Capítulo 43

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Miguel 💭

— Você acha que eles escutaram algo? — apertei ela em meus braços.

Se eu já estava fissurado por ela, totalmente jogado, imagina agora depois do chá que eu tomei. A minha vontade era ficar com ela naquela cama até amanhã, não queria levantar e ter tudo isso só na memória.

— Espero que não — riu — Se escutaram a minha mãe vai zoar a gente até não aguentar mais.

— Só falar que estamos fazendo um netinho — falei — Aposto que ela não vai se importar.

— Vira essa boca pra lá, Deus me livre disso.

— Porque? Não quer começar a planejar os nossos pivetes?

— Menos amado, muito menos — revirou os olhos.

— Amado não. Até agora você estava me chamando de amor, continua daquele jeito — apertei as bochechas dela.

— Você tá carente? — me encarou debochada — Foi só uma pica, relaxa.

— Eu vou te mostrar o que é só uma pica — tentei ficar por cima dela mas a mesma levantou rápido.

— Vamos descer — começou a vestir a roupa dela — Agora faça algo que preste e feche o meu vestido.

— Elisa Elisa, fica esperta — levantei, vesti a minha roupa e fechei o vestido da folgada — Bora que eu comi mas ainda tô com fome.

Elisa 💭

— Você é ridículo demais garoto — ri alto, desci as escadas tentando manter a neutralidade e fingindo que nada aconteceu. Olhei para o Miguel que estava com a cara mais lavada atrás de mim, infelizmente não foi como eu mais planejava. Todos estavam olhando para nós com um sorrisinho malicioso.

— Tava interessante lá no quarto né, irmã? — Bruna piscou pra mim e eu quis matar ela.

— Espero que vocês ainda estejam com fome — minha mãe colocou a panela em cima do apoio na mesa.

— Sempre sogrinha — Miguel colocou a mão na barriga fazendo o Caio gargalhar.

— Eu sou o único genro que respeita a sogra aqui — ele falou.

— Vocês não tem vergonha na cara. Todos vocês — minha mãe estreitou os olhos — Agora podem comer.

Depois que sentamos ocorreu tudo bem menos vergonhoso, parecia que era mais um almoço de domingo e eu posso afirmar com certeza que a minha mãe não iria deixar os meninos se afastarem com facilidade, para o meu pesar.

Na real eu estava curtindo todo aquele clima, já que nunca aconteceu antes, porém, é claro que eu nunca admitiria em voz alta.

— A Cláudia ofereceu a casa em Ilha Bela pra nós passarmos o feriado — minha mãe falou.

— Eu topo sogrinha, não precisa ficar com vergonha de convidar — o folgado do Miguel respondeu.

— Você é muito entrão — Caio olhou sério para ele — Eu topo também, sogra.

— Ah não — Bruna riu — Vocês não vão atrapalhar o nosso feriado como três belas solteiras.

— Solteira teu...tua cara — Caio repensou nas palavras me fazendo rir — Mané solteira.

— A única solteira aqui é a sogrinha e olhe lá também, não pode ficar dando moral também não — Miguel fingiu estar bravo.

— Sonha querido — minha mãe gargalhou — Somos solteiras até ter um pedido oficial.

— Tem problema não — Caio levantou e logo se ajoelhou ao lado da Bruna — Vai namorar comigo ou vou ter que continuar sendo aquele trouxa que corre atrás de tu?

— Você é muito bobo — minha irmã corou — Não precisava nem ter perguntado, né? — puxou ele para um beijo.

— Minha vez agora — Miguel levantou mas foi interrompido por alguns gritos que vinham do portão.

Pela voz eu já sabia muito bem quem era. Encarei a Bruna que já estava tensa, minha mãe já tinha levantado e o Caio também.

— Orra, sempre me atrapalham — Miguel bufou.

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