Capítulo 33

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Bruna 💭

— Se acalma, Bruna — Elisa tentou encostar em mim mas eu desviei.

— Me acalmar nada, eu quero saber que merda vocês estão escondendo de mim — gritei — Para de me tratar como se eu fosse quebrar a qualquer momento.

— Ele quer que você renuncie da herança que você possui, e se você não fizer isso ele vai expor... — minha mãe falou.

— O que tem de importante nessa herança? — encostei no balcão — Eu não vou ganhar nada dali, ninguém lembra da minha existência. Porque disso?

— Deve ter algo muito grande pra eles estarem desesperados assim — Elisa me olhou — Você sabe que não precisa fazer isso, tem outros meios de se proteger.

— Outros meios? — ri irônica — Eles vão fazer o inferno na minha vida e ainda vão mexer nessa droga de história. Já pensou na merda que vai ser se soltarem isso?

— Eu contrato um advogado, sei lá, não vou deixar você ser ameaçada por eles — minha mãe me abraçou — Você não precisa passar por tudo isso de novo.

— Eu não tô nem aí pra herança nenhuma, se é isso que eles querem pra me deixar em paz pode ficar.

— Eles não vão te deixar em paz assim, toda hora vai ser algo pra vir encher a porra do saco — Elisa esbravejou.

— Vai ficar tudo bem, meu amor — me abraçou mais — Essa família não me intimida, você sabem bem disso — a campanha tocou.

— Eu atendo — Elisa saiu.

Tudo o que eu não queria era passar por aquela história novamente, ter que enfrentar os olhares diante boatos já eram complicados, agora enfrentar diante verdades? Muito mais!

Eu tenho culpa no cartório, mas não sou a única nessa confusão toda e eu tenho certeza que ele não vai sair tão prejudicado como eu. Quer dizer, ele tem muito mais do que perder, até porque eu já perdi tudo o que eu tinha na época que ele se safou.

— Oi doidinha — me afastei do colo da minha mãe ao ouvir a voz do Miguel — Posso saber o que aconteceu?

— Oi — limpei as lágrimas — O Caio já ligou pra você?

— Ele tava preocupado, pô — me abraçou — Quer conversar? — assenti.

— Depois a gente conversa — Lis beijou a minha testa — Cuida bem dela — piscou pro Miguel.

— Pode deixar, chefona — sorriu. Mas era um bobo apaixonado mesmo.

Subimos pro meu quarto, me aconcheguei no sofá que ficava na minha varanda e ele sentou ao meu lado. — Encontrou com a tua madrasta né? — concordei — Que merda!

— Você nem imagina — suspirei — Ela ainda tem todo aquele poder de merda, que ódio!

— Não pode deixar eles te controlarem assim, Bru — me olhou — Se souberem desse poder nunca vão te deixar em paz.

— Ela teve a coragem de falar que tava esperando eu voltar correndo pra lá — limpei as lágrimas que começaram a cair — Que saco, porque ela pensa que eu vou voltar algum dia?

— Eles te acham fraca — respondeu — Não esperam que você tenha virado essa puta mulher da porra, e esse é o seu poder contra eles. Que se foda se ela acha isso, você sabe o quão forte é, mesmo que aconteça qualquer merda você nunca vai ter que voltar pra lá — sorriu — Porra, olha pro teu redor. Tem gente pra caralho que te ama.

— Eu sei — olhei pra ele — Te amo, bobão.

— Blá blá blá te amo — fez uma careta, o Miguel era péssimo em expressar os sentimentos dele — Você sabe que tem que conversar com o Caio, né?

— Uhum — concordei — E você com a Elisa.

— Ih nem vem — bufou — Não tem mais nada pra conversar com ela.

— Confessa que você tá todo apaixonado por ela, confessa vai — provoquei.

— Mané apaixonado garota — me mostrou a língua — Eu to afim, só isso!

— Só isso huh?

— Ela me deu um chá que tá sendo difícil de esquecer mas uma hora passa, tá tranquilo.

— Se você diz — dei de ombros.

— Tenho que ir pro trabalho — levantou — Vai ficar bem aí?

— Vou sim — me ajeitei mais no sofá.

— Beleza então — deu um beijo na minha bochecha — Qualquer coisa me liga, falou? — concordei. Morei o meu olhar pro céu totalmente fechado — Ou, onde que fica o banheiro aqui em cima?

— Segunda porta à esquerda.

O quarto da Elisa, ops.

— Beleza!

Última vez que eu dou de cúpido.

Quase sem querer Onde histórias criam vida. Descubra agora