Capítulo 21

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Miguel 💭

Logo que elas chegaram o clima já mudou, tava claro para todo mundo que nós estávamos de olho nelas. Ninguém nem tinha pensado que as três iriam vir aqui, muito menos se juntar com um grupo que eu nunca tinha visto mas que o Vitor dizia ser amigos da faculdade da Elisa. Foi impossível não olhar pra ela e ver o quão gata estava, e eu não era o único com esse pensamento.

Do alto dava pra ver o trio curtindo, e até mesmo uma cena que eu não pensei que iria me dar um frio na barriga. No canto estava ela aos beijos com um cara, não era pra me incomodar mas eu já tava mais incomodado do que nunca.

— Tá vendo aí? — Vitor apontou puto — Sempre falei que esse cara tava dando em cima dela, não sou burro carai.

— E? — Gabi se intrometeu — Eu já to ligada que essa é a mina que você tinha rolo, e pelo o que eu saiba ela tá solteira.

— Mas ainda rola sentimento — respondeu incomodado.

— Só se for da sua parte — a morena rebateu — Ela tá livre pra pegar quem você quiser e até mesmo teus amigos. — ela não sabia do meu rolo com a Elisa mas parece que acertou em cheio, até fiquei desgovernado.

— Tá doida? — virou bravo — Amigo meu nunca faria isso, só pode tá viajando.

Putz.

— Enche a cara vai e para de falar besteira — Caio empurrou cachaça pra ele e deu uma olhada pra mim.

Olhei novamente para baixo e só vi as três virando garrafa atrás de garrafa, não faziam questão de nem olhar pra cá. A Rebeca tava de gracinha pra outro cara e pelo andar da carruagem o meu amigo iria ficar de três jeitos: bêbado, puto e chorando por aí.

E não deu outra, quando ele olhou pra ela tremeu até na base com o beijo que tava rolando. Apertou tanto a grade pra tentar disfarçar, eu nem dei bola até porquê a mina avisou que isso iria acontecer.

— Mas e aí, gatinho — Gabi arranhou a minha nuca — Quando você vai pagar a promessa de me levar pra sair?

— Quando que eu prometi isso?

— Nunca, mas eu não ligo — respondeu, e eu nem dei muita atenção. Na verdade toda a minha atenção estava pro canto da pista, a Elisa agarrada com o mesmo cara — Tá viajando aí carai? To falando contigo, Miguel.

— Que? — voltei a olhar pra ela mas a minha atenção foi novamente interrompida, só que dessa vez pelo Vitor que saiu voando. Tava indo fazer merda, certeza.

— Ah não mano, eu que termino o meu namoro e ele que vai dar show — Lucca seguiu ele bufando.

Tirei a mão da Gabriela de mim e levantei rapidão pra evitar a bosta que o Vitor iria fazer. Desci com o Caio pique flash, não deu pra segurar ele, quando eu vi o moleque tava indo pra cima do outro cara.

— Só amigo o meu pau — falou alto.

— Pera aí, parceiro — Caio tentou puxar ele.

— Tá falando com a gente? — o cara perguntou com uma cara de debochado que só.

— Vitor vaza daqui, vai — Elisa revirou os olhos.

— Esse é só o teu amiguinho, né? — riu irônico — Sempre soube, o pai aqui não erra.

— Ah mas tu erra sim — Rebeca entrou no meio — Errou vindo se meter no que não foi chamado, irmãozinho.

— Vai voltar a se agarrar com os teus machos, vai — respondeu pra ela — Meu papo aqui é com a Elisa.

— Eu não tenho nada com você não, meu — ela falou puta — Segue o baile e faz igual você fazia quando estava comigo, transa com mais vinte garotas e me esquece.

— Você nunca vai me entender, não é? — bufou — Eu te amo, caralho.

— Aí cacete, três machos aí e nenhum tem a capacidade de tirar o amigo de vocês daqui e poupar essa vergonha — Bruna apontou pra gente.

— Que vergonha? Para de falar merda e volta pro teu convento — Vitor falou.

— Cala a boca, cara — puxei ele.

— Tá falando merda demais, perdeu toda a razão que você já não tinha — Caio deu um tranco no braço dele e ajudou a puxar.

— Não, agora eu quero responder — Bruna respondeu — A santa aqui quer encher essa sua cara de macho frágil de tapa, tu se acha o cara que não percebe o que tá acontecendo na sua volta. Eu aqui posso até voltar pro meu convento, como você falou, mas pode ter certeza que eu vou fazer isso depois de beber muito e não sair por aí falando merda — sorriu — Otário.

— Do que ela tá falando? — olhou pra mim.

— Nada não — Lucca empurrou ele pra saída.

— Vai lá enganar o meu irmãozinho, é o que vocês mais fazem — Rebeca falou.

— Não liga não, ami — Elisa me olhou — A amizade deles não vale a pena perder por buceta — vazou puxando as meninas.

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