Capítulo 24

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Três narrações em um só capítulo, só pra não falar que eu não atualizei.

Elisa 💭

— Puta que pariu, eu não tenho um minuto de paz nesse caralho? — falei alto — O que tu quer Miguel?

— Não precisa me tratar assim também — falou bravo — Quero saber se eu posso conversar contigo.

— Não pode não — respondi — Mais alguma coisa?

— Porra, porque você é tão difícil assim?

— Ué, você queria que eu fosse fácil só pra você usar e lagar? — falei nervosa.

— Para de agir assim caramba — tentou disfarçar pra ninguém ver a mini treta que estava rolando.

— Ah vai tomar no cu, Miguel — tentei me afastar mas ele segurou o meu braço — Me solta fazendo favor.

— Só queria pedir desculpas mesmo sabendo que eu não tenho que pedir nada — soltou — Quer saber? Não vou te pedir mais nada também.

— Então não pede, eu ein — o encarei — Eu que não quero que você peça.

— Ótimo — retrucou.

— Maravilhoso!

Finalmente, graças a Deus, eu consegui chegar no meu objetivo precioso que era sentar com as minhas amigas e beber a minha cerveja. Aliás, minha cerveja até acabou.

Bruna 💭

— Tá brava porquê? — perguntei olhando pra cara de cu da Elisa.

— Esse povo acha que eu sou pitstop, não é possível — bufou — Minha cerveja até acabou com essa palhaçada.

— Bruna — Caio me chamou — Posso falar contigo rapidão?

— Claro — respondi — Pode ficar com a minha, estressada.

Levantei, acompanhei ele até um lugar mais silencioso e reservado. Não tinha ideia o porquê da conversa mas confesso que tinha ficado até feliz. — Aconteceu alguma coisa?

— Não, fica tranquila — sentei num banquinho — É coisa rápida.

— É por causa da virada?

— Não — negou rápido — Nem lembrava disso.

— Hm, beleza — doeu, não doeu muito mas doeu um tiquinho — O que foi então?

— Tô precisando de uma plantonista numa das escolas, é coisa urgente e pensei que você fosse querer.

— Opa — levantei feliz — Claro que eu quero, na verdade é o que faltava pra eu finalmente começar do zero.

— Vou te passar o endereço e amanhã você me encontra lá, pode ser? — concordei.

— Obrigada Caio, de verdade — abracei ele forte.

— De nada — sorriu olhando pra minha boca. Acho que nós dois queríamos a mesma coisa, então apenas fechei os meus olhos e esperei. — Vou voltar pra lá, até amanhã.

— Que? — olhei ele voltando pro pessoal. Levei um pé na bunda. Na real não foi um pé na bunda, não é? Não foi mesmo, pronto acabou.

Ou foi?

Voltei pra mesa e peguei o primeiro copo que apareceu na minha frente, virei tão rápido que senti o gelado arranhar a minha garganta. — Sua folgada, vai pegar a bebida da sua mãe.

— Cala a boca, Elisa — resmunguei.

— Ué, o que aconteceu? — Rebeca perguntou.

— Nada não — balancei a cabeça pra ver se apagava os meus pensamentos — Acho que arrumei um emprego.

— Que bom, ami — Beca me abraçou — Era tudo o que você queria. — concordei.

— Mas parece que você levou um fora — Elisa gargalhou.

— Falou isso porquê? Tá sabendo de alguma coisa? — a encarei.

— O que eu estaria sabendo? Doida! — respondeu soltando uma risadinha. Ela tava aprontando pro meu lado, já tava ligada.

Rebeca 💭

Fiquei conversando com as meninas mas logo me bateu a vontade de ir ao banheiro. Levantei e andei pela aquela casa enorme atrás de um local decente e limpo pra fazer as minhas necessidades, sou uma princesa limpa. Usei o mesmo e logo que eu sai tomei um susto com o viado do Lucca parado na porta.

— Tá doido? — falei brava — Segue o teu rumo.

— Como que eu vou seguir ele sem você?

— Liga o waze, não to nem aí não — tentei passar mas ele não deixou — O que você quer, cara?

— Eu quero você, porra — falou cansado — Chega de brigar, por favor!

— Pra que ficar insistindo em algo que não vai rolar? — perguntei — Você não tem coragem pra falar com o meu irmão e resolver esse negócio idiota de vocês, e eu também não vou ficar esperando você pelo resto da minha vida.

— Você fica me pressionando, assim não dá.

— O que não dá é eu ficar me limitando e me esconder por causa de algo tão besta, entendeu? Eu cansei disso, eu te amo mas me amo acima de tudo, não vou ficar fugindo atoa. Segue a sua vida, conheça uma mina que você tenha coragem de assumir e eu vou conhecer um cara que me assuma apesar tudo.

— É isso que você quer?

— É isso sim — respondi cansada — Pelo bem na nossa convivência, porque eu sei que não vai parar, vamos encerrar isso aqui pra não machucar mais do que já machucou.

— Eu sinto muito por isso — me abraçou — Sinto mesmo.

— Eu também sinto muito — me aconcheguei pela última vez naquele abraço que eu tanto gostava — Eu sinto muito por você ver preferência em outras coisas. — me afastei, deu um aceno e voltei para mesa.

Se era isso que ele queria eu teria que entender, nada adiantaria forçar um relacionamento infeliz pra ambas as partes. Acho que se for pra ser, será. E se não for pra ser, os dois vão achar um novo caminho.

Pelo menos era nisso que eu insistia acreditar.

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