Capítulo 31

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Caio 💭

Não é fácil ser um jovem bem sucedido.

Enquanto os meus amigos passaram o final de semana em um quase retiro espiritual, eu passei os dois dias resolvendo problema atrás de problema.

Os meus planos de sexta feira foram cancelados, o rolê que eu iria dar com a Bruna depois de mil anos apanhado tinha data e hora, mas como um cara azarado que sou, fui fazer amizade logo com dois idiotas. O Miguel e o Lucca me inventaram de ficarem bêbados e resolverem ir viajar pro interior, repetindo, bêbados! Eu recebi uma ligação dos dois patetas antes de ir buscar a Bruna, e aonde eles estavam?

NEM ELES SABIAM!

"Ô Caio, eu não sei aonde nós viemos parar não, você sabe?"

Eu tive que explicar mil vezes e de uma forma que uma pessoa totalmente embriagada entendesse como me mandar a localização pelo WhatsApp. E lá estavam eles, ha duas e meia de distância, no meio de uma cidade avulsa do interior.

Depois disso os dois preferiram se trancar em casa e declararam como retiro espiritual.

Hoje, plena segunda, depois de resolver a tamanha incompetência do marido da minha tia eu aproveitei pra levar a Bruna lá no colégio, eu já havia prometido o emprego e com certeza a minha tia iria aprovar, aquela ali só entende de lucrar e lucrar. Já eu tentava me manter bem longe da péssima administração dela e daquele projeto de velho babão, os dois causavam tanta dor de cabeça pra mim e ao mesmo tempo tentavam me tirar do comando das escolas.

— Tô com medo, e se essa sua tia não gostar de mim? — Bruna perguntou toda medrosa ao descer do carro.

— Relaxa, ela nem vai perguntar nada, só vai te olhar e ver se você serve pra trabalhar aqui.

— Orra, ajudou pra caramba! — fez um joinha e eu dei risada.

— Desculpa de novo pelo lance de sexta e por não conseguir remarcar no final de semana — falei entrando na escola — Foi mal de verdade.

— Fica tranquilo, não é sua culpa que o Miguel quis viajar pelo interior — riu.

— Vagabundo, quando eu tenho a chance de sair com você ele me atrapalha — resmunguei.

— Ei, eu não estou fugindo de você — me olhou — A não ser que eu não consiga esse emprego, aí você vai se dar mal!

— Relaxa que a vaga já é sua — apertei o ombro dela. Entramos da secretária, cumprimentei o pessoal que trabalhava ali e fui em direção da Tati, meu braço direito naquele lugar. — Cadê a assombração?

— Tá lá dentro — apontou pra sala — Vagabunda, nojenta.

— Vou lá, fica aqui e se apresenta pra Bruna — me afastei delas — Já volto.

Caminhei em direção da sala da minha tia e já conseguia escutar os gritos. Pra quem administrava uma escola, ela não sabia o mínimo de educação e controle. — Vai assustar os pais de alunos com esses seus berros.

— Vai se fuder, moleque — desligou o telefone com tanta violência que eu senti dó daquele pobre objeto — A escola é minha e eu faço o que eu quiser aqui.

— Sua em termos, não é? — me encostei na parede.

— O que você quer dizer com isso, pirralho? — me olhou com raiva, parecia um pimentão de tão vermelha.

— Nada — dei de ombros, não iria me meter em uma briga agora e perder toda a minha paciência logo cedo — Só vim aqui pra avisar que eu já resolvi as burradas do seu marido e pra apresentar a candidata pra vaga de plantonista.

— É outra incompetente? Porque dessas eu estou cheia! — deu a volta na mesa.

— É melhor que muitas pessoas por aí — respondi abrindo a porta. Do lado de fora estava a Bruna e a Tati em um papo empolgado, nem notaram que nós estávamos ali. — Essa é a Bruna, minha amiga.

— Eu falo que estou cheia de pessoas incompetentes... — minha tia encarou a Bruna, que só agora notou a nossa presença — E você me traz a maior de todas?

(...)

Eu dei tanta risada dos comentários do último capítulo, vocês são demais!

Quase sem querer Onde histórias criam vida. Descubra agora