afim de abrir a caixinha de perguntas lá no insta pra vocês falarem o que estão achando do livro e tirarem alguma dúvida. Querem ou não?

Quase sem querer Onde histórias criam vida. Descubra agora