Capítulo 23

11.7K 1.1K 536
                                    

Elisa 💭

A semana passou e sem fumaça dos idiotas, desde aquela noite eu não vi mais nenhum dos quatro. Não fez diferença pra mim, nós três aproveitamos pra sair sozinhas e curtir o momento. Meu amigo Caio estava louco pra contar a novidade pra Bruninha só que eu já tinha mandando a real, se ele corresse atrás dela ela só iria esnobar ele. Ele fez o que eu aconselhei é zero contato com ela.

As aulas da faculdade já tinham voltado e pelo nosso grupo ser divido nem todo mundo estudava na mesma. A noite tinha um aniversário de um amigo nosso, seria o primeiro reencontro desde a pancadaria. Bom, o Vitor tentava conversar comigo mas eu fugia igual diabo foge da cruz.

— Lis? — Bruna entrou no meu quarto — Me empresta aquele vestido longo seu?

— Pega aí — apontei pro guarda-roupa.

— Você sabe se por acaso...você sabe né — coçou a cabeça — O Caio vai estar lá?

— Hm, porque desse papo agora? Não era você que nem dava moral pra ele?

— É que o Miguel veio com um papo pro meu lado e eu fiquei encucada com isso, eu nem gosto dele e você sabe disso.

— E porque você da moral pra conversa do Miguel? — terminei de me vestir — Você sabe que aquele garoto é problemático.

— Ah não, você vai começar com esse papo de ódio pra ele? — cruzou os braços — Você não odeia quem você quer beijar.

— Primeiro, eu não quero beijar ele. Segundo, me arrependo de ter beijado ele. E terceiro, eu não odeio ele apenas acho uma pessoa mentirosa e asquerosa.

— Você fala demais, anda logo que a Rebeca já tá vindo.

Vamos dizer que a minha raiva pelo Miguel tinha aumentado um pouco, só de pensar nele eu ficava puta e por pensar nele eu ficava mais puta ainda.

Terminei de me arrumar e logo nós três fomos para casa do nosso amigo, não era o plano encher a cara até porque quarta-feira não se deve sair de casa. Entramos carregando o kit churrasco e cumprimentando todo mundo, de longe eu já vi a cara de cachorro abandonado dos três patetas, o único que se livrava era o Caio mas aquele tava doidinho pra amarrar o burro na minha irmã.

Abracei o aniversariante e segui em direção do freezer, não deu nem tempo de abrir e um ser humano apareceu, levantei o olhar e dei de cara com o Vitor. — Oi.

— Oi, Vitor — abri e peguei uma cerveja — O que você quer?

— Me desculpa — falou baixo mas o suficiente pra eu ouvir e soltar uma gargalhada — É sério, me desculpa por ser sempre um babaca com você.

— Você não me compra mais com isso, já perdi o encanto faz um tempo.

— Não quero te comprar — respondeu rápido — Só percebi que você sempre foi importante pra mim e eu sempre fui um bosta, não quero perder a nossa amizade. Se você não quer algo mais tudo bem, eu entendo, mas eu só quero voltar a sua vida.

Tentei fazer um scanner pra ver o quão sincero que ele estava sendo. Vocês acreditariam nesse papo?

— Olha, você pisou tanto na merda que perdeu total a confiança que tinha em você. Eu não vou acreditar em você só com palavras, se você quer voltar a ser meu amigo tem que rever as suas ações e só assim eu posso pensar no seu caso.

— É, eu esperava que fosse assim — riu — Você tá certa. E ó, já saiu carne ali — apontou pra churrasqueira e se afastou. Meu pé atrás ainda continua.

Voltei em direção das meninas mas novamente outro ser humano entrou no meu caminho, lá estava ele. O cão arrependido volta com o rabinho entre as pernas. — O que você quer, Lucca?

— Quero saber como a tua amiga tá?

— Porque você não pergunta pra ela? — tomei um gole da minha cerveja.

— Você sabe que não é assim, pô — coçou a cabeça — Eu amo ela mas não é tão simples.

— Claro que é, é só você ser homem o suficiente e conversar com o teu amigo. Você acha que ele vai fazer o que? Te matar?

— Tu não entende.

— Tá certo, eu não entende esse código moral de vocês. Mas uma coisa eu sei, se você não quer fazer nada é melhor ficar bem longe da minha amiga — bati no ombro dele e voltei a andar.

— Elisinha do meu coração — senti puxarem a minha mão.

— Mas que caralho — falei alto o suficiente pra todos me olharem — Hoje é o meu dia, né? — olhei pro Caio — O que você quer, fedido?

— Não vai dar pra segurar muito tempo, a escola tá precisando de uma plantonista pra ajudar em português e eu preciso falar com a tua irmã urgente.

— E você tá pedindo autorização pra mim? — perguntei, e ele concordou — Nossa desde quando eu virei a pessoa sábia?

— Para de graça que foi você que disse pra eu esperar — bufou — Vou lá falar com ela.

— Tá, mas não fica lambendo senão vai levar um chute na bunda — bati no ombro dele e continuei a andar.

Juro por Deus, tava tão perto do meu objetivo e se mais alguém me interrompesse eu teria um surto no meio de geral.

— Posso falar com você?

+100

Quase sem querer Onde histórias criam vida. Descubra agora