Capítulo 6

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Levanto cedo no domingo

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Levanto cedo no domingo. Durante a semana é um sacrifício, mas não sei o que acontece com meu relógio biológico, mas sempre acordo antes das oito no domingo. No único dia que tenho para dormir até mais tarde, algum ser sobrenatural e maligno do inferno me acorda antes do horário que quero acordar.

Me arrumo vestindo um short e uma camiseta e vou na padaria comprar alguns pães. Depois daquele banquete que Cris preparara para a chegada do irmão, ela ainda comprou mais coisas, pães de queijo, bolos e tortas. Só que não pude desfrutar muito do banquete, nem do primeiro nem do segundo, já que o brutamonte acabou com tudo em poucos dias. Aquele cara deve ter um buraco negro no estômago. Só pode. Parece que nada é capaz de sustentá-lo. Parece um barril de fundo infinito.

Mas com todos aqueles músculos... Tem que comer muito mesmo.

Mas eu acho que se continuar assim vamos entrar numa crise de comida. Espero que aquele cara arque com os prejuízos, não quero ter que sustentá-lo. O cara fica o dia todo em casa, não trabalha e não dá um centavo para ajudar nas contas. Não sei até quando vou aguentar isso.

Ainda não consegui engolir que estamos morando juntos, de que o motoqueiro brutamonte está morando sob o mesmo teto que eu. Esse com certeza foi o pior castigo que recebi em toda a minha vida. Como se não bastasse ter sido presa por culpa do cara que atropelei, ainda terei que conviver com ele. Se esse é o castigo por eu ter atravessado o sinal vermelho, Deus pegou muito pesado comigo. Nunca mais vou atravessar sinais vermelhos, pelo menos acho que aprendi a lição.

E para aumentar ainda mais o meu castigo, descobri que o cara é um porco desorganizado. Ele não põe nada no lugar. Assim que entro no banheiro encontro sua toalha molhada em cima do vaso, ele deve ter tomado banho cedo e saído. Mas por que ele não pendurou a toalha sendo que existe um gancho disponível? Por que ele não pode pendurar a toalha nele? O que custa? Vai quebrar a mão dele por acaso? Não, não vai. Aff.

Pego a toalha e penduro ao lado da minha, depois pego a cueca Calvin Klein em cima da pia com a pontinha dos dedos, torcendo o nariz enquanto a levo para o cesto de roupas sujas, mas a vontade que tenho é de ir até o quarto dele e esfregá-la em sua cara. Como uma pessoa tem coragem de deixar uma cueca em cima da pia do banheiro? Aff.

Ao chegar na cozinha solto outro suspiro. Dentro da pia tem panelas, pratos e garfos, e sei exatamente quem os usou. Cris nunca deixa louça suja na pia. Para uma boa convivência, nós combinamos de cada uma lavar o que sujar.

Pelo visto ele não tem noção do que é ter boa convivência.

Sempre tenho que lavar a louça que ele deixa na pia, não aguento mais isso. Tanta desorganização. Tanta sujeira. Isso porque só temos duas semanas de convivência. Se continuar assim vamos começar uma terceira guerra mundial.

Pra piorar, esse final de semana estamos sozinhos no apartamento, pois Cris foi para a casa do namorado. Enquanto lavo a louça, ele aparece na cozinha.

Apartamento  201 (Série Apartamento - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora