Feliz Natal amores ❤️
Elisa 💭
Ok, talvez eu tenha exagerado um pouco.
Mas é aquilo né, mente vazia oficina do diabo e com o martelo que é a cachaça fica tudo pior.
Eu meio que bebi todas mesmo, a dona Bruna caiu no sono e me deixou mandar mensagem pra tudo que é homem. Principalmente aqueles que eu deixava de responder porque na minha cabeça eu estava em um relacionamento sério.
Digamos que eu mandei "Oi lindo, saudades" pra uns dez caras e pra minha surpresa mais da metade tinha me respondido quando eu acordei.
— Cara, tu deu em cima até do homem picolé lá da academia do Vitor — Bruna deu risada — Acabou de te mandar mensagem querendo sair — me devolveu o celular.
— Se fosse só esse tava bom — falei — Eu mandei mensagem até pro Carlos, aquele lá do carnaval que o Vitor tretou.
— Se você não quiser eu quero — sorriu maliciosa — Aquele garoto é tudo de bom.
— Nera você a santa? — perguntei e ela me mandou o dedo do meio.
— Sabe quem me mandou mensagem? — neguei — Meu pai.
— Ué — a olhei — O que ele queria?
— Me chamar pro chá de bebê de mais um filho — fez uma careta — E ainda complementou que espera que eu não vá e só me chamou porque não sei quem insistiu.
— O que mais me surpreende é a cara de pau dele — respondi — Deixa a dona Elô ficar sabendo disso.
— Saber do que? — pulamos de susto.
— Eita porra, vai dar susto na vizinha — coloquei a mão no peito — Caramba mãe.
— Se assustou é porque tava aprontando — deu de ombros — Boa tarde para as filhas mais descaradas desse mandou — apertou nós duas.
— Boa tarde, mãe — Bruna sorriu.
Mano eu achava lindo a relação das duas, não sinto um pingo de ciúmes porque sei o quanto é verdadeiro tudo isso. O dia que a Bruna chamou a nossa mãe de mãe pela primeira vez a bichinha chorou tanto, entendo que é foda pra ela meio que substituir a mãe biológica dela mas sempre que ela se sentia bem ela trocava o "tia Elô" por "mãe".
— Agora fala o que eu não posso saber — sentou com a gente na mesa — Tu encheu a cara né, Elisabeth?
— Meu nome é só Elisa, para de doideira — revirei os olhos, odiava quando ela me chamava assim. — Fala tu — olhei pra Bruna.
— Olha — entregou o celular dela aberto na conversa dos dois, na hora a nossa mãe já ajeitou a coluna.
— Se eu mando matar um corno desse eu que saio como culpada — falou brava — Eu já falei pra esse filho de uma puta parar de putaria com você, já avisei ele mil vezes que com filha minha ninguém mexe.
— Tá tranquilo — Bruna falou baixinho. Nós três sabíamos o quanto tudo isso machucava ela.
— Não filha — devolveu o celular — Não tá bem mesmo, esse cara já me estressou ao máximo e você sabe que eu só não vou bater na porta dele com os seus tios porque você não quer mais confusão.
— Amanhã é natal — suspirou — Eu quero curtir porque isso é tudo novo pra mim, mesmo não sendo o nosso primeiro natal juntas. Cada vez mais eu me sinto em família e eu não quero deixar o Daniel atrapalhar isso, vou bloquear ele mais uma vez e pronto acabou.
— Então pronto — fechei os olhos — Eu tô numa ressaca tão pesada que nem deveria estar falando sobre isso agora.
— Posso saber o porquê da senhorita ter enchido o cu de cachaça? — minha mãe cruzou os braços — Você numa bebe tanto então deve ter acontecido algo.
— Fala tu — Bruna me imitou e eu mostrei a língua pra ela.
— Só eu estava em um relacionamento, o Vitor pegou várias, nós brigamos, beijei o Miguel, nós brigamos mais uma vez e fim — falei de uma vez — Ah, a Bruna beijou o Caio.
— Sua vaca — jogou o pano de prato de mim.
— Eu sempre te falei que o Vitor só servia pra ser seu amigo, Lis — dona Elô começou — Também sempre achei aquele loirinho a coisa mais linda desse mundo — sorriu maliciosa.
— Ih nem vem — resmunguei.
— Agora a senhorita beijando aquele garoto é novidade — olhou pra Bruna — E aquele papo de distância?
— Só se for distância da língua dele — dei risada.
— Mas eu quero distância mesmo, foi um desafio que não vai mais se repetir — respondeu firme.
— Você sabe que não tem nada a ver você tratar ele dessa forma, né filha? — falou — Ele é tão educado e de longe é igual aos parentes dele.
— Filho de peixe peixinho é — deu de ombros.
— Então quer dizer que você é igual ao Carlos? —perguntei — Só da uma chance pra ele, não precisa ser nada amoroso.
— Quem sabe até vira um romance — minha mãe riu levantando da mesa — Agora vão tomar banho que nós vamos ao mercado.
Resmunguei levantando e logo o meu celular apitou, indicando mensagem de quem eu menos esperava.
Merda, adiciona mais um na lista de mensagens enquanto eu estava super bêbada.
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Quase sem querer
RomanceCansada de estar em um relacionamento no qual apenas um ama por dois, Elisa mergulha em uma aventura com ninguém mais do que o seu amor semi-correspondido. O que ninguém sabe, ninguém estraga mas será que o silêncio é o suficiente para os dois? +1 r...