Caio 💭
Até no pedido mais esfarrapado de namoro eu era interrompido, ainda mais por gente que eu não queria ver tão cedo e muito menos perto da minha namorada.
Minha sogra levantou rapidamente, pegou o celular e a chave do portão. Olhei para a Bruna que tinha ficado sentada ainda em choque, eu entendi o seu terror pelo seu pai e madrastra, e por esse motivo eu não queria ela perto deles. — Fica com ela, pode ser? — Olhei para Elisa que concordou.
— Quem é? — Miguel levantou preocupado.
— Meus tios amados — andei até o portão. O som dos gritos tinham aumentado, e é claro que ao abrir a passagem eles não iriam diminuir. Pensei em ficar na frente da dona Helô mas com a braveza que ela estava eu que seria atingido ali, estava mais que na cara que aquele era um assunto que ela queria resolver com as próprias mãos.
— Claro que você está aqui — Luciana riu — Sempre tem que estar envolvido nas minhas coisas.
— Isso também serve pra você, que sempre está nos problemas que se referem aos negócios da família. — respondi pouco me fudendo se ali também fosse acontecer uma briga de família.
— Até que demorou para você vir com essa sua falta de classe brigar comigo — minha sogra manteve a postura e com a cara mais fria que eu nunca nem tinha imaginado que ela possuía.
— Você é uma vagabunda — minha tia gritou.
— Cuidado ai — Miguel entrou no meio — Classe você já não tem, mantenha o pouco respeito que aparentemente você também não possui.
— E quem é você? — Adriano, pai da Bruna e marido da minha tia falou pela primeira vez.
— O cara que teve a coragem de defender alguém ao invés de ficar de longe como um covarde — respondeu na lata. Quando se tratava de proteger quem amava, o Miguel não media forças e muito menos palavras.
Ao contrário do que eu esperava do meu tio, o mesmo andou rapidamente querendo entrar na casa e arrebentar a cara do meu parceiro. Aquela era a oportunidade perfeita para finalmente fazer o que eu sempre quis, bater naquele filha da puta.
Que por forças do destino, agora era meu sogro.
— Você não ouse pisar na minha propriedade, Adriano — Helô falou.
— Quem é o covarde agora? — olhou para Miguel.
— Se isso for te fazer sentir melhor eu saio — passou pelo portão — Mas ainda duvido que você consiga me derrubar.
— Não — minha sogra interrompeu novamente — Apesar de não ligar nem um pouco para você — olhou para Adriano — Eu não quero atrapalhar o meu almoço de domingo em família com coisas desnecessárias. Vocês vieram aqui por uma razão e eu já imagino o que foi, não gostaram nem um pouco dos meus advogados, não foi?
— Se você pensa que pode acabar com tudo entrando na justiça você está muito ferrada Heloisa, nem mesmo os seus advogados podem guardar a vergonha que vai ser a exposição dos pequenos segredos da vagabunda da sua filha. — minha tia respondeu — Aliás, como você pode se envolver com alguém tão suja Caio? Você cresceu em um ambiente classudo, esperava muito mais.
— O que eu acho da minha namorada não lhe diz respeito, Luciana. E ao contrário do que você pensa, Bruna tem muito mais conteúdo e dignidade do que você mesma.
— Namorada? — meu tio gargalhou — Foge dessa, garoto. Vai pelo meu conselho, essa menina não vale nada.
— Não valho nada por ter transado com um cara casado que além de tudo era o meu professor no ensino médio ou por ter desobedecido todas as suas ordens, papai?
Todos olhamos para a Bruna, que se mantinha fortemente atrás de nós. Ela não tinha mais porque ter medo, estávamos aqui para defende-la de todo o mal e não iríamos deixar ela de lado, principalmente eu.
— Anda, me responde — continuou com os olhos cravados em seu pai — Você pode fazer o que quiser, até mesmo expor para todos os seus amigos que possuem dedos naquele colégio caro que você me colocou para tentar apertar o seu controle em mim. Antes eu me importava muito com a imagem de vagabunda que eu teria por aí e muito mais em prejudicar o Thiago, me arrependo de ter feito o que eu fiz e principalmente por ele ser pai de alguém que era minha melhor amiga. — se aproximou — Mas hoje eu não dou mais bola, ela já sabe a verdade e me detonou para outros, infelizmente eu fui a única a sair como a suja e toda a imagem do professor exemplar continuou.
— Vai ser lindo ter a imagem vinculada com toda a sua sujeira — Luciana falou — Nós sempre limpamos tudo o que você fez e agora não quer nos retribuir?
— Retribuir dando o que lhe é por direito em troca de chantagens? — Heloisa a encarou — Nem fodendo! Pode esperar sentada sua vaca, mas a minha filha não vai se submeter a mais nenhum terror que vocês dois queiram colocar. E se é com dinheiro que você está preocupada acho melhor se preocupar muito mais, advogados são caros e os meus vão garantir que você não coloque a mão em nenhuma nota que a Bruna possui. Se antes ela não sabia dessa herança e muito menos ligava, agora que ela quer mais ainda e não vai desistir.
Minha sogra atacou como uma mãe protege seus filhotes, não mudando a feição assustadora e protetiva e deixando claro que iria levar isso até o fim.
— Agora é melhor vocês darem a volta e irem embora ou vou ser obrigada a chamar a polícia, aqui não somos acostumados com a falta de respeito e classe de outros seres humanos.
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Quase sem querer
RomanceCansada de estar em um relacionamento no qual apenas um ama por dois, Elisa mergulha em uma aventura com ninguém mais do que o seu amor semi-correspondido. O que ninguém sabe, ninguém estraga mas será que o silêncio é o suficiente para os dois? +1 r...