Capítulo 45

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Miguel 💭

Depois de toda aquela bagunça entramos e terminamos o que era pra ser um almoço de domingo. Pensei que o clima iria ficar tenso mas a dona Helô não permitiu, e ainda serviu uma sobremesa que tava bom demais.

Caio e Bruna subiram e a mãe das meninas também vazou, ficou apenas eu e a Elisa no quintal largados. Puxei ela para os meus braços e a fiz relaxar com o meu toque em seus cabelos. — Você acha que a Bruna tá bem?

— Ela vai ficar — respondi — Não é como se ela não tivesse se defendido hoje.

— Você quase saiu no pau.

— Foi por pouco — ri.

— Não faz mais isso — virou-se para me olhar — Você não pode se meter em confusões assim, é perigoso e desde que eu te conheço já vi várias brigas que você estava envolvido.

— Tá preocupada comigo? — coloquei uma mecha de cabelo atrás do cabelo dela.

— Miguel — me olhou brava.

— Eu sou da paz, amor, não entro em brigas sabendo que não vou ganhar.

— Você não pode ter certeza de tudo — bufou.

— Eu não tenho certeza de tudo — respondi — Mas de uma coisa eu tenho.

— O que?

— De que eu quero ficar com você.

Ela levantou do meu colo com um olhar surpreso. Qual é, eu venho falando isso há mais de uma semana! — Eu estou falando sério Elisa, cansei de joguinhos ou de perder oportunidades por medos estúpidos. Eu quero ficar com você, isso se você aceitar e passar por cima desse orgulho bobo.

— Orgulho bobo? — esbravejou — Desculpa se eu tenho problemas em confiar em alguém que diminuiu os meus sentimentos e me tratou como uma qualquer!

— Eu sabia sobre os seus sentimentos? Você ao menos conversou comigo depois do Ano Novo, como eu ia saber que você tinha sentimentos? 

— Eu não tinha sentimentos.

— Sério isso? —gargalhei — Então porque você está puta comigo? 

— Porque você me tratou como lixo Miguel.

— Caralho — passei a mão no cabelo — Escuta, eu não vou repetir o mesmo discurso e dizer o quanto eu sinto muito. Tudo o que eu tenho pra falar é que eu fui um cara idiota, imaturo e infantil porque achei que tinha feito uma merda enorme em me envolver com a ex do meu melhor amigo, e o pior, eu tinha gostado de tudo que aconteceu e não conseguia te tirar da cabeça. Eu fui  um merda em fazer aquele comentário, fiquei com várias garotas só pra esquecer essa garota maluca que chamava a minha atenção mas eu evitava aceitar, porque caralho, o cara que eu cresci já estava apaixonado por você.

— E o que mudou agora? — perguntou — Se antes você não queria se envolver comigo por causa do Vitor, o que mudou? Você tá insistindo porque nisso tudo se sabemos que a irmandade de vocês é maior que mulher?

— Tudo mudou — bufei — Você acha que eu perderia o meu tempo aqui, almoçando com a sua mãe no domingo, enchendo o seu saco e insistindo para ganhar uma chance se fosse só um passa-tempo? — a encarei — Porra Elisa, eu tô aqui por que não consigo tirar você da minha cabeça, porque eu enchi a cara com o Lucca pensando no quanto eu errei em te afastar. 

— E o Vitor? 

— Eu vou conversar com ele, explicar tudo o que aconteceu e o que eu quero que aconteça, espero que ele entenda e se não entender eu não vou poder deixar ele se meter na minha felicidade. — acariciei seu cabelo — Se você não quiser eu não vou insistir mais, você pode voltar a sair com aquele idiota, eu não vou interferir e...

— Cala a boca.

— Que?

— Eu juro pra você que não vai ter outra chance, se pisar na bola já era. Eu não vou perder meu tempo com outra pessoa que pisa nos meus sentimentos, me faz de trouxa e me usa por ai, entendeu? — me encarou séria, como se fosse um ditador impondo suas regras, mas tudo o que eu conseguia ver era a menina que eu estava descontroladamente interessado, ou até mesmo apaixonado e que eu estava prestes a falar pro ex dela que eu a queria mais que tudo.

— Você não vai se arrepender, eu juro — sorri puxando-a para um beijo. Porra, eu tava amarradão naquela doidinha e não pretendia perder ela por nada.


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